terça-feira, 31 de maio de 2022

Bolsonaro, o fujão, desfaz o mistério mais bem guardado da República

Jair Bolsonaro: melhor manter-se com a boca assim. Por isso é que ele vai fugir de debates.
Pronto.
Bolsonaro, esse patriota, esse herói dos sete mares, esse cidadão de alma límpida, pura e transparente, essa reserva moral inconstrastável, acaba de desfazer o mistério mais bem guardado da República.
Em entrevista ao apresentador Carlos Massa, o Ratinho, ele disse que só participará de debates no segundo turno; no primeiro, portanto, não irá a nenhum.
De acordo com nota divulgada no site O Antagonista, a entrevista foi gravada na manhã desta terça-feira (31), no Palácio do Planalto, e será exibida ainda hoje.
Mas a questão é que Bolsonaro, ainda quando diz a verdade, acaba mentindo. Ou então acaba dizendo uma meia-verdade.
E a verdade inteira, íntegra, completa e plena é a seguinte: ele não irá a debates nem no primeiro, nem no segundo, nem no terceiro e nem no décimo turno.
E não irá simplesmente porque não sabe nada de nada.
Não consegue debater com ninguém.
Não sabe articular duas frases inteiras que demonstrem coerência, fluidez, clareza e objetividade.
Se ousar, ou melhor, se ousasse comparecer a um debate com quem quer que fosse, Bolsonaro seria trucidado, humilhado, espezinhado e rebaixado à condição de menor dos seres.
Enfim, seria reduzido a Jair Bolsonaro.
Por isso é que ele não participará de debates.
De nenhum - ou nem um, como queiram - debate.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê / Gusttavo Lima e você. É "nóis!"

Eu não conhecia, não sabia quem era Gusttavo (com dois tês mesmo) Lima.

Podem me chamar de idiota, mas confesso que não o conhecia. Isso até uns dez dias atrás.

Quando vi esse nome citado numa profusão de manchetes envolvendo dinheiro público, cheguei a pensar que o personagem fosse um antigo jogador do glorioso Combatentes, aquele time que despontou aqui em Belém até o início dos anos 1970. Mas logo concluí que o Combatentes nunca teve nenhum Gusttavo Lima em seu plantel. Então, tratei de conhecer quem é essa celebridade de quem tanto falam.

O cara é fera mesmo. Antes de mais nada, é bolsonarista (Heil, Führer!).

Cantor, compositor, produtor e arranjador, ele também é multi-instrumentista. Toca tudo, menos banjo. O resto, ele traça tudo. Também vi que num dos seus shows recentes, em Londres, vários jogadores do Chelsea estiveram na plateia. Inclusive o zagueiro Thiago Silva.

Aí, continuei a conhecer melhor Gusttavo Lima e deparei-me com um de seus maiores sucessos. Chama-se Balada. É uma composição de singeleza e profundidade comoventes. Só tem três estrofes - portanto, só duas a mais, por exemplo, que o Parabéns pra você.

A música, que você pode ver no vídeo acima, se é que já não a viu há muito tempo, resume-se a isto:

Eu já lavei o meu carro, regulei o som / Já tá tudo preparado, vem que o brega é bom / Menina fica a vontade, entre e faça a festa / Me liga mais tarde, vou adorar, vamos nessa

Gata, me liga, mais tarde tem balada / Quero curtir com você na madrugada / Dançar, pular que hoje vai rolar

O tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê / Gusttavo Lima e você

Pronto. Acabou a música. É só isso mesmo!

Assim, numa interpretação livre, digamos assim, Tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê pode ser tudo. Como também pode não ser coisa nenhuma.

Tipo assim: pode ser uma noite de prazeres inenarráveis com a gata que ligou. Como também podem ser imoralidades indescritíveis feitas com o dinheiro público. Fica a critério do entendendor descobrir o sentido do Tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê.

E na real?

Na real, o Ministério Público de Roraima apura o pagamento de um cachê de R$ 800 mil a Gusttavo Lima para um show no município de São Luiz. Considerando a população do município, de 8.232 pessoas, cada cidadão estaria pagando cerca de R$ 97 pelo show.

Na real, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG) resolveu cancelar um show de Gusttavo Lima, que custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão. O contrato previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor "no melhor hotel da região" e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil. Além disso, o executivo deveria fornecer o transporte do local para o artista, músicos, técnicos e produção.

Na real, vejam só, o deputado e pré-candidato à Presidência da República André Janones (Avante) destinou uma emenda de R$ 7 milhões ao município de Ituiutaba (MG). Desse valor, R$ 1,9 milhão será destinado à feira agropecuária do município. Entre os vários shows agendados, estava um de Gusttavo Lima.

Tem mais.

Na real, Zé Neto, também bolsonarista que faz uma dupla sertaneja com Cristiano (também cheguei a pensar que fosse uma velha dupla de área que jogou no extinto Júlio César, mas não era), disse o seguinte, há umas duas semanas, durante show no Mato Grosso:

“Estamos aqui em Sorriso, no Mato Grosso, um dos estados que sustentaram o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas e não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta e o Brasil inteiro canta com a gente”.

A referência à "tatuagem no 'toba'" foi uma provocação à cantora Anitta.

Pós é.

Zé Neto tem razão. "Nosso cachê quem paga é o povo".

Que o diga Gusttavo Lima.

Tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê / Gusttavo Lima e você.

TJ comunicou vacância de cargo à OAB-PA em novembro de 2021. Processo de escolha de lista sêxtupla poderá ser aberto pelo Conselho Federal.

O Tribunal de Justiça do Estado comunicou no dia 10 de novembro do ano passado ao então presidente da OAB-PA, Alberto Campos, que naquela mesma data o Pleno da Corte declarou a vacância do cargo ocupado pelo desembargador Milton Nobre em decorrência de sua aposentadoria, no final do mês anterior. No mesmo ofício, o TJ comunica que a aposentadoria do magistrado foi consubstanciada na Portaria nº 3650/2021-GP, publicada no Diário da Justiça Eletrônico em 28 de outubro.

A comunicação, realizada formalmente através do Oficio 1003/2021-SJ (veja a imagem acima), assinado pela presidente do TJPA, desembargadora Célia Regina Pinheiro, é um documento que permitirá a qualquer advogado, a partir de agora, representar ao Conselho Federal da OAB para que deflagre o processo de escolha de seis advogados que vão compor a lista de pretendentes à vaga de Milton Nobre.

A representação poderá ser justificada pelo fato de que, decorridos mais de sete meses da vacância do cargo, a OAB do Pará ainda não lançou o edital, primeiro passo para abrir o processo de habilitação de candidatos ao quinto constitucional.

A solicitação ao TJPA, para que informasse se a declaração de vacância já havia sido encaminhada ao Tribunal à OAB do Pará, foi feita no início deste mês pelo advogado Sávio Barreto. Em novembro de 2021, ele disputou as eleições para a Diretoria da Ordem com Eduardo Imbiriba, que se elegeu presidente.

Provimento - A possibilidade de qualquer advogado, a partir de agora, representar ao Conselho Federal da Ordem para que deflagre o processo de elaboração da lista sêxtupla está prevista em dispositivos do Provimento nº 102/2004, conforme se lê abaixo:

Art. 2º Ocorrendo vaga a ser preenchida por advogado nos Tribunais Judiciários, o Conselho Federal ou o Conselho Seccional, observada a competência respectiva, divulgará a notícia na página eletrônica da Entidade e publicará, na imprensa oficial, edital de abertura de inscrições dos interessados no processo seletivo.

§ 1º A abertura das inscrições deverá efetivar-se no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia útil seguinte ao da publicação do edital na imprensa oficial, e o prazo para as inscrições será de 20 (vinte) dias.

§ 2º Sendo competente para a escolha o Conselho Seccional, se este, por qualquer motivo, não publicar o edital referido até 30 (trinta) dias após a expressa comunicação da abertura da vaga, qualquer dos inscritos na OAB poderá representar ao Conselho Federal, que, por intermédio da sua Diretoria, adotará as providências necessárias para sanar a omissão, podendo assumir a execução do processo seletivo.

Paridade - Além de não lançar o edital, a OAB do Pará ainda precisa se manifestar sobre outra questão diretamente relacionada à lista sêxtupla. No final de abril, a advogada Kelly Garcia protocolou requerimento pedindo que a OAB-PA adote o critério da paridade na escolha dos seis nomes.

Com a medida, a advogada pretende ver garantida a participação de três mulheres na lista, o que ela considera a "maneira justa e democrática, para que o Judiciário de fato se torne um espaço mais plural e representativo", bem como que as advogadas paraenses sejam, finalmente, contempladas em suas pretensões de concorrer à vaga do quinto constitucional pela OAB do Pará. Advogada militante com 21 anos de carreira, Kelly também lançou sua pré-candidatura ao desembargo pelo quinto constitucional.

domingo, 29 de maio de 2022

Emedebista vê motivação político-eleitoral e "malandragem" do governo Bolsonaro para travar projeto de Helder

A área do antigo Aeroclube, onde o estado pretende construir um parque: Paulo Guedes,
ministro da Economia, está travando tudo. E tudo pode acabar na Justiça.

O Diário do Pará publica neste domingo em sua página nobre, a 2, ao lado da coluna mais importante do jornal, longa matéria em que o próprio entrevistado, ninguém menos que o governador Helder Barbalho, faz uma revelação indignada: a de que o governo Bolsonaro, através do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, simplesmente não reconhece o acordo que o estado do Pará e o governo federal firmaram no ano passado, para a cessão de uma área de 900 mil metros quadrados, ocupada pelo antigo Aeroclube. 

Pelo acordo, assinado com todas as solenidades e formalidades legais entre o estado e o Ministério da Infraestrutura, com a anuência do Ministério da Aeronáutica, o governo do Pará já repassou à União R$ 25 milhões pela cessão da área, onde se pretende construir um complexo cultural, esportivo e de lazer.

Mas só que tem um porém, conforme a versão de Helder: Paulo Guedes entrou na parada e agora está dizendo que a cessão da área não pode ser efetivada, porque haveria uma espécie daquilo a que os juristas chamam de "vício de origem" na transação. Isso porque, para Guedes, seria o Ministério da Economia a esfera competente para firmar o acordo, e não o da Infraestrutura, que então tinha à frente Tarcísio de Freitas, atual pré-candidato bolsonarista ao governo de São Paulo. Resultado: parou tudo, e os R$ 25 milhões do estado estão retidos nos cores da União.

Um emedebista sem cargo no governo, mas que transita com desenvoltura no entorno de Helder, não mede palavras para apresentar o seu,  digamos assim, diagnóstico sobre o assunto.

"Isso não passa de uma grande malandragem, de uma grande sacanagem do governo Bolsonaro, que escalou o Paulo Guedes para desfazer o negócio. A motivação é puramente política, é puramente eleitoral. Bolsonaro não quer, agora, pôr tapioca no açaí do Helder", afirma o emedebista.

Ele considera insustentável o argumento de que o ministério de Tarcísio de Freitas não seria o competente para firmar o acordo com o estado.

"Esse argumento é uma piada. O Tarcísio sempre foi um burocrata experiente. Esteve à frente de modelagens de privatizações bilionárias. Alguém acha que ele iria se enrolar num acordo de R$ 25 milhões para a  simples cessão de uma área?", questiona o emedebista.

Em sua opinião, pelo contorno dessa aparente disputa entre Economia x Infraestrutura, tudo indica que não restará a Helder outra alternativa, senão a de bater às portas do Judiciário. Alternativa, aliás, que o próprio governador admite, conforme entrevista que concedeu ao seu próprio jornal.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Maluco beleza era o Raul. Quanto ao Jair, precisa melhorar a performance, alerta marqueteiro.

Raul Seixas: maluquez e lucidez sob medida. Mas Jair não é assim. Não mesmo.

Bolsonaro é tudo - tudo mesmo.
É o Mito, é o Incorruptível, é o Benfeitor Maior da Humanidade...
Mas ele, sinceramente, não é o Maluco Beleza, aquele conceitualmente definido por Raul Seixas.
O maluco beleza de Raul era aquele que controlava a sua maluquez / misturada com sua lucidez.
Bolsonaro, não.
Sua maluquez é incontrolável e sua lucidez, nenhuma. Ou como diria Renan Calheiros, abissulutamente nehhuma.
Agora mesmo, em novos surtos, Bolsonaro mostra mais do que nunca que vem sendo apenas um maluco sem um pingo, um naco, uma réstia de lucidez. Ataca as instituições, faz ameaças, ofende adversários, exibe teses conspiratórias e se mantém em completa ociosidade, porque as motociatas, lanchaciatas, bicicleciatas e outra atas são muitas, e não deixam tempo para mais nada.
E olhem que seu governo, como atesta a mais nova pesquisa Datafolha, tem uma reprovação de 48%.
Com esse índice, raramente os políticos que aspiram à reeleição, como ele, conseguem reeleger-se.
Marqueteiro experiente diz, num grupo de zap, que a reeleição exige de um governante, pelo menos, 40% de aprovação da gestão. "Menor que isso é uma prova incontestável de que o povo está mais reprovando do que aprovando, o que significa um convite à derrota. Então, como estratégia, o Bozo teria necessariamente de ter cuidado melhor da gestão dele ao longo desses anos, coisa que menos fez. Muito pelo contrário", acrescenta.
Por isso, emenda o marqueteiro, bolsonaristas devem se agarrar ao antipetismo, elegendo-o como estratégia. Mas isso já não está funcionando de forma eficiente agora, como ocorreu no pleito de 2018. 
O especialista acredia que "o novo marketeiro do Lula encontrou o lugar e o discurso certo do Alckmin na campanha, falando e chamando pra dentro o eleitor do centro. E a inflação em alta mexe no bolso e no humor do eleitor, principalmente os mais pobres que pagam a conta nas feiras e tabernas das esquinas. Tudo isso tem deixado os eleitores do Bolsonaro abalados e com pouca possibilidade de reação".

Nem o Auxílio Brasil, nem ele, está ajudando Bolsonaro


Bolsonaristas - mais fanáticos e menos fanáticos - estão ensandecidos de ódio, desde ontem, depois que o Datafolha divulgou nova pesquisa mostrando que Lula ampliou vantagem sobre Bolsonaro de 17 para 21 pontos.
Não é para menos.
Destaco esse trecho aí em cima, de matéria da Folha que analisa os dados da pesquisa e mostra um detalhe dos mais interessantes.
Olhem só: o Auxílio Brasil não tem revertido em votos para Bolsonaro.
Então, o Mito, o Suprassumo da Inteligência criou esse benefício pra ajudar Lula?
Acredita-se que não.
Mas é certo, mostra a pesquisa, que o benefício não está ajudando quem o criou.
Melhor para os beneficiários, que, independentemente de suas preferências políticas, estão dispondo dessa ajuda.
Pelo menos vão dispor até as eleições.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Quando pega leve, a PRF mata por asfixia. E quando pega forte, o que será que deve acontecer?

Um homem está morrendo asfixiado dentro dessa viatura. Isso é a PRF "pegando leve".
E quando "pegar forte", o que será que acontece?

O país inteiro - ou o que ainda resta de humano nele - encontra-se em estado de choque diante de uma ocorrência tenebrosa. E flagrantemente criminosa.

Na tarde de ontem, no município de Umbaúba (SE), um homem, depois identificado como Genivaldo Santos, foi abordado por policiais rodoviários federais e atirado no bagageiro de uma viatura da PRF, de onde começou a emanar uma fumaça preta. Mesmo assim, ele foi mantido ali e conduzido até uma delegacia, mas já chegou morto.

Olhem a foto acima. Preferi publicá-la, em vez de um vídeo, cujas imagens são tenebrosas.

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe, confirmado pela Secretaria de Segurança Pública, apontou nesta quinta-feira (26) que asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda foram as causas da morte do homem.

Aí, vejam só, vem a PRF e divulga uma nota.

Um dos trechos é o seguinte: Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba.

Entendi.

Então, quando a PRF usa técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo, a pessoa alvo da abordagem morre vítima de asfixia mecânica e insuficiência respiratória.

Pergunto: e quando a PRF usa técnicas de imobilização e instrumentos de maior potencial ofensivo, o que deve acontecer com a pessoa?

Respondam aí, para que eu possa entender melhor.

Abaixo, a nota da PRF:

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Na data de hoje, 25 de maio de 2022, durante ação policial na BR-101, em Umbaúba-SE, um homem de 38 anos, resistiu ativamente a uma abordagem de uma equipe PRF. Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba.

Durante o deslocamento, o abordado veio a passar mal e socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito.

A equipe registrou a ocorrência na Polícia Judiciária, que irá apurar o caso. A Polícia Rodoviária Federal em Sergipe lamenta o ocorrido e informa que foi aberto procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos.

Os clubes, esses covardes, é que alimentam o racismo no futebol. Mas fazem de conta que não!

Torcedor do Boca é preso por racismo durante jogo na Neo Química Arena, em São Paulo:
as multas, para esses casos, não valem nada. Se valem, é para divertir os racistas.

Adoro futebol.

Antes mesmo de eu nascer, há mil anos, já adorava.

Mas o futebol, vamos e convenhamos, é um escoadouro de nefastas condutas, dentro e fora de campo - mas principalmente fora (veja aqui alguns dos principais casos).

Dentre as condutas nefastas, o racismo de torcedores está entre as principais e mais deploráveis.

Uma semana sim, outra também, temos casos escabrosos de expressões racistas - sejam gestuais, sejam verbais, sejam as duas de uma vez só -, sobretudo quando envolvem confrontos entre times sul-americanos.

Ontem, tivemos mais um caso.

Torcedor do Independiente foi flagrado imitando um macaco para a torcida do Ceará, na Argentina. O registro foi feito após a vitória do Vovô sobre o Rey de Copas em duelo válido pela última rodada da fase de grupos da Sul-Americana, no estádio Libertadores de América.

Esse foi o segundo caso de ofensa racista em 2022 envolvendo o futebol cearense em competições internacionais. Pela Taça Libertadores, um torcedor do River Plate jogou uma banana na torcida do Fortaleza, também na Argentina. Como punição, o time argentino foi multado pela Conmebol em US$ 30 mil, quase R$ 150 mil, por flagrante de racismo.

Essas multas adiantam?

Não adiantam. E não adiantam absolutamente nada.

Aqui já defendi que essas transgressões só terão fim - ou pelo menos serão reduzidas substanciamente em relação ao que vemos hoje - quando os clubes forem punidos, mas não com multas, e sim com perdas de pontos.

Aí, aposto que torcedores não mais fariam o que fazem nos estádios, porque os próprios clubes se encarregariam de puni-los severamente, banindo-os, por exemplo, de seus jogos.

Do contrário, essas multas funcionam como aquela máxima de chover no molhado. E o pior: racistas ainda fazem piada, dizendo por aí, como muitos dizem, que eles se divertem sendo racistas, enquanto os clubes pagam pelo racismo que os racistas expressam.

Mas os clubes, também convenhamos, têm sido vergonhosamente covardes. Acham que é melhor pagar uma multa do que perder pontos porque seus torcedores se manifestaram de forma racista.

Se os clubes acham que assim como está é melhor, é sinal de que compactuam com essas práticas repugnantes.

Na aparência, podem até não compactuar.

Mas, na essência, são responsáveis pela reprodução sistemática dessas condutas.

Que horror!

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Táxis na pista do BRT: Zeca Pirão "erra ao dizer que corrige projetos enviados pelo Executivo", avalia ambientalista

Presidente estadual do Partido Verde, o ambientalista e ex-deputado estadual José Carlos Lima, o Zé Carlos do PV, compartilhou em grupos de WhatsApp um comentário dos mais procedentes, a propósito dos motivos que levaram ao rompimento de mentirinha do presidente da Câmara de Belém, Zeca Pirão, com a administração Edmilson Rodrigues.

Com a autorização de Zé Carlos, que também é blogueiro, o Espaço Aberto reproduz abaixo o comentário:

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O prefeito vetou um projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores de Belém que permitia a circulação de taxis nas pistas do BRT, sem que se fizesse um estudo da viabilidade de tal medida.

Em retaliação, o presidente da Câmara, vereador Zeca Pirão, anunciou que não irá prestar apoio aos projetos do Poder Executivo e ainda  disse que o Poder Executivo não sabe fazer projetos e que  Municiapos projetos enviados a Casa são enviados com erros que são corrigidos pela administração da Câmara Municipal.

Vamos ao caso.

1. O veto do Prefeito está dentro da lei e tem motivos plausíveis. Não compete a Câmara Municipal a iniciativa de Leis dessa natureza, ainda mais que a circulação de veículos na pista do BRT obedece a estudos técnicos e planejamento e não por simples vontade do legislador querendo agradar sua base eleitoral.

2. O Presidente da Câmara Municipal erra ao dizer que corrige projetos enviados pelo Executivo. Não cabe a ele e nem ao seu setor administrativo essa tarefa, pois os erros eventuais de projetos devem ser avaliados pelas comissões técnicas da Casa, dentro do regular processo legislativo. 

3. Os eleitores e cidadãos precisam saber que o vereador Zeca Pirão estão usando o poder que lhe foi conferido pelo voto para para fazer chantagem político. 

4. Os projetos enviados pelo Poder Executivo, quando não interessarem ao povo de Belém devem ser rejeitados, mas quando favorecer a Cidade devem ser aprovados sem que isso seja um favor ao PSOL ou ao Prefeito Edmilson. 

5. O Vereador Zeca Pirão precisa se dar conta que exerce mandato outorgado pelos eleitores de Belém, com subsídios e demais vantagens custeadas pelo imposto que pagam e por estes será ser julgado de acordo com seus atos, que devem se pautar pela ética e pela moralidade.

Zeca Pirão "rompe" com Edmilson. Mas tudo não passou de mentirinha.

A menos que pirão vire uma espécie de açaí-papa (ou vice-versa), tudo indica que não passou de uma mentirinha o "rompimento" do presidente da Câmara de Belém, vereador Zeca Pirão (MDB), com a administração Edmilson Rodrigues.

É que, nesta terça-feira (24), Pirão foi à tribuna da Câmara e desancou o governo do PSOL, chamando-o inclusive de incompetente (vejam no vídeo). E anunciou publicamente: "Não contem mas comigo", referindo-se à aprovação de projetos enviados pelo Executivo Municipal.

Tudo porque Pirão ficou irritado com o veto, aposto por Edmilson, a um projeto de lei aprovado pela Câmara, permitindo que táxis com passageiros trafegassem pela pista do BRT.

Mas isso, repita-se, foi ontem.

Hoje de manhã, o prefeito foi à Câmara para participar de uma sessão especial em homenagem aos 200 anos da Imprensa no Pará.

Depois, em vídeo divulgado nas redes sociais, Edmilson se disse honrado em comparecer ao Legislativo para cumprimentar os parlamentares. "[Eles] me recebem sempre com muito carinho. O Zeca Pirão, aqui e ali [nós] divergimos, mas ele é sempre um caro muito respeitoso, porque é um democrata", diz.

Aguardemos a próxima encenação.

E segue o jogo.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Justiça manda OAB-PA apresentar documentos para julgar se houve ou não fraudes nas eleições da Subseção de Marabá


A Justiça Federal determinou à OAB - Seção Pará que apresente vários documentos referentes ao processo eleitoral ocorrido na Subseção de Marabá, em novembro do ano passado, que apontou a vitória do advogado Rodrigo Botelho da Costa para dirigir a Ordem no município. Ele ganhou por 222 votos contra 219 atribuídos a seu adversário, o advogado Ismael Gaia, que então concorria à reeleição.

Entre os documentos que deverão ser apresentados (veja a relação completa acima) estão cópias integrais de julgamentos, impugnações e petições que tramitaram perante a Comissão Eleitoral da OAB-PA referentes ao processo eleitoral na Subseção de Marabá, além da lista de todos os advogados e advogados aptos a participar do processo eleitoral.

A determinação do Juízo da 5ª Vara tem o objetivo de julgar pedido apresentado em ação ajuizada (Processo 1043649-35.2021.4.01.3900) pelos advogados Ismael Gaia, Haroldo Gaia e Sávio Barreto Lacerda de Lima, para que as eleições na Subseção de Marabá sejam anuladas em decorrência de supostas fraudes. Alternativamente, a ação pede a nulidade de quatro votos que seriam, em tese, de advogados impedidos de participar do processo eleitoral e que teriam votado na chapa encabeçada por Rodrigo Botelho da Costa.

"Extrema gravidade" - "Percebe-se que são relatos de extrema gravidade e que podem culminar com a alteração do processo eleitoral na própria Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará", diz a decisão. A 5ª Vara, no entanto, avaliou que não é razoável, liminarmente, anular o processo eleitoral, determinar a realização de novas eleições ou a totalização de votos, sem que as partes adversas sejam ouvidas e sem a produção de provas.

"Desse modo, reputo necessária a instauração de contraditório e apresentação de documentação em poder da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará, ante a natureza dos fatos relacionada ao processo eleitoral de uma instituição essencial ao Estado Democrático de Direito", escreve o juiz Leonardo Soares.

Vai ter golpe?


Amiga minha, antibolsonarista, está há uns três meses vivendo uma espécie de pesadelo do golpe.
Quase toda semana, me manda um zap: "Tu achas que vai ter golpe?"
Como ela pede minha opinião, eu explico-lhe, ou melhor, já lhe expliquei várias vezes o seguinte:
1. Não há, pelo menos neste momento, apoio popular para um golpe. Pesquisas têm demonstrado que a maioria esmagadora dos brasileiros acredita na democracia. E portanto um golpe, agora, não teria adesão popular.
2. As instituições estão funcionando normalmente. Inclusive o Legislativo e o Judiciário, que em vários momentos têm enfrentado as tentações fascistas do bolsonarismo.
3. Um golpe, caso exitoso, teria repercussões catastróficas para o País, inclusive econômicas, eis que o governo golpista poderia virar alvo de graves sanções da comunidade internacional.
4. Bolsonaro é um fascista. Ele nunca foi um democrata. Não discuto que sonhe em dar um golpe, mas não vai conseguir. E acho mesmo que, porque sabe que não vai conseguir, é muito provável que nem tente.
5. Bolsonaro é um covarde. Ainda que pretenda dar um golpe, vai arregar em cima da hora.
6. Em resumo - eu digo para a minha amiga -, acho que não vai ter golpe.
Mas não adianta.
Poucos dias depois, lá vem a pergunta de novo, pelo zap: "Mas será que não vai ter golpe?"
E começa toda a lenga-lenga novamente.
Acho que ela imagina um cenário mais ou menos assim: qualquer dia desses, Bolsonaro vai acordar, guardar a arma no armário (já que ele próprio confessou que dorme com uma ao lado da cama), checar no celular as últimas fake news que seus fanáticos disseminam e convocar os generais para uma reunião no Palácio da Alvorada mesmo. Reunidos todos os milicos, ele faz a convocação: "E aí? Vamos dar um golpe amanhã de manhã? Salve!"
Esse é o cenário que ela mais ou menos imagina.
Eu já expus-lhe a opinião de que a coisa não funciona assim, mas, repito, não adianta.
Hoje, me lembrei desse tema ao ler essa excelente coluna assinada por Hélio Schwartsman, na página 2 da Folha.
Ele alinha praticamente os mesmo argumentos que eu. Por isso, já mandei o artigo para a amiga. Cheguei a grifar os pontos principais, pra ver se ela se convence de que não vai ter golpe.
Ou por outra: é até possível, mas é muito difícil que tenha golpe. Não acho, no entanto, que o artigo a convença disso.
E tanto é assim que já estou preparado para aquele zap de sempre: "Tu achas que vai ter golpe?"

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Sem Doria na disputa, chegou a hora de começarmos a nos divertir com a dita terceira via

João Doria anuncia a desistência de concorrer ao Planalto: sem o anel e sem os dedos

Sabem aquela velha máxima do perder o anel para manter os dedos?
Ela não se aplica ao ex-governador João Doria (PSDB-SP), que acaba de anunciar, entre lágrimas, sua desistência de concorrer à presidência da República, ele que já havia, vejam só, conquistado esse direito ao vencer as prévias partidárias.
Abrir mão da pré-candidatura não é, no caso de Doria, propriamente perder um anel para manter alguma outra coisa. Isso porque o ex-governador, que já renunciara ao governo de São Paulo, para poder ser candidato, agora fica sem nada. A rigor, e dado o desgaste que enfrenta, não se pode nem considerar que ainda seja a liderança dos tucanos em São Paulo, mas uma das lideranças.
E aí?
Em que medida essa desistência pode contribuir para a construção dessa tal terceira via, uma absoluta ficção?
Pelo andar da carruagem, não teremos terceira via. Não a teríamos com Doria, e não a teremos sem Doria.
Quando se diz que não teremos terceira via, leia-se uma terceira via competitiva, viável, capaz de, pelo menos, chegar a um segundo turno, seja contra Lula, seja contra Bolsonaro.
Simone Tebet (MDB), anunciada como a provável candidata da terceira via, é apenas um traço nas pesquisas. Alguém, em são consciência, acredita que ela poderá, até outubro, chegar pelo menos a um segundo turno?
Essa possibilidade, convenhamos, é remotíssima, senão impossível.
Mas, sabem como é, em política não é recomendável que se duvide de nada. Até porque a própria desistência de Doria não deixa de ser uma grande surpresa, considerando-se a personalidade e o nível de ambição que o ex-governador paulista tem demonstrado ao longo de sua vida pública.
Agora, no entanto, Doria, vamos reconhecer, deu uma demonstração de inteligência ao sair da disputa, após reconhecer que não era o candidato da cúpula do partido, como ele mesmo disse em seu curto discurso.
No mais, é aguardarmos quais serão os próximos passos dessa abstração chamada terceira via.
Uma coisa é certa: vai ser divertido acompanhar os passos dos abnegados e patrióticos pedreiros que tentam construí-la.

sábado, 21 de maio de 2022

Na matemática, zero vezes zero é igual a zero. No bolsonarismo, zero vezes zero é igual a Jair Bolsonaro.

Bolsonaro e Musk: isso é como zero vezes zero. Isso é coisa nenhuma.

Elon Musk, o bilionário que veio ao Brasil para servir, por algumas horas, como personagem de destaque da trupe de malucos do bolsonarismo, pode ser muita coisa; como um trumpista empedernido ou um exibicionista, por exemplo.

Mas Musk, convenhamos, não é burro. Se o fosse e não tivesse outras qualidades, não seria bilionário.

Jair Bolsonaro, que o recepcionou, pode ser muita coisa - um político dos mais ispiertos e fascista da mais alta excelência, por exemplo.

Mas, ao contrário de Musk, Bolsonaro, convenhamos, é falto de inteligência (como ele é presidente da República, não acho digno qualificá-lo com adjetivos mais apropriados. Quanto a isso, Mariliz já o fez por mim).

Então, quando Musk, que não é burro, mas é exibicionista, encontra-se com um Bolsonaro, que é falto de inteligência, temos um zero vezes zero. E zero vezes zero é igual a zero, como vocês sabem (essa, aliás, foi a única lição que eu aprendi bem da matemática, que sempre me foi odiosa).

Por isso, exibicionismo x burrice é igual a coisa nenhuma. Às vezes, disso pode até resultar uma tragédia. Mas, em geral, resulta em coisa nenhuma. Foi o que aconteceu na viagem de Musk ao Brasil.

Mesmo assim, Bolsonaro, que não entende nada de nada e que não conseguiu aprender nem que zero vezes zero é zero, acha que Musk vai salvar a Amazônia e já pode até ser entronizado no panteão dos heróis da liberdade, tanto que ele próprio, o Incorruptível, classificou o empresário de mito da liberdade (hehe).

Se vocês acham que é um exagero dizer que Musk x Bolsonaro é igual zero, reparem em alguns fatos.

Musk, esse herói das liberdades, já se prontificou a firmar uma parceria em que o seu projeto de telecomunicações, o Starlilnk, ajudaria a conectar 19 mil escolas da Amazônia à internet.

Mas, para isso, seria necessário um contrato, porque no serviço público, vocês sabem, até para não se fazer nada, até para não se fazer coisa nenhuma, é preciso ter um contrato.

Mas, ora vejam só, o Ministério das Comunicações já anunciou que não há previsão alguma de firmar um contrato com Musk, o que só poderia ocorrer, lembrem-se outra vez, em decorrência de um processo licitatório.

Então, de que valerá uma parceria entre o Brasil e Musk? Isso é zero vezes zero, que é igual a zero.

Outra coisa: Musk estaria disposto a colocar suas tecnologias para monitorar o desmatamento na Amazônia. Mas especialistas já disseram que essa patranha é apenas isto: uma patranha, uma mentira, uma bolsonarice sem fim. E por quê?

Porque o sistema de Musk só permite produzir imagens. Mas há imagens e imagens. As imagens produzidas para se fazer o monitoramento de áreas degradadas exigem especificidades e análises técnicas que nem de longe são contempladas pela musktecnologia.

Além disso, desde 1988, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, recebe e processa os dados sobre perda de floresta. As imagens são obtidas via satélite e o nível de precisão é de 95%, segundo o próprio instituto.

Para fazer a observação, já são usados três tipos de sistemas: o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes); o Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter); e o TerraClass, que mapeia o uso da terra após o desmatamento, em parceria com a Embrapa.

musktecnologia faz isso? Não faz.

Então, façamos outra vez o questionamento: de que valerá uma parceria entre o Brasil e Musk? Isso é zero vezes zero, que é igual a zero.

Mesmo assim, os bolsonaristas estão comemorando esse resultado esplendoroso que, acham eles, foi a visita de Musk ao Brasil.

É que, para um fanático bolsonarista, zero vezes zero às vezes dá resultado.

E, quando dá, o resultado é um Jair Bolsonaro.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

A Terceira Via não consegue nem mesmo se governar. Como, então, pretende governar o Brasil?

Simone Tebet: MDB, PSDB e Cidadania já decidiram que ela será anunciada como a candidata
da dita Terceira Via. Mas ainda não combinaram nada com Doria, que aos poucos vai sendo rifado.

Então, segue o jogo - no PSDB, aquele que briga consigo mesmo até quando está em paz, e nessa ficção chamada Terceira  Via.
PSDB, MDB e Cidadania ja estão de posse de uma pesquisa - à qual, diz-se, nem mesmo João Doria tem acesso - indicando que a rejeição do ex-governador paulista, até aqui pré-candidato tucano ungido pelas prévias, é "monstruosa" (esse é o termo escancarado nos jornais desta quinta-feira, 19).
De posse da tal pesquisa, lideranças das três agremiações adiantam que, na próxima terça-feira, a emedebista Simone Tebet deverá ser anunciada como a candidata da Terceira Via ao Planalto.
Mas Doria já avisou: "nem que a vaca tussa" (expressões dele) desistirá de ser candidato do PSDB, por entender que conquistou esse direito ao ganhar as prévias, além do do que, segundo o ex-governador, apenas a convenção, e não a executiva nacional do partido, é que tem competência para deliberar sobre candidaturas. E indica que, caso sua candidatura seja mesmo rifada, como tudo indica que vai ser, ele irá à Justiça para fazer valer seu direito de concorrer.
Em resumo: a Terceira Via não está conseguindo nem mesmo administrar suas divergências; como, então, pretende administrar o Brasil?
A Terceira Via não consegue nem mesmo se governar; como, então, quer governar o Brasil?
É brincadeira!

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Atriz Dira Paes fala em "descaso do poder público" e cobra providências contra onda de crimes no Pará

A atriz paraense Dira Paes, natural de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, está cobrando firmemente, através das redes sociais, providências para que seja contida a escala de violência que toma conta de várias regiões do estado do Pará nas últimas semanas, sobretudo no município de Altamira.
"O que faz uma região do Brasil não chocar um país inteiro com ao menos 12 mortes nos últimos 15 dias? Não falo de uma grande metrópole, falo de Altamira, cidade no Sudoeste do Pará. São execuções, chacinas, descaso do poder público", tuitou a atriz na manhã desta quarta-feira (18). Até agora, a postagem já tinha mais de 2,5 mil curtidas e 580 retuítes.
"Não é a primeira vez que Altamira mergulha no medo, que a população fica refém de violências extremas e no fim das contas, nada é feito efetivamente para que a cidade possa respirar aliviada. Todo esse terror é herança da má gestão e exploração ambiental, hídrica e humana. Queremos e precisamos de mais que só uma resposta. Altamira precisa de ações!!! O que está sendo feito por Altamira?", acrescenta Dira Paes.
Um de seus seguidores, em comentário, apoia a manifestação da atriz e relata o que está ocorrendo, desde o final de semana, em Marituba, na Região Metropolitana: "Matam policial, logo em seguida começa a caçada. Ontem até helicóptero tinha por aqui. Isso parece orquestrado para tirar o foco de algo maior. Ano eleitoral infelizmente é sempre assim."
Outro comentário afirma que "o Brasil não se importa com o Norte do país, nada além da extração de minérios e riquezas interessa para a grande mídia. O norte é um velho oeste abandonado por tudo e por todos, e quem sofre é a população vulnerável."
Prontidão - Desde ontem, a Polícia Militar do Pará impôs o estado de prontidão a seus contingentes em todo o estado. A determinação consta de memorando assinado pelo chefe do Estado-Marior da corporação, coronel Ronald Botelho de Souza, sob a justificativa de que o "atual momento é de instabilidade", em decorrência de atentados a agentes que atuam na área de segurança pública.
Na vigência do estado de prontidão, todos os PMs de folga, pertencentes aos Batalhões e Companhias Independentes, deverão apresentar-se fardados e equipados em suas unidades, a fim de participarem da Operação Anjo da Guarda. A finalidade da operação, de acordo com o memorando, é "proporcionar segurança, através da rede de proteção, a todos os policiais da ativa e veteranos".
O estado de prontidão está sendo decretado num momento em que o índice de assassinatos no estado assume proporções avassaladoras. Apenas em Altamira, município de 120 mil habitantes, no sudoeste do Pará, foram registrados ao menos sete homicídios em menos de duas semanas. No mesmo município, de janeiro a abril, 17 pessoas foram mortas.
Entre as vítimas dos criminosos, estão vários militares. Ontem ainda, um sargento da reserva foi morto a tiros no município do Moju. Na sexta-feira passada, em Belém, um cabo da Aeronáutica foi executado por dois bandidos dentro de um ônibus, no momento em que duas grandes operações eram feitas na Região Metropolitana.

Para tentar conter onda de homicídios, PM entra em estado de prontidão em todo o Pará


A Polícia Militar do Pará impôs o estado de prontidão a seus contingentes em todo o estado. A determinação, que deve ser obedecida a partir desta terça-feira (17), consta de memorando assinado pelo chefe do Estado-Marior da corporação, coronel Ronald Botelho de Souza, sob a justificativa de que o "atual momento é de instabilidade", em decorrência de atentados a agentes que atuam na área de segurança pública.
Na vigência do estado de prontidão, todos os PMs de folga, pertencentes aos Batalhões e Companhias Independentes, deverão apresentar-se fardados e equipados em suas unidades, a fim de participarem da Operação Anjo da Guarda. A finalidade da operação, de acordo com o memorando, é "proporcionar segurança, através da rede de proteção, a todos os policiais da ativa e veteranos".
O estado de prontidão está sendo decretado num momento em que o índice de assassinatos no estado assume proporções avassaladoras. Apenas em Altamira, município de 120 mil habitantes, no sudoeste do Pará, foram registrados ao menos sete homicídios em menos de duas semanas. No mesmo município, de janeiro a abril, 17 pessoas foram mortas.
Entre as vítimas dos criminosos, estão vários militares. Ontem ainda, um sargento da reserva foi morto a tiros no município do Moju. Na sexta-feira passada, em Belém, um cabo da Aeronáutica foi executado por dois bandidos dentro de um ônibus, no momento em que duas grandes operações eram feitas na Região Metropolitana.
Nesta terça (17), o guarda municipal lotado em Benevides Luiz Cláudio dos Anjos Loureiro, 41 anos, foi morto a tiros na Rua Lady Dayane, no Conjunto Almir Gabriel, em Marituba, por volta das 21h. Testemunhas dizem que ele foi executad com mais de 15 tiros. No final da noite, o PM reformado Alberto Souza da Silva foi baleado no Conjunto Panorama XXI, no bairro do Mangueirão, em Belém. A vítima foi atingida por dois tiros disparados por dois homens que estavam em uma motocicleta.
A onda avassaladora de crimes forçou o governador Helder Barbalho a deslocar-se até Altamira, no último final de semana, para uma reunião com vários órgãos e instituições do sistema de Segurança Pública. O objetivo foi estabelecer uma ação coordenada para conter o avanço da criminalidade, que o governo do estado atribui a disputa entre facções criminosas.

terça-feira, 17 de maio de 2022

MP designa promotor para atuar no inquérito que vai apurar morte de juíza


O promotor de Justiça Luiz Márcio Teixeira Cypriano, da Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e da Tutela Coletiva da Segurança Pública de Belém, foi designado para acompanhar as investigações e atuar no inquérito policial decorrente decorrente da morte da juíza juíza Mônica Andrade Figueiredo de Oliveira.

O corpo de magistrada foi encontrado na manhã desta terça (17), dentro de um carro que estava no condomínio do condomínio Real Dream, na Travessa Três de Maio, em Belém. Quem encontrou o corpo foi o marido da vítima, o também juiz João Augusto de Oliveira Jr., que conduziu o cadáver até a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, no bairro de São Brás.

A designação do promotor foi formalizada através de portaria (veja acima) assinada, no início da tarde, pelo procurador-geral de Justiça, Cesar Mattar. Para esclarecer os fatos, Cypriano poderá, segundo o ato do chefe do MP, "requisitar diligências, informações, exames, perícias, documentos, expedir notificações e intimações, realizar audiências, oitivas para colheitas de informações e esclarecimentos, requerer e acompanhar buscas e apreensões desde que deferidas por autoridade competente, instaurar Procedimento Investigatório Criminal e atuar até a sua fase final, em tudo respeitados os direitos e garantias que assistem as pessoas envolvidas."

Contradições - A juíza Mônica Oliveira era paraibana, mas exercia a jurisdição no município de Martins, no Rio Grande do Norte, e vinha a Belém com frequência, para se encontrar com o marido.

Em seu site, o jornal Tribuna do Norte, de Natal (RN), informou que João Augusto, ao registrar a ocorrência na polícia, disse que o casal teve uma briga na noite anterior, por volta das 22h30 e, devido à discussão, Mônica teria ido embora, afirmando que viajaria de volta ao Rio Grande do Norte. Na manhã desta terça-feira, ainda segundo o relato do juiz, ele teria descido para trabalhar às 6h40 e levado a chave reserva, já que não havia encontrado a outra chave do veículo. Ao chegar ao carro, percebeu que a mulher estava morta.

Essa versão, no entanto, está sendo contraditada em pontos essenciais. O portal de O LIBERAL informou que a administração do condomínio Rio Miño nega que a juíza tenha morrido no local. O condomínio disse ainda que o juiz não mora no local há cinco anos e que também não há registro da entrada dele recentemente. A juíza não era conhecida por nenhum dos funcionários do condomínio. Posteriormente, foi confirmado que o carro onde o corpo foi encontrado estava no estacionamento do edifício Real Dream.

Juiz diz na polícia que teria brigado com juíza que depois foi encontrada morta no estacionamento de condomínio em Belém. Relato aponta contradições.

O juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Jr. relatou na polícia, há pouco, que teria discutido verbalmente com a mulher, a também juíza Mônica Andrade Figueiredo de Oliveira. A magistrada, que era paraibana, mas exercia a jurisdição no município de Martins, no Rio Grande do Norte, foi encontrada morta com um tiro, na manhã desta terça-feira (17), dentro de um carro que seria de seu marido, João Augusto. O veículo estava no estacionamento do condomínio Rio Miño, onde ele reside. A magistrada vinha regularmente a Belém para se encontrar com o marido.

Ao contrário do que seria recomendável em situações do gênero, o magistrado, em vez de chamar a polícia, entrou no carro e dirigiu-o, com o corpo dentro, até a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, no bairro de São Brás, onde fez a comunicação da ocorrência, presumindo-se que Mônica teria se suicidado.

Em seu site, o jornal Tribuna do Norte, de Natal (RN), informa que João Augusto, ao registrar a ocorrência na polícia, disse que o casal teve uma briga na noite anterior, por volta das 22h30 e, devido à discussão, Mônica teria ido embora, afirmando que viajaria de volta ao Rio Grande do Norte. Na manhã desta terça-feira, ainda segundo o relato do juiz, ele teria descido para trabalhar às 6h40 e levado a chave reserva, já que não havia encontrado a outra chave do veículo. Ao chegar ao carro, percebeu que a mulher estava morta.

Essa versão, no entanto, está sendo contraditada em pontos essenciais. O portal de O LIBERAL informou há pouco que a administração do condomínio Rio Miño nega que a juíza tenha morrido no local. O condomínio disse ainda que o juiz não mora no local há cinco anos e que também não há registro da entrada dele recentemente. A juíza não era conhecida por nenhum dos funcionários do condomínio.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Um tucano define o PSDB: "teatro do absurdo, filme de terror e seriado dos três patetas"

Marcus Pestana: vislumbrando pelo menos "três patetas" no PSDB. Mas eles podem ser mais.

Com todo o respeito aos tucanos, mas o PSDB é a briga.

O PSDB briga quando vence, briga quando perde e quando empata.

O PSDB briga para vencer, para perder e empatar.

Com essas brigas sem fim, esquarteja-se a céu aberto e expõe suas lideranças - ou o que resta delas - ao deboche e à falta de credibilidade que decorrem do esfarelamento da imagem pública da própria legenda.

Agora mesmo, o PSDB, para não perder a forma, briga consigo mesmo e vai se descredenciando com uma via alternativa dessa terceira via fantasmagórica, que vai ficando cada vez mais distante e ganhando os contornos de uma ópera-bufa.

O PSDB brigou para fazer prévias.

Feitas as prévias, um segmento do partido não aceitou o resultado, que apontou João Doria como o pré-candidato.

E haja briga.

Aí, a direção do partido, à frente o presidente Bruno Araújo, acertou com MDB e Cidadania, à revelia de Doria, que seria feita uma pesquisa quantitativa qual dos três partidos encabeça a chapa da Terceira Via.

Mas Doria já disse: se não for ele o melhor posicionado na tal pesquisa, vai à Justiça para fazer valer sua condição de candidato vencedor nas prévias partidárias.

Enquanto isso, o ex-governador paulista diz-se vítima de um golpe, parido nas entrahas do próprio ninho tucano, e tudo indica que já dispõe de pareceres jurídicos sólidos, sustentando ser legítimo que ele recorra à Justiça, caso o PSDB venha a adotar a candidatura ou do MDB ou do Cidadania.

Em meio a esse esquartejamento público, quem melhor definiu o PSDB, em declarações ao site O Antagonista, foi o ex-deputado Marcus Pestana (pré-candidato tucano ao governo de Minas), que comparou o partido a uma "mistura de teatro do absurdo, filme de terror e seriado dos três patetas".

Ele não disse quais são os três.

Mas, aqui pra nós, podem ser até mais de três.

Bem mais.

sábado, 14 de maio de 2022

Assalto, cabo da Aeronáutica morto e reféns em ônibus. Tudo isso na Grande Belém, em meio a duas operações com centenas de policiais.

Policial fiscaliza ônibus durante a Operação Impacto. Em outros pontos da cidade, um
choque de realidade, um choque de impacto: assaltos e homicídios (foto da Agência Pará)

A trombeteada - sempre, todo dia, o dia todo - redução nos níveis de criminalidade na Região Metropolitana de Belém e, por extensão, em todo o Pará foi submetida nesta sexta-feira (13) a um duro, para não dizer duríssimo, choque de realidade. Uma realidade de impacto, diga-se logo.

Apesar de duas operações - alardeadas com todos os efes e erres pela Agência Pará - mandarem para as ruas centenas de policiais, deslocando-se em centenas de veículos, os bandidos, ao que parece, passaram a mão no celular, leram onde, quando e como seriam as operações e, estimulados por suas próprias audácias, acabaram tocando o terror. Sem medo e sem pena de ninguém, como se espera de desalmados.

Numa das ocorrências, talvez a mais trágica, ninguém menos que um cabo da Aeronáutica foi morto por dois assaltantes, justamente no momento em que as duas operações estavam nas ruas. E cerca de 20 de passageiros de um coletivo foram feitos reféns de facínoras.

Operação Impacto - Na manhã de sexta-feira, no início da tarde, a Agência Pará, em matéria sob o título Segup deflagra operação integrada para prevenção e represssão crimes, informou que a Operação Impacto, prevista para aquele dia, envolveria quatro frentes e pontos estratégicos no Parque Porto Futuro e Arena Guilherme Paraense "Mangueirinho" em Belém; Ginásio de Esportes Almir Gabriel "Abacatão", em Ananindeua.

"A iniciativa da Segup envolve todos os órgãos do Sistema de Segurança Pública do Estado (Sieds), que juntos com as guardas e órgãos municipais de trânsito, atuam, dentro das suas atribuições, gerando forte impacto positivo à população, que tem maior visibilidade e segurança com as forças policiais nas ruas", diz a matéria, que destacou, inclusive, a foto acima, de uma policial fiscalizando um ônibus.

A mencionada Operação Impacto ocorreu simultaneamente a uma outra, denominada Super Overlord, também anunciada em matéria na Agência Pará (veja aqui). A abertura do texto diz assim: "A nova fase da 'Operação Super Overlord - Maio 2022', deflagrada pela Polícia Militar nesta sexta-feira (13), bateu novo recorde de veículos empregados de forma simultânea, nos horários compreendidos entre as 17h e 01h. Ao todo, foram utilizados 1.383 viaturas - sendo 962 carros e 421 motos -, visando intensificar as ações ostensivas e preventivas, diminuir os índices de criminalidade e garantir mais segurança para os moradores da Região Metropolitana e interior do Estado."

Pois mesmo com as duas operações, que se estenderam até o final da noite de sexta-feira, como se pode ver, dois bandidos pegaram um ônibus por volta das 21h. Quando o coletivo trafegava pela avenida Pedro Álvares Cabral, a dupla anunciou um assalto. Um cabo da Aeronáutica reagiu e foi morto com um tiro na cabeça. Detalhe: o homicídio ocorreu bem em frente à Seccional da Sacramenta.


Os dois bandidos saíram do ônibus, roubaram uma moto e fugiram pela BR-316. Quando chegaram às proximidades da Unama, invadiram outro coletivo e, vendo-se cercados pela polícia, fizeram todos os passageiros reféns (vejam no vídeo acima). Depois de duas horas de negociações, eles se renderam e foram levados presos.

Isso tudo, repita-se, ocorreu em meio a duas operações policiais (Impacto e Super Overlord) feitas simultaneamente, de acordo com as informações oficiais - aliás, oficialíssimas. E tal ocorrência, pela sua magnitude, ela sim, é que causou impacto e teve maior repercussão. Mas terão sido registradas outras ocorrências do gênero?

Sabe-se lá.

Pelo sim, pelo não, talvez fosse melhor - por ser mais estratégico, quem sabe - a polícia não anunciar essas operações, ainda que seja recomendável, é claro, fazê-las toda as vezes em que se fizer necessário.

E estranha-se, sinceramente, que tenham sido necessárias duas operações de uma vez só. Porque, pelo que ouvimos e lemos, a criminalidade na Região Metropolitana de Belém e no Pará está sempre em queda. Por todo o Pará.

Mas esses choques de realidade, contrapostos ao choque dos números que indicariam a queda no índice de crimes, sempre causam impacto.

Apesar, infelizmente, do impacto das operações.

Presidente da OAB-SP apoia proposta de paridade de gênero. Mas OAB do Pará continua em silêncio.

A presidente da OAB de São Paulo, Patricia Vanzolini, é mais uma a aderir à proposta formulada pela advogada Kelly Garcia, pedindo que o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará aprove a inclusão de três homens e três mulheres na próxima lista sêxtupla do quinto constitucional.

Dessa relação é que o TJ do Pará vai escolher três nomes, um deles a ser nomeado, pelo governador do estado, para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre, em outubro do ano passado. Até agora, decorridos quase seis meses da vacância, a diretoria da Ordem ainda não publicou o edital para deflagrar o processo de formação da lista.

Em contato com Kelly Garcia, a presidente da OAB paulista não apenas informou sua adesão à proposta como informou que, em São Paulo, a Ordem já aprovou a Resolução nº 3/2002 (veja aqui), prevendo que "a lista sêxtupla deverá atender ao percentual de 50% para cada gênero e, no mínimo, 30% de advogados negros e de advogadas negras, ou seja, pretos(as) ou pardos(as), ou definição análoga (critérios subsidiários de heteroidentificação)."

Em Belém, a advogada Brenda Araújo, que disputou as eleições da OAB-PA, em novembro do ano passado, como vice na chapa opositora encabeça pelo advogado Sávio Barreto, fez postagem em seu perfil no Instagram (veja acima) criticando a postura da Seccional paraense da Ordem por não estar cumprindo compromissos assumidos em campanha, inclusive em relação à questão da paridade de gênero.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

É guerra: "Temos que ir pra cima com unhas e dentes", prega Zequinha Marinho. Que mostra as unhas e arreganha os dentes.


Aos que estão apostando que as eleições de outubro, no Pará, serão uma pasmaceira sem fim, serão de uma monotonia exasperante, por conta de uma dita (conforme pesquisas) supremacia do governador Helder Barbalho (MDB) sobre pré-candidatos concorrentes, podem tirar o cavalo da chuva.
Parece que não.
No mínimo, teremos, como se diz, emoção no pleito que vem por aí.
Deem uma olhada no vídeo acima, disponível no perfil do senador Zequinha Marinho (PL) no Facebook (cliquem aqui).
Até o início da tarde desta sexta (13), o vídeo, bem curtinho, já havia alcançado 973 curtidas e 292 compartilhamentos no perfil de Marinho, que tem pouco mais de 90 mil seguidores na rede social. As hostes bolsonaristas (ou seriam hordas?), extasiadas, encarregam-se de viralizar a postagem.
Em reunião com pré-candidatos do PL, no final de semana passado, em Ananindeua, o senador apresentou, digamos assim, as credenciais do discurso com que pretende barrar a recondução de Helder ao governo do estado.
"Nós estamos diante de uma tarefa gigantesca, de uma guerra danada. Nós temos que ir pra cima com unhas e dentes", esbraveja o pastor-senador, mostrando as unhas e arreganhando os dentes.
Diz mais: "Eu teria necessidade [de concorrer ao governo do estado]? Eu estou no meio do mandato de senador", alega o bolsonarista, explicando que não se sujeitaria a concorrer ao governo do estado "se não fosse tanta corrupção, se não fosse tanto desmando, se não fosse tanta coisa que é uma vergonha pra sociedade paraense, um povo tão bom".
Taí!
Se vocês acham que não teria emoção em outubro, é bom irem revendo as suas expectativas.

Um fio de (quase)lágrima pelo Remo. Em rede nacional!

Charles Gavin (à dir.), ao lado de Tim Vickery, no Redação Sportv desta manhã:
lamento pela eliminação da Remo da Copa do Brasil.

A eliminação do Remo da Copa do Brasil, ao ser derrotado pelo Cruzeiro por 5 x 4, na cobrança de pênaltis, mereceu uma menção comovida do músico Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs (é bom lembrar) num programa de esportes em rede nacional.
Foi há pouco, no Redação Sportv, programa no qual ele integra a bancada, às sextas-feiras.
Gavin disse que, no jogo de ontem, no Independência ficou "dividido", porque sempre teve um grande e especial apreço pelo times do Pará.
"Fiquei triste pelo Remo", lamentou o músico.
Não é nada, não é nada, um desabafo como esse é muita coisa, sim, num momento (um momentão, que já se alonga por décadas, vale dizer) em que o futebol paraense, mesmo em situações adversas, é lembrado como referência - no mínimo pela paixão que o torcedor paraense, apesar da bagunça, da desorganização, do voluntarismo e do amadorismo de dirigentes, sejam os dos próprios clubes, sejam os da FPF.
Prova disso são as eleições para a entidade, até agora encruadas, travadas, barradas ora porque têm sido utilizados artifícios legais inaceitáveis, ora porque ambições desmedidas sobrepõem-se a ambições legítimas, que poderiam reverter em favor do próprio futebol paraense.
Uma pena!
Mas... é preciso seguir o jogo.
Então, segue o jogo!

Ninguém agora pode reclamar das Forças Armadas. Elas agem por delegação do próprio TSE.

Com todo o respeito que nos merecem os ardorosos e intimoratos defensores da democracia, aos quais repugna, por óbvio, as propensões golpistas do desgoverno Bolsonaro. 

Com todo o respeito, mas ninguém, dentre esses bravos combatentes, pode reclamar de estarem as Forças Armadas fuçando, até onde mais não podem, para averiguar se o sistema eleitoral eletrônico é mesmo seguro.

Lembrem-se, meus caros, que foi Sua Excelência o ministro Luís Roberto Barroso que, então como presidente do TSE, entronizou um representante das gloriosas Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), criada quase que entre pompas e fanfarras em setembro do ano passado, em meio aos mais intensos e tenebrosos surtos conspiratórios do desgoverno Bolsonaro.

É nessa condição, portanto, que os militares estão embuchando o TSE de questionamento sobre o voto eletrônico. Para regalo - quase êxtase - do Incorruptível, que assim vai alimentando dia e noite suas manias persecutórias.

Está bem que, dentre os nossos ardorosos democratas, antibolsonaristas e antifascistas, todos, ou quase todos, considerem que as Forças Armadas estariam vergonhosamente e covardemente rendidas como instrumentos para potencializar as teses conspiratórias do Irresponsável. 

Mas também, quem mandou o doutor Barroso exceder-se nos seus elogiáveis escrúpulos democráticos delegando às Forças Armadas o papel de fiscal da transparência eleitoral?

Quem mandou?

quinta-feira, 12 de maio de 2022

OAB Pará promove curso de capacitação sobre o quinto constitucional. Mas edital, que é bom, até agora nada!

Há quase seis meses, que se completam precisamente no dia 28 de maio próximo, que a OAB do PA não dá indicações sobre quando publicará o edital que permitirá a inscrições de candidatos ao quinto constitucional, a ser preenchido a partir da vaga aberta no TJ Pará com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre.

A demora tem sido tanta que até já foi protocolado, na última terça-feira, um ofício pedindo que o TJ informe se houve comunicação formal da vacância à OAB-PA. Se a comunicação já tiver sido feita, a diretoria da Ordem terá o prazo de 30 dias para publicar o edital. Do contrário, qualquer advogado poderá representar ao Conselho Federal da OAB, que então adotará as providências necessárias para tal.

Mas, ao que parece, agora vai.

Ou está indo - sei lá.

Espiem na imagem acima, no perfil oficial da própria Ordem no Instagram.

Conforme se lê na legenda, "recentemente", ou seja, em data não indica, "a diretoria da OAB Pará promoveu curso que contemplou o Conselho Seccional e subseções. Realizada no plenário Aldebaro Klautau (sede da instituição) e transmitida pela plataforma Zoom, a capacitação teve como tema 'Eleição do Quinto Constitucional pela OAB'".

Diz mais, a legenda: "A iniciativa visa esclarecer dúvidas e preparar os integrantes do Sistema OAB-PA, uma vez que todas e todos possuem grande responsabilidade no processo eleitoral que escolherá o representante para defender os interesses da classe e da sociedade no exercício do desembargo."

Então, pronto.

Tudo indica que, sanadas todas as dúvidas e sabedores advogados e advogados da "grande responsabilidade no processo eleitoral que escolherá o representante para defender os interesses da classe e da sociedade no exercício do desembargo", chegou a hora de sair o edital que não sai há meses.

Aguarde-se.

Ou aguarde-se-o (se é que vocês querem falar o português dos tempos de Camões).