Ronaldo Fenômeno deixou numa saia justa coleguinhas – dezenas – que o entrevistaram atropeladamente ontem à noite, logo após o título de campeão paulista invicto conquistado pelo Corinthians no Pacaembu.
Quando lhe fizeram a primeira pergunta, para que respondesse sobre o fato de ser campeão após ter chegado ao Timão sob a descrença geral, Ronaldo ignorou a indagação e passou a dar várias bicudas na desorganização que, segundo ele, imperou no Pacaembu.
Primeiro, mencionou a invasão de repórteres no gramado depois do jogo. “Eu mesmo levei várias microfonadas no rosto”, disse Ronaldo, que lamentou não ter sido possível ficar no gramado para comemorar a conquista com seus companheiros – apenas com eles, e não com centenas de pessoas estranhas, inclusive repórteres.
Segundo, considerou uma “irresponsabilidade” o incêndio na estrutura móvel na qual foi entregue o troféu de campeão ao Corinthians ao jogador William, capitão da equipe, logo depois da partida (na foto acima, do UOL). “Todo mundo sabia que aquilo [o fogo] ia acontecer”.
Ronaldo Fenômeno é brasileiro, fez seu nome no Brasil, projetou-se aqui, mas consolidou sua carreira na Europa, onde a organização é impecável. E ainda se não for impecável, está a milhas, muitas milhas à frente da muvuca que se vê em campos de futebol no Brasil.
Na Europa, seria impensável a invasão do gramado depois da partida, mesmo numa conquista de título.
E seria mais impensável assistir, num estádio de futebol europeu, a um espetáculo de entrega de troféu que acabasse num fogaréu que expôs várias pessoas a sérios riscos.
Ronaldo tem razão – inteira razão – nos seus protestos.
Quanto a seguirem as suas recomendações e que são elas.
Porque o futebol brasileiro, vocês sabem, é mesmo uma bagunça.
É uma excelência de qualidade, mas tudo o que depende de organização planejada fora dos gramados vira uma bagunça.
E o que aconteceu ontem, no Pacaembu, em termos de desorganização, é resultado da mentalidade da cartolagem nacional.
Sem dúvida que é.
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