segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pacientes sofrem com greve

No AMAZÔNIA:

Após quatro dias de paralisação, os servidores do Pronto-Socorro Municipal do Guamá continuam sem ter as reivindicações de aumento de salário e melhores condições de trabalho negociadas com a prefeitura de Belém. Enquanto isso, somente os casos graves - como baleamento e esfaqueamento - estão sendo atendidos no hospital. O restante é encaminhado para o PSM da 14 de Março, que ainda não aderiu à greve. Hoje pela manhã, um piquete será feito em frente ao pronto-socorro do Umarizal para que todos os servidores de saúde do município paralisem as atividades.
No sábado (2), 79 atendimentos graves foram realizados no PSM do Guamá. Já no domingo, segundo Samuel Leal, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Pará (Sindsaúde), nem traumatologista tinha no hospital. Uma pessoa que chegou no local com a clavícula quebrada teve - assim como pacientes com casos menos graves - que ser encaminhada para o PSM da 14 de Março. Pacientes com hipertensão estão sendo atendidos do lado de fora. Somente se tiverem maiores complicações de saúde é que serão medicados.
Samuel disse ainda que os servidores do PSM do Guamá estão sendo assediados pela direção do hospital para que voltem a trabalhar imediatamente. 'Estamos sendo coagidos. Um absurdo', disse.
Na 14 de Março - Um paciente foi encontrado ontem à tarde sendo atendido do lado de fora do PSM da 14 de Março. José Antônio Pereira, que é paraplégico, estava há duas semanas esperando por atendimento nos hospitais de Ananindeua. Como não conseguiu, teve que ir ao pronto-socorro do Umarizal, onde mais uma vez não foi atendido da forma correta, segundo seus familiares.
Um amigo do paciente, o universitário Fabrício Lopes, informou que José Antônio está sem o movimento das pernas há 10 anos, quando caiu de um andaime de uma construção. Hoje, por ter falta de oxigenação e nutrição dos tecidos da pele - comum a pessoas que possuem deficiência física - ele tem vários ferimentos na perna que estão totalmente infeccionados. 'Os médicos disseram que não podiam fazer nada por ele, por não ser de Belém. Apenas deram um banho nele, colocaram fralda e o trouxeram para o lado de fora do hospital', explicou.
De acordo com a enfermeira Mônica Dias, o paciente deve ficar em repouso e marcar uma consulta em uma unidade de saúde de Ananindeua. E, posteriormente, procurar o programa Saúde da Família para que os curativos sejam feitos regularmente na sua residência. 'Nós fizemos todos os procedimentos. Só que não dá para internar um paciente por causa de escaras', disse.
Somente após muita insistência dos funcionários do PSM da 14 de Março para conseguir transferir o paciente é que ele foi levado para o pronto-socorro da Cidade Nova VI, em Ananindeua. Segundo os familiares do paciente, eles estavam esperando uma ambulância desde meio-dia e ela só foi chegar às 15 horas. Antes disso, um veículo da Secretaria Municipal de Saúde de Marituba chegou ao local em péssimas condições de uso e deixou um forte cheiro de queimado na frente do PSM. O motorista informou que não conseguiu autorização para encaminhar o paciente para outro lugar.
Samu - Quem precisou de ambulância ontem à tarde teve muita dor de cabeça. Por causa da interrupção no fornecimento de energia elétrica no bairro de Fátima, onde funciona a Central de Atendimento de Chamadas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu), não foi possível atender às solicitações para envio de ambulâncias na cidade. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), enquanto perdurar o problema os pedidos devem ser feitos ao Centro Integrado de Operações (Ciop), que vai repassar as ocorrências para o Samu via rádio.

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