sábado, 9 de maio de 2009

Operário morre em obra

No AMAZÔNIA:

Um operário morreu ao cair do 16º andar de um edifício em obras no Umarizal ontem pela manhã. Aldenir Soares de Melo, de 32 anos, trabalhava na laje do pavimento mais alto da construção e não usava equipamentos de proteção. O acidente ocorreu por volta de 10h30, em um edifício localizado na rua Antônio Barreto entre 14 de Março e avenida Generalíssimo Deodoro, no Umarizal. O operário caiu sobre o teto de uma casa ao lado da obra. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará esteve no local e denunciou a falta de equipamentos obrigatórios de segurança. Aílson Cunha diz que vai pedir o embargo da obra e denunciar o caso ao Ministério Público.
O acidente no edifício da Antônio Barreto foi o terceiro envolvendo operários da construção civil em uma mesma semana, segundo Aílson Cunha, presidente do sindicato. 'De janeiro para cá foram mais de 150 acidentes de trabalho em obras em Belém. Até ontem (anteontem), sem nenhuma vítima. Infelizmente é a vida de um companheiro nosso que vai ser perdida para alertar as pessoas de que tem alguma coisa errada', disse Aílson, em tom de indignação. Por alguns minutos, ele foi impedido de entrar no canteiro de obras onde ocorreu o acidente. O presidente do Sindicato também desferiu acusações contra a construtora Porte Engenharia, em referência a condições de trabalho dos empregados e a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs).
O operário Aldenir Soares de Melo trabalhava como moldador de lajes no 16º andar do edifício 'Lille'. Informações de pessoas que estavam na obra colhidas pelo chefe de operações da Seccional do Comércio Alberto Paixão, dão conta de que o operário teria se desequilibrado ao carregar uma peça de concreto de um lugar para o outro. A queda, de mais de 40 metros, foi fatal. O barulho do choque pôde ser ouvido a um quarteirão de distância. A movimentação atraiu dezenas de curiosos.
Barulho - Duas estudantes que dormiam na casa ao lado da obra no momento do acidente contam que segundos depois do barulho, ouviram gritos e o choro de uma pessoa. 'Na hora a gente saiu para ver o que era. Quando a gente ouviu o choro pensava que era ele, ainda vivo. Mas era um irmão dele, que estava na obra', conta Laila Carvalho, ainda assustada pelo episódio. A advogada Suely Carvalho, dona da casa, diz que enfrenta problemas com o empreendimento há meses. 'Cai cimento e pedra em cima dos carros, e até pedaços de madeira. A gente corre risco de vida aqui do lado. Desde quando começou a obra, a gente tem tido problema. Não é implicância, é uma questão de segurança. As minhas paredes começaram a rachar, o muro do quintal da minha casa foi destruído e agora foi essa tragédia. Ninguém faz nada', reclama a advogada.
Um representante da empresa Porte Engenharia, responsável pelo empreendimento, orientou os funcionários a não dar informações sobre as circunstâncias do acidente. Ele não quis dar entrevista, mas informou que a empresa falaria sobre o episódio após tomar conhecimento do que realmente ocorreu.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará Ailson Cunha adiantou que vai pedir o embargo da obra ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) e vai denunciar caso ao Ministério Público.

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