terça-feira, 12 de maio de 2009

Nada muda no Ofir Loyola

No AMAZÔNIA:

Mesmo depois da publicação de uma série de matérias com denúncias referentes ao Hospital Ofir Loyola (HOL) em O LIBERAL e Amazônia, o caos na casa de saúde continua. Sem o medicamento Glivec desde abril deste ano, pacientes com leucemia mielóide crônica sofrem com a incerteza de que irão sobreviver. O remédio é indispensável no tratamento do câncer e precisa ser tomado uma vez ao dia. O problema é que somente uma caixa com 30 compridos custa R$ 9 mil e, quem não tem condições de comprá-lo, depende do hospital.
O Glivec é um medicamento que evita a multiplicação fatal das células brancas do sangue, que ocorre na leucemia. Por causa disso, assim que recebeu no domingo a notícia de que o remédio tinha acabado na farmácia do HOL, o juiz aposentado Flávio Oliveira entrou em desespero. Sua esposa, de 59 anos, é portadora da doença. O comunicado partiu de um funcionário do hospital.
Flávio Oliveira recorreu ontem à promotora dos Direitos Constitucionais, Suely Cruz, que ficou de tomar as providências cabíveis para solucionar o caso. Além de falar da necessidade de assegurar a continuidade do tratamento dos pacientes com leucemia mileóide crônica, o aposentado falou ainda de como a falta do remédio expõe os doentes a riscos gravíssimos. 'Sem esse medicamento as pessoas vão morrer. Os pacientes são totalmente dependentes do remédio. Só para se ter ideia, depois de um mês que minha esposa começou a tomar o Glivec os exames de sangue atestaram zero de leucemia', disse Flávio Oliveira.
O hospital fornece o medicamento gratuitamente tanto para os portadores de leucemia mielóide crônica que estão internados no hospital, como para outros que estão em outros hospitais, mas conseguiram o direito de recebê-lo por meio de decisão judicial.
Radioterapia - Pacientes que precisam do tratamento de radioterapia - que é capaz de destruir células tumorais - também sofrem do mesmo mal. O pai de Edilene Barros, que tem câncer no pulmão, está há cerca de cinco meses sem recebê-lo. Como o plano de saúde só cobre a quimioterapia, o jeito foi encaminhar Raimundo Aluísio de Barros, de 64 anos, para o HOL, que é o único hospital da região Norte que realiza este tipo de tratamento.
Em março deste ano, Edilene esteve no hospital para tentar conseguir mais uma vez uma justificativa plausível para o descaso no local. No entanto, descobriu que tinham perdido o prontuário do seu pai e, mais uma vez, ele teve que se submeter a uma série de exames.
Hospital - O HOL, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a denúncia de falta de medicamento no hospital desde o dia 20 de abril. O motivo é que o Ofir Loyola possui uma dívida com o laboratório Novartis, responsável pelo remédio e, somente após o pagamento do débito, é que ele será recebido.
Já a radioterapia está sendo feita normalmente para as pessoas que agendaram a consulta previamente. No entanto, como o simulador está com defeito há cerca de um mês, quem for procurar o tratamento no hospital não vai conseguir ser atendido. Segundo a assessoria de imprensa, é somente com o equipamento que se pode saber a quantas sessões o paciente deve ser submetido. Ele já foi enviado para o conserto, mas até agora não foi devolvido. Não há previsão de solução para os dois casos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Governo fraco, dirigentes fracos, nomeados por indicação politica e não por méritos, o que poderiamos esperar desta mistura!

Trícia Gonçalves disse...

Entendo perfeitamente a agonia e o desespero dessas pessoas, pois estou com meu pai há um ano tentando o tratamento no HOL para um câncer linfático que está tomando conta do corpo dele. Hj mesmo ele me disse q tem vontade de meter uma bala na cabeça. É desesperador. Não sei mais a quem recorrer.