segunda-feira, 18 de maio de 2009

E Jader? Avalizou ou não a metralhadora verbal de Priante?

Uma pergunta não quer calar entre os que ouviram ou leram sobre a saraivada de balas que foi a entrevista de sábado, à Rádio Tabajara FM 106,1, do presidente do Diretório Municipal do PMDB de Belém, o ex-deputado José Priante.
Uma entrevista, vocês sabem, que teve como alvo, no início, no meio e no fim, o governo de Sua Excelência a governadora Ana Júlia Carepa.
A pergunta que não quer calar é: e o presidente regional do PMDB, deputado Jader Barbalho, em que ponto dessa corda se equilibra? Ele avalizou ou não as críticas? Apoiou ou não a metralhadora verbal de Priante?
O ex-deputado, durante o programa apresentado pelo jornalista Carlos Mendes, com a participação do também jornalista Francisco Sidou, informou claramente que Jader o chamou para conversar na sexta-feira, um dia antes, tão logo tomou conhecimento, pelos blogs, de que ele, Priante, não apenas iria ao programa Jogo Aberto como ainda soltaria o verbo contra o governo Ana Júlia.
Mas foi só isso e apenas isso que Priante disse aos ouvintes: que foi chamado por Jader.
Não é fácil, no entanto, imaginar as seguintes hipóteses, as seguintes alternativas ocorridas na conversa reservada entre Priante e o presidente regional do PMDB:
1. Jader deixou o ex-deputado à vontade para quebrar o pau.
2. Jader o advertiu: podes falar o que quiseres, mas assume sozinho (e durante o programa Priante, em certa ocasião, foi muito claro: disse que falava em seu próprio nome).
3. Jader recomendou que Priante tivesse prudência nas palavras.
4. Jader vetou a ida de Priante ao programa.
Se fosse numa prova de marcar, dessas de vestibular, a terceira e quarta alternativas seriam prontamente descartáveis, porque Priante foi ao programa e porque destilou as criticas mais contundentes já feitas até por uma liderança do PMDB do Pará ao governo Ana Júlia.
As alternativas 1 e 2 são as mais prováveis.
E das duas alternativas mais prováveis, a mais provável das duas é a primeira.
Até porque Jader, ele mesmo, também já cuspiu fogo contra auxiliares do governo Ana Júlia, a quem chamou de fofoqueiros.
Até porque o líder da bancada do PMDB na Assembléia, deputado Parsifal Pontes, também já aplicou os seus pontapés verbais nos petistas e no governo, a quem acusou de não respeitarem o PMDB.
Até porque Jader, ele mesmo, sabe que a insatisfação no PMDB é muito grande com o governo Ana Júlia.
Até porque Jader, com Priante soltando fogo por todos os poros, continua numa situação confortável, uma vez que, se ainda se contém para dizer tudo o que Priante disse, de qualquer forma sente exatamente o que Priante e tantos outros peemedebistas sentem.
E mais: Jader ainda se dá ao luxo de posar como a liderança de um grande partido que deixa os aliados inteiramente livres para demarcarem suas posições, sobretudo quando em favor dos privilégios que o PMDB exige na condição de grande fiador da eleição de Ana Júlia em 2006.
Não é fácil concluir, assim, que Jader, quem sabe, soltou foguetes depois da entrevista.
E se não soltou, teve vontade de soltá-los.
Muita vontade.

4 comentários:

Anônimo disse...

caso seja procedente o comentário oportuno feito por você, Bemerguy, tenho minha conclusão: o rompimento está para sair a qualquer hora, Priante deu o recado e os deputados e vereadores vão apenas dar eco, hoje, nas casas legislativas. Ana Júlia, por seu lado, está em palpos de aranha, mas precisa, e como precisa, do PMDB. Responda, Bemerguy, a pergunta de Lênin: O QUE FAZER?
Tenha um bom dia. Meu nome é Alessandra Eduarda Batista

Anônimo disse...

Bom dia, meu caro jornalista
A governadora não pode ficar calada depois de tudo o que o Priante disse dela na Rádio Tabajara. O mínimo qu ela pode fazer agora é defender a ela própria e a seu combalido governo. É o que lhe resta. Se calar, perdeu o bonde de 2010. Puty, André Farias e outros cardeais também irão para o brejo ano que vem com suas jogadas políticas.
Arildo Santos
contador

Anônimo disse...

Impressionante como esses comentaristas do Priante gostam de se identificar, hein !

Anônimo disse...

De anônimos ou não, a concordância da leitura feita por Bemerguy é simples e bastante coerente, não adianta fechar os olhos. É que Jader, além das dos argumentos publicados, também está numa situação bastante privilegiada. No momento, o PT, digo, o governo Ana Júlia precisa muita mais do PMDB do que o contrário. Imaginemos aqui uma situação limite de tolerância do governo em relação ao PMDB e a ruptura da coligação, imaginemos. Jader já fez contatos com Jatene, Mário Couto, e ainda tem corrente defendendo sua própria candidatura ao governo. Ora, sair como vítima de um governo bastante desgastado só lhe beneficiaria. O pior que pode ficar para o PMDB é se ficar como está, porque está institucionalmente aliado, sem poder político. Quer queira quer não, realmente o Governo Ana Julia,m no que tange a reeleição está numa sinuca de bico, porque terá de apanhar e apanhar e apnhar mais e sem poder de reação, mesmo com a caneta na mão.
abs