Na FOLHA DE S.PAULO:
Notas fiscais com detalhes das compras feitas com cartões corporativos e contas tipo B (pagamento em dinheiro) mostram gastos do primeiro escalão do governo que vão de compra de cargas para caneta Montblanc de ministro até lupas, guarda-chuva, isqueiros e diversas revistas.
As despesas, desde que não sejam para uso pessoal, não são irregulares. A norma que regulamenta o uso do cartão, porém, não define o que é gasto pessoal. Segundo a CGU (Controladoria Geral da União), cada caso tem análise separada.
Entre as compras detalhadas nas notas está um guarda-chuva para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e revistas "Caras", "Nova" e "Claudia" para a primeira-dama Marisa Letícia ler em uma viagem oficial.
A ministra Nilcéa Freire (Secretaria das Mulheres) pagou com cartão corporativo para ela e para uma assessora um jantar em São Paulo, no restaurante Blue Tree Convention Ibirapuera, em 22 de agosto de 2006, que incluiu uma taça de vinho, uma caipirinha, duas sugestões do chefe, dois cafés expresso e uma água sem gás no valor de R$ 83,60. A CCU considera irregulares pagamentos de gastos a terceiros.
A secretaria informou que foi a assessora da ministra quem consumiu as bebidas alcoólicas e que a parte dela na conta seria devolvida. Depois a secretaria informou que não se fez necessário devolver a diferença porque ela tinha restituição a receber de gastos que fez com seu dinheiro.
Troco - Outra conta paga pela ministra, no restaurante Temperança, em São Paulo, no dia 24 de março de 2007, com cartão corporativo, revela que houve troco. A conta somou R$ 122,17, a nota informa que foi passado no cartão R$ 140,00 e registra troco de R$ 17,83. A assessoria informou que a nota foi emitida de forma errada.
Para o ministro Walfrido dos Mares Guia, que ocupou o Ministério das Relações Institucionais de março até novembro de 2007, segundo uma solicitação de compra que Folha teve acesso, foram adquiridas por meio de contas tipo B, em duas ocasiões, cargas para caneta Montblanc. Um dos pedidos pede "urgência".
Em abril foram compradas duas cargas, em maio, outras quatro. Todas na Poin Canetas, uma barraca localizada na Feira dos Importados, em Brasília, que vende produtos em sua maioria trazidos do Paraguai. "Tal recarga só se encontra disponível para venda na feira", justificou o requisitante informando que são para atender "ao senhor ministro".
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