Na FOLHA DE S.PAULO:
Como resultado da maior rigidez na autorização para abertura de cursos médicos, enquanto o número de concluintes no ensino superior teve crescimento de 200% de 1994 a 2006, a variação entre alunos formados em cursos de medicina foi de apenas 36%, segundo o Censo da Educação Superior.
O levantamento mostra também que a formação continua concentrada no Sudeste. Em 2006, os quatro Estados dessa região representavam 43% da população, mas tinham 59% dos formados em medicina.
Já as regiões Norte e Nordeste (que respondem, juntas, por 36% da população) formaram apenas 21% dos médicos.
Essa discrepância entre o número de formados e a população acaba se refletindo na relação de médicos por habitante. Um estudo divulgado neste mês pelo Centro de Políticas Sociais da FGV mostra que o Distrito Federal (um profissional para 292 habitantes), o Rio (um para 299) e São Paulo (um para 448) têm a maior proporção de médicos no país.
No outro extremo, estão o Maranhão (1 para 1.786 habitantes), o Pará (1 para 1.351) e o Piauí (1 para 1.282).
Esse estudo, realizado pelo economista Marcelo Neri, concluía que o país enfrentava escassez de médicos e que deveria ser feito um esforço para formar mais profissionais. Neri comparou a partir de pesquisas do IBGE indicadores do mercado de trabalho para 31 carreiras. Os médicos foram os que apresentam maiores rendimentos (R$ 6.270 em 2000), a maior ocupação (90% estão empregados) e a maior jornada (50 horas semanais). Ele também comparou, baseado em estatísticas da ONU, o número de médicos por habitantes no Brasil com outros países. O país está na 84ª posição entre 174 nações. A maior proporção de médicos ocorre em Cuba (1 para 169 habitantes).
A presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio, Márcia Rosa de Araújo, disse concordar em parte com as conclusões da pesquisa. Segundo ela, é preocupante o número de novos cursos de medicina criados todo ano, o que põe em risco a qualidade da formação.
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