segunda-feira, 28 de abril de 2008

Encenação da queda leva até policial às lágrimas

Na FOLHA DE S.PAULO:

Foi só os pezinhos da boneca representando a menina Isabella Nardoni aparecerem na janela do apartamento 62 do Edifício London e calaram-se os cerca de 150 jornalistas, técnicos e cinegrafistas que acompanhavam ontem desde as primeiras horas da manhã a simulação do crime. Mesma atitude tiveram moradores do prédio defronte, que acompanhavam a encenação, e agentes -cerca de 60 do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil.
Com uma camiseta azul (cor que Isabella Nardoni usava no momento em que foi jogada da janela), peruca morena, peso e altura semelhantes aos da garota morta, a boneca foi introduzida por um rasgo feito momentos antes em uma tela de proteção colocada no mesmo quarto de onde a menina caiu.
O simulacro ficou pendurado pelos pulsos do lado de fora da janela do quarto e, depois, foi solto -como teria acontecido com a própria Isabella, segundo a versão policial. Toda a cena durou dois minutos contados a partir das 13h05.
Não houve queda nem choque com o solo porque a polícia técnica amarrara o corpo à janela do apartamento. Em vez de cair, a boneca ficou suspensa no ar. Foi recolhida para ser, de novo, jogada. Replay da cena.

Metralhadoras
Uma mulher de cabelos aloirados, moradora no edifício Versailles, que fica bem na frente do London, chorou. Um policial do GOE que não se identificou também emocionou-se. Disse, com os olhos cheios de lágrimas, ter temido pela vida de seu filho, mesma idade de Isabella (a menina completaria seis anos no dia 18 de abril).
Os jornalistas agora falavam em volume baixo e assim permaneceram durante todo o restante da encenação, que durou um total de sete horas. Até então, o assunto eram os policiais do GOE, que ostentavam armamento de guerra -carabinas, pistolas e submetralhadoras calibre .40, de uso restrito das forças policiais, além de escopeta calibre 12 e facões.
A alegação era de que o arsenal serviria para garantir a segurança do evento. Mas, com os curiosos mantidos afastados a 120 metros da cena do crime por cordões de isolamento e por soldados comuns da PM, os agentes do GOE só tiveram mesmo que lidar com jornalistas e moradores, além de prestadores de serviço dos prédios em volta do London.
Os curiosos ontem não superaram a marca dos 50. A maioria manteve-se em silêncio e pertencia a um auto-proclamado Apostolado Exército de Santo Expedito, que distribuía bandeirinhas a quem passava pelo local.

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