Na FOLHA DE S.PAULO:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista publicada ontem nos jornais do grupo Diários Associados que se tivesse que produzir dossiê contra opositores teria feito isso em 2005, no escândalo do mensalão. "Se eu quisesse fazer dossiê, teria feito em 2005, quando fui triturado por adversários que vocês conhecem. E que, se investigados, teriam muita coisa. (...) Se eu fosse fazer um dossiê, não seria da dona Ruth [Cardoso]", disse, em referência à ex-primeira-dama.
Ao negar que o governo tenha reunido dados contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula assinalou aquilo que deve ser a linha de defesa do Planalto no caso, a de que dados de ex-presidentes não são sigilosos: "Quando eu deixar a presidência, no primeiro dia de janeiro de 2011, os meus dados serão dados públicos".
Tão logo a Polícia Federal foi acionada e deu mostras de que investigaria não só o vazamento mas também quem elaborou o dossiê, o governo começou a divulgar reservadamente que dados de ex-presidente não são sigilosos. Com isso, tanto o vazamento como a montagem do dossiê não poderiam ser considerados crimes.
O presidente repetiu que pretende instituir diárias para substituir os cartões, sem necessidade de prestação de contas. "Se você quiser dormir na sarjeta, dorme. Não precisa prestar contas. Só assina o recibo de que recebeu as diárias. (...) Se o cidadão pegar a diária e quiser dormir num "meia estrela" para economizar, o problema é dele", afirmou.
Eleições
Na entrevista, Lula também estimulou os partidos da sua base de sustentação a lançarem os nomes à sua sucessão logo após as eleições municipais. "A oposição não pode ficar nadando sozinha. É preciso colocar mais gente nessa praia."
O petista negou que já tenha lançado a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como seu nome preferido, dizendo que no momento certo ela terá que apresentar outras "credenciais" além da, segundo ele, capacidade gerencial "raríssima".
Ainda sobre eleições, Lula voltou a negar que pense ou articule mudança na Constituição para lhe permitir um terceiro mandato consecutivo.
O petista evitou dar declarações mais contundentes sobre a tentativa de aliança entre PSDB e PT em Belo Horizonte, afirmando apenas que tem uma relação boa com os governadores do PSDB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário