segunda-feira, 28 de abril de 2008

Encenação dura 7 horas, mas não faz teste de som

Na FOLHA DE S.PAULO:

Os peritos levaram ontem sete horas para fotografar, desenhar e cronometrar as ações que, na noite da morte de Isabella, teriam ocorrido nos 13 minutos entre a chegada da família Nardoni ao edifício Residencial London e o registro de chamada ao resgate.
Apesar de intimados, Alexandre Nardoni e Anna Trotta Jatobá não participaram da simulação. Também não houve presença dos advogados de defesa. A equipe de quatro peritos, dois médicos legistas, dois desenhistas, um fotógrafo e um cinegrafista foi acompanhada pelo promotor e os delegados responsáveis pelo inquérito.
Os testes de som previstos para confirmar se vizinhos conseguiriam ouvir gritos vindos do apartamento de Nardoni não foram realizados. Durante a semana, criminalistas haviam criticado a realização dos testes durante o dia, já que o crime ocorreu às 23h30.
Para simular o corte da rede de proteção da janela, a tela do quarto vizinho foi retirada. Os peritos levaram meia hora para instalar a tela no dormitório de onde a menina foi jogada.
Uma boneca articulada com altura e peso similar ao da menina, cabelos negros compridos, calça branca e blusa azul foi segurada do lado de fora do apartamento, sacudida e solta duas vezes. Mas não foi ao chão. Ficou pendurada por cordas, já que, caso caísse em posição diferente da de Isabella, poderia ser usado pela defesa como argumento de que a queda não ocorreu como diz a perícia.
A boneca foi levada para o jardim do prédio e colocada na posição em que os vizinhos dizem tê-la visto. Morador do primeiro andar, Antonio Lucio Teixeira, 61, relatou a chegada de Nardoni. "Estava no telefone, com a polícia, e ele disse que arrombaram o apartamento, rasgaram a tela e jogaram a filha dele. Falei pra polícia: estão ouvindo? Vem logo que vão começar a jogar gente de lá de cima." Outros moradores confirmaram a posição da queda.

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