Na FOLHA DE S.PAULO:
Responsável pelo banco de dados paralelo ao sistema oficial de controle para processar despesas do ex-presidente Fernando Henrique, a Casa Civil não disse o que foi feito desses arquivos no Planalto. A pergunta foi reiterada pela Folha ontem. Pelo terceiro dia consecutivo, não houve resposta.
Desde o início da crise, há 13 dias, a Casa Civil teria deixado de lançar informações nessa base. A partir da penúltima edição da revista "Veja", que circulou com a notícia de dossiê com gastos de FHC para supostamente constranger a oposição na CPI, o trabalho no banco de dados teria sido interrompido.
Dali em diante, informações do governo tucano guardadas no arquivo morto do Planalto teriam sido lançadas diretamente no sistema oficial de controle de suprimentos de fundos, o Suprim.
O "banco de dados" montado pela Casa Civil a partir de fevereiro é a origem do "relatório de suprimento de fundos", documento de 13 páginas a que a Folha teve acesso. A informação foi confirmada pela ministra Dilma Rousseff, que nega a denominação "dossiê".
No sábado, em Curitiba, a ministra observou que a Folha agira "corretamente" ao apresentar cópia do relatório à Casa Civil antes de noticiar que partira de sua principal assessora, Erenice Guerra, a ordem para elaborar o banco de dados.
Na véspera, a ministra havia declarado: "O que a doutora Erenice afirmou na matéria [da Folha] é a mesma coisa que estamos afirmando desde a [reportagem da] "Veja': nós fizemos um banco de dados".
Embora a Casa Civil tenha reconhecido o processamento de gastos de FHC em banco de dados diferente do Suprim, o petista Paulo Teixeira (SP) defendeu que os arquivos seriam a mesma coisa. Ele levou anteontem à CPI cópia de ofício da Casa Civil que informa "a existência do banco de dados" desde 2005. Em mais de uma ocasião, a Casa Civil afirmou que os dados vazados eram parte de "relatórios impressos de processos referentes a contas do tipo B, em fase de digitação, que, depois de conferidos, seriam inseridos no Suprim".
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