sábado, 27 de setembro de 2008

Na Estação das Docas, uísque estragado e vinho desconhecido

Quando se diz que o serviço prestado no setor de gastronomia em Belém é um dos piores de País e é motivo de repulsão, e não de atração de turistas, ainda acham que é exagero.
Há poucos dias, casal de paraenses levou um casal de irmãos paulistas – ele, já radicado em Belém, ela em visita à cidade – à Estação das Docas, o point dos points.
Sentaram-se num restaurante e pediram – o paraense e o paulista – uma dose de uísque cada um. Connoisseurs, sentiram logo no primeiro gole que o uísque não prestava. Tinha gosto de estragado, de podre. Tinha gosto de tudo, menos de uísque. De uísque de bom – para quem gosta.
Chamaram o garçom, reclamaram e pediram que lhes fosse servida outra dose no lugar da que tomavam. E sem que pagassem a anterior, evidentemente.
O garçom foi lá dentro do restaurante e voltou com a resposta:
- O gerente disse que não podemos trocar o uísque.
Tradução: ou eles continuavam a tomar o uísque com gosto de podre ou então fossem cantar tomar em outra freguesia; aliás, tomar em outra freguesia.
Estupefatos, os dois casais pagaram a conta e foram embora.
Esfomeados, foram atrás – ainda na Estação – de alguma coisa para comer.
Pararam em outro restaurante e sentiram-se atraídos por uma promoção: uma garrafa de vinho Cella com um kit de tira-gostos aparentemente de gosto sedutor.
Foi o que pediram.
Veio o kit, acompanhado de uma garrafa de vinho. Servido o vinho e sorvidos os primeiros goles, os quatro amigos atentaram mais para a garrafa do vinho que fora levado à mesa.
Era outro vinho. Não era o Cella, que constava da promoção.
Chamaram o garçom e reclamaram.
- É que não temos o Cella hoje, senhores. Desculpem – foi a resposta do garçom.
Os dois casais desculparam, mas pagaram a conta a jato e foram embora. Estavam dispostos a matar a fome no primeiro cachorro quente da esquina, mas também desistiram. Desistiram antes que a coisa piorasse.
Os dois casais, vale dizer, não sabem se ainda voltam à Estação das Docas tão cedo.
Tão cedo não devem voltar.

Para saber de outros casos idênticos – de péssimo atendimento – leia abaixo:
Quer ir ao Fran’s Café? Vá logo, antes que piore.
Bacalhau, frescal ou tumuatá na manteiga?

2 comentários:

Anônimo disse...

Quem manda querer ir a locais públicos.
Para fugir dessa destenção, a associação dos juízes do trabalho aqui do Pará, denominada Amatra VIII, realiziu ontem sexta-feira (dia 26/08), uma degustação de vinhos, acompanhada de castanhas e outras guloseimas.
Uma amiga juíza do trabalho me mandou o e-mail da associação convidando os magistrados trabalhistas, a pérola é a seguinte:

"Às 14:30 teremos nosso esperado curso sobre vinhos, quando a sommeliére Simone Morelli nos conduzirá a uma viagem sensorial irresistível."

É por isso que ontem, procurei um Desembargador Federal do trabalho, como querem ser agora chamados por volta das 12:00 horas, para solicitar a apreciação de uma liminar que pleitei em sede de ação cautelar, mas o gabinete me informou que Sua Excelência estava resolvendo outros assuntos, mas para eu não me preocupar que o pedido será apreciado.
Acho que Sua Excelência estava se preparando a viagem sensorial irresistível, em meios a vinhos e guloseimas.

Apelar a quem????

De um advogado que não tem tempo, nem grana para através de sommeliére, ser conduzido a uma viagem sensorial irresistível.

Poster disse...

Caro leitor advogado,
Esse negócio de "viagem sensorial irresistível" não está em qualquer legislação processual (nem na trabalhista), mas que atrasa processo, atrasa mesmo, não é?.
Olhe só, relaxe neste sábado luminoso. Tome uma boa dose de vinho. Mas não na Estação das Docas (rssss).
Abs.