De um Anônimo, sobre a postagem A rota da matança:
Não tenho interesse em justificar a violência policial e tampouco ponho a mão no fogo pelos soldados da Rotam envolvidos no caso – mesmo porque sequer os conheço – mas, a despeito de todos os sinais que apontam para uso excessivo da força no caso da retaliação à morte do Cabo Cunha (que, fique claro, se confirmada deve ser punida), sempre que a polícia se envolve em casos de resistência a presunção de inocência parece operar somente para o suposto marginal, nunca para o agente da segurança, repetida e apressadamente taxado de facínora, fascista e qualificações análogas.
E não sei que suposta omissão das autoridades é essa, já que aparentemente já há investigações nas Polícias Civil e Militar para apurar a conduta dos envolvidos. Acho que, no presente momento, é precipitado falar em conivência ou corporativismo, como sugerido no comentário.
P.S. – Não sou policial e muito menos petista.
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Do Espaço Aberto:
Você não deixa de ter razão.
Ressaltem-se, todavia, três pontos:
1. Neste caso, Anônimo, a própria Rotam admite que matou, que executou três dos cinco suspeitos. Ela mesma – e mais ninguém – admite. Quando atribuímos as cinco mortes, ou seja, quando atribuímos à Rotam mais duas mortes, além das três que ela mesma assume, é porque há evidências fartas, bastantes, eloquentes para o fazermos. Anônimo, se você acompanha o noticiário policial – e temos certeza que acompanha -, convidamos a que nos aponte o seguinte: quando, qual foi a última vez que você já tomou conhecimento de que o assassinato de um cidadão comum – não de um policial, fique bem claro, mas de um cidadão comum -, praticado por um bandido, levou a Rotam a matar, poucas horas depois, cinco pessoas que ela caçava como suspeitos? Pode apontar, Anônimo: qual foi a última vez que você tomou conhecimento de uma situação como essa?
2. Independentemente das convicções e dos indícios que tenhamos, é claro que os policiais da Rotam merecem que os tratemos, neste casos, como inocentes até prova em contrário. Mas é um direito nosso acharmos que há indícios fortíssimos de que incorreram em erros. E erros gravíssimos. As investigações haverão de mostrar se erraram mesmo ou não.
3. Pelo menos aqui, no Espaço Aberto, não criticamos supostas omissões de autoridade. Ao contrário, todos apoiamos a decisão da Corregedoria da PM de apurar tudo. E esperamos que o “rigoroso inquérito” ofereça resultados concretos e esclareça tudo.
2 comentários:
Um bom livro pra ler nessa época é o 'Rota', do Caco Barcellos. Mostra a conivência, inclusive da Imprensa, com os crimes praticados também pela Polícia (que vive um baita dilema). Só uma dica.
Abs,
Nardin
Daniel,
Bem lembrado.
Já li.
É excelente.
Abs.
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