terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Inquérito vai apurar se houve excesso por parte de policiais

No AMAZÔNIA:

O inquérito aberto na Corregedoria para apurar se houve falhas na ação policial da Rotam que vitimou os dois irmãos suspeitos de participar da morte do cabo PM Cunha tem prazo de trinta dias para ser encerrado. Até lá, todos os policiais que participaram da ação devem ser ouvidos novamente sobre a morte de Jerônimo e Jeremias Pinheiro dos Santos, filhos de um cabo da Polícia MIlitar e sobrinhos de uma policial civil da Corregedoria da Polícia. A informação foi dada pelo subcomandante da PM, coronel Augusto Leitão, ontem de manhã. O militar comanda a operação 'Armagedon/Reação', deslocada para o Curuçambá após a morte do cabo Cunha, no sábado, 17.
O coronel Leitão disse que o laudo da Corregedoria 'vai esclarecer tudo o que ocorreu durante a ação da Polícia'. 'Não vamos fazer nenhuma avaliação antes do resultado desse inquérito, nenhum julgamento neste primeiro momento', afirmou, quando perguntado sobre o desfecho da, segundo a denúncia, invasão da Polícia à residência. 'A corregedoria é o nosso órgão interno de correção e de avaliação para qualquer tipo de excesso ou crime cometido. Eu posso afirmar que, a partir de agora, neste tipo de ocorrência, de imediato, nós vamos acionar a Corregedoria', garantiu.
As armas usadas pelos policiais que cercaram a casa dos irmãos acusados foram encaminhadas para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves ainda no domingo.
Ao todo, 12 policiais da Rotam foram ouvidos no mesmo dia pela delegada que preside o inquérito, Deusa Seabra, titular da Seccional do Paar. Eles compunham as quatro guarnições que participaram do cerco à residência de Jeremias e Jerônimo.
Ainda não foram ouvidos os parentes dos irmãos mortos que estavam na casa no momento em que a Polícia Militar fez a invasão. De acordo com a delegada Deusa, eles prestarão depoimento na delegacia durante a semana. A delegada também relatou que quatro armas foram apresentadas pelos policiais na seccional como sendo as usadas pelos suspeitos (os que morreram) nas trocas de tiros. Duas delas estão visivelmente degradadas, com ferrugem aparente. Ainda segundo a delegada, todas as armas estavam municiadas e foram encaminhadas para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
Mistério - Ninguém ainda sabe quem é 'Thiaguinho', um dos suspeitos do assalto que teria dado 'pistas' para a polícia encontrar os quatro jovens executados no Paar. Segundo a Polícia Miltiar, 'Thiaguinho' seria o primeiro detido pela morte do cabo Cunha. De acordo com o coronel Leitão, ele teria relatado, no hospital, os nomes dos outros dois envolvidos no crime, os irmãos Jeremias, o 'Mia', e Jerônimo, o 'Careca', abrindo, assim, o caminho para o avanço da investigação. Até o momento, porém, essa versão de que 'Thiaguinho' não está nos autos do inquérito policial. A delegada que investiga o caso também não encontrou nehum 'Thiaguinho' no hospital Metropolitano.
Ontem, a delegada não ouviu nenhum depoimento, até porque os familiares dos mortos, que serão as próximas pessoas a serem interrogadas, velaram e sepultaram os corpos das vítimas. Hoje, os depoimentos deverão ser realizados na Seccional do Paar, conduzidas pela delegada Deusa.

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