Após o término entusiasmado das primárias a expectativa sobre um presidente negro nos Estados Unidos tem repercussão mundial. O senador Barack Obama declara ganha a disputa democrata pela indicação presidencial ao sobrepujar Hillary Clinton. A senadora anunciou sua desistência após a divulgação dos resultados da campanha e não declarar o fim de sua candidatura. A senhora Clinton referiu-se a Obama em tom bastante elogioso, mais formalizando uma tradição, contrariando suas últimas aparições públicas, sempre agressivas com o rival.
O senador Obama, 46 anos, que espera ser o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, teve carreira política meteórica, tornou-se conhecido do grande público somente há quatro anos. Prometeu no início da campanha aos partidários encabeçar uma mudança de geração para acabar com o cinismo da vida política americana. Também prometeu transformar os sistemas educacionais e de saúde, além de reconstruir as alianças com outros países. É favorável à retirada gradual das tropas do Iraque. Tem preocupação com o meio ambiente e regozija-se com a tecnologia brasileira sobre biocombustível
Quando Obama garantiu o número mínimo de delegados e superdelegados, mais tarde, a senadora Hillary Clinton teria admitido, pela primeira vez, a hipótese de ser candidata à vice-presidente na chapa do senador de Chicago, nas eleições de novembro. Nos Estados Unidos, a nomeação de um vice pode ser uma surpresa, e o candidato a presidente anuncia sua decisão o mais tarde possível, podendo ser antes da convenção de seu partido. A convenção democrata será nos últimos dias de agosto.
A senadora pelo Estado de Nova York quer ajuda para pagar suas dividas, que chegam a US$ 20 milhões. Mas aguardaria até a convenção (basicamente, esperaria que outro escândalo tipo reverendo Wright acabasse com a candidatura dele), o que obviamente não deverá acontecer.
A campanha de Barack Obama já entrou para a história por montar a mais impressionante máquina de arrecadação via internet da vida política americana. Mas o milhão e meio de pequenos doadores cadastrados no site do senador estão longe de responder pelo financiamento total da mais cara campanha política americana. Dos mais de US$ 265 milhões arrecadados até agora, boa parte veio de grandes empresários, principalmente dos fundos de investimentos que têm grandes interesses em campanhas políticas, por motivos óbvios, pois seus analistas traçam cenários futuros a partir de pesquisas sobre as chances de cada político.
Obama precisa não só do apoio da senhora Clinton, mas ainda enfrenta o desafio de conquistar a base de apoio da senadora, para a disputa eleitoral contra o republicano John McCain. O candidato democrata prepara-se para uma viagem de duas semanas por vários estados americanos, onde tentará conquistar o eleitorado da rival e partir para criticar McCain e a gestão do atual presidente George W. Bush na economia.
A novidade, o ineditismo da disputa nos Estados Unidos, revela a opção dos democratas pelo candidato negro e inexperiente a vê-lo entregue a uma mulher que tem a experiência de primeira-dama e que teve no marido, o ex-presidente Bill Clinton, um dos melhores presidentes dos EUA, principalmente no que respeita a política externa. Parece-me impróprio destacar a cor ou o sexo dos candidatos, sobretudo na poderosa nação que se apropria ao direito de mandar no mundo. Nesse caso específico, são apenas circunstâncias.
A fragilizada economia americana é o grande trunfo de Obama, um dos principais temas das eleições gerais e o ponto fraco do seu adversário, o republicano McCain. Se a política republicana for implementada, não resta a menor dúvida que mais combalida ficará, trata-se, portanto, de uma irresponsabilidade fiscal, exatamente o que Bush tem feito ao longo dos últimos oito anos,
Ao ser aclamado candidato democrata, Barack Obama venceu uma batalha. E bom que não perca a concentração, a guerra está apenas começando. Os estrategistas de Obama decidiram atacar em duas frentes: ampliar o mapa eleitoral democrata em Estados tipicamente republicanos e forçar McCain a gastar e se desgastar com mais propaganda onde, em tese, não precisaria.
Ademais, o jovem entusiasta senador de Chicago sabe muito bem que seu país é racista, conservador, que os americanos são ávidos por heróis (McCain é considerado herói da Guerra do Vietnã e pela permanência das tropas no Iraque) brancos, e o senador pelo Estado do Arizona é o candidato da situação. O momento aquece a curiosidade e recomenda muita cautela. As pesquisas recentes falam em favor de um negro na Casa Branca.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
O senador Obama, 46 anos, que espera ser o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, teve carreira política meteórica, tornou-se conhecido do grande público somente há quatro anos. Prometeu no início da campanha aos partidários encabeçar uma mudança de geração para acabar com o cinismo da vida política americana. Também prometeu transformar os sistemas educacionais e de saúde, além de reconstruir as alianças com outros países. É favorável à retirada gradual das tropas do Iraque. Tem preocupação com o meio ambiente e regozija-se com a tecnologia brasileira sobre biocombustível
Quando Obama garantiu o número mínimo de delegados e superdelegados, mais tarde, a senadora Hillary Clinton teria admitido, pela primeira vez, a hipótese de ser candidata à vice-presidente na chapa do senador de Chicago, nas eleições de novembro. Nos Estados Unidos, a nomeação de um vice pode ser uma surpresa, e o candidato a presidente anuncia sua decisão o mais tarde possível, podendo ser antes da convenção de seu partido. A convenção democrata será nos últimos dias de agosto.
A senadora pelo Estado de Nova York quer ajuda para pagar suas dividas, que chegam a US$ 20 milhões. Mas aguardaria até a convenção (basicamente, esperaria que outro escândalo tipo reverendo Wright acabasse com a candidatura dele), o que obviamente não deverá acontecer.
A campanha de Barack Obama já entrou para a história por montar a mais impressionante máquina de arrecadação via internet da vida política americana. Mas o milhão e meio de pequenos doadores cadastrados no site do senador estão longe de responder pelo financiamento total da mais cara campanha política americana. Dos mais de US$ 265 milhões arrecadados até agora, boa parte veio de grandes empresários, principalmente dos fundos de investimentos que têm grandes interesses em campanhas políticas, por motivos óbvios, pois seus analistas traçam cenários futuros a partir de pesquisas sobre as chances de cada político.
Obama precisa não só do apoio da senhora Clinton, mas ainda enfrenta o desafio de conquistar a base de apoio da senadora, para a disputa eleitoral contra o republicano John McCain. O candidato democrata prepara-se para uma viagem de duas semanas por vários estados americanos, onde tentará conquistar o eleitorado da rival e partir para criticar McCain e a gestão do atual presidente George W. Bush na economia.
A novidade, o ineditismo da disputa nos Estados Unidos, revela a opção dos democratas pelo candidato negro e inexperiente a vê-lo entregue a uma mulher que tem a experiência de primeira-dama e que teve no marido, o ex-presidente Bill Clinton, um dos melhores presidentes dos EUA, principalmente no que respeita a política externa. Parece-me impróprio destacar a cor ou o sexo dos candidatos, sobretudo na poderosa nação que se apropria ao direito de mandar no mundo. Nesse caso específico, são apenas circunstâncias.
A fragilizada economia americana é o grande trunfo de Obama, um dos principais temas das eleições gerais e o ponto fraco do seu adversário, o republicano McCain. Se a política republicana for implementada, não resta a menor dúvida que mais combalida ficará, trata-se, portanto, de uma irresponsabilidade fiscal, exatamente o que Bush tem feito ao longo dos últimos oito anos,
Ao ser aclamado candidato democrata, Barack Obama venceu uma batalha. E bom que não perca a concentração, a guerra está apenas começando. Os estrategistas de Obama decidiram atacar em duas frentes: ampliar o mapa eleitoral democrata em Estados tipicamente republicanos e forçar McCain a gastar e se desgastar com mais propaganda onde, em tese, não precisaria.
Ademais, o jovem entusiasta senador de Chicago sabe muito bem que seu país é racista, conservador, que os americanos são ávidos por heróis (McCain é considerado herói da Guerra do Vietnã e pela permanência das tropas no Iraque) brancos, e o senador pelo Estado do Arizona é o candidato da situação. O momento aquece a curiosidade e recomenda muita cautela. As pesquisas recentes falam em favor de um negro na Casa Branca.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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