Na FOLHA DE S.PAULO:
As alianças firmadas pelos partidos políticos para as eleições municipais de outubro ignoram, em sua maioria, a correlação de forças entre o governo Luiz Inácio Lula da Silva e as três grandes siglas que lhe fazem oposição no plano federal -PSDB, DEM e PPS. Das 26 capitais do país, em 24 há coligação entre "lulistas" e adversários -as exceções são Vitória (ES) e Florianópolis (SC).
A Folha levantou os acertos já firmados e aqueles que ainda estão em fase final de negociação -as convenções terminam amanhã- nas cem maiores cidades brasileiras. Em regra, prevalecem os arranjos locais.
A tendência é que as convenções confirmem o embaralhamento entre governistas e oposição em pelo menos 80% dos cem maiores municípios.
"O Brasil é muito desigual. Se fosse na Holanda, aí as coligações dos distritos seriam as mesmas nacionais. Aqui é uma confusão só, não dá para entender, parece até incoerente", diz o deputado federal Luciano Castro (PR-RR).
Durante a semana, ele passa a maior parte do tempo em embate com DEM, PSDB e PPS, na Câmara dos Deputados, onde lidera uma das bancadas mais governistas de Brasília. Quando volta a Boa Vista, entretanto, Castro é o candidato à prefeitura da coligação que inclui DEM, PSDB e PPS.
"Mas aqui eu digo: "Não fale mal do Lula perto de mim, que eu não gosto"."
Em pelo menos quatro capitais o PT de Lula vai às urnas aliado a tucanos, democratas ou ao PPS: Aracaju, Manaus, Porto Velho e João Pessoa. Além disso, em Belo Horizonte se aliará formal ou informalmente ao candidato de Aécio Neves (PSDB). Fora das capitais, há dobradinhas entre os petistas e a oposição nas grandes cidades.
"Se todas as alianças regionais são diferentes do plano nacional, isso deveria ser ainda mais forte em Belo Horizonte. Só mostra que não se ouviu o que o povo estava pedindo", afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
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