No dia 19 de março passado, o promotor de Justiça da Infância e Juventude Ernestino Roosevelt Silva Pantoja ajuizou ação civil pública contra o governo do Pará e a Prefeitura de Belém, por causa do descalabro do setor de Saúde em ambos os âmbitos – do Estado e do município.
Sobre a Santa Casa, a ação ressaltou a ocorrência de superlotação, falta de profissionais e insalubridade, tudo isso concorrendo para a falta de qualidade do serviço oferecido pela Santa Casa.
Transcorreram dois meses entre o ajuizamento da ação e os novos eventos na área de Saúde – tanto no Estado, como no município. E os novos eventos são, em verdade, a repetição de velhos eventos. Eventos de morte, desprezo pela vida humana e desrespeito absoluto sobretudo pela população carente, aquela que, em épocas de eleição, recebe em suas casas os rapapés, as homenagens e as adulações de quem passa por lá mendigando voto.
Os novos eventos são muitos, mas dois, sobretudo, chocantes.
O primeiro, a morte de 12 bebês na Santa Casa de Misericórdia do Pará.
O segundo, a paralisação de funcionários do Pronto-Socorro Municipal, que reclamam melhores condições de trabalho. Reclamam, por exemplo, que faltam até medicamentos básicos, como soro fisiológico e materiais descartáveis, como seringas e luvas.
Sobre a morte dos bebês, a Santa Casa, em nota, oferece uma explicação que, por não explicar nada, vai merecer seguramente novas explicações.
Mas não pode demorar muito. Porque outras vidas, muitas outras, estão sob risco. Muitas outras vidas estão sob risco de morte, consideradas as condições em que se encontra a Santa Casa.
É, convenhamos, uma sensação desconfortável, desalentadora, desesperadora viver numa cidade, num Estado e num País onde a Saúde Pública mata.
A Saúde Pública mata, e os que matam ficam impunes, explicando sem explicar.
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