O que a Santa Casa precisa dizer

Doze bebês morreram na Santa Casa, em apenas 48 horas.

Doze.

A Santa Casa alega, genericamente, que a maioria dos óbitos refere-se a casos de prematuros extremos.

Para acabar com especulações, a Santa Casa poderia reunir a Imprensa daqui a pouco e explicar o seguinte, sem que lhe fosse preciso perguntar:

1 – Descrever as circunstâncias de cada óbito. Em observância a exigências éticas, não será necessário identificar os bebês. Basta dizer mais ou menos assim: "Bebe nº 1 – morreu no dia tal, ora tal. Apresentava tal e tal anomalia. A mãe é de Belém ou interior."

2 – Além disso, precisa apresentar a série histórica da mortalidade na sua UTI.

3 – Precisa explicar que história é essa de que as 12 mortes estão dentro da taxa de 50% admitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas 50% em que período? Em dez anos, em um ano, em 1 mês ou em um final de semana. Que período, afinal?

4 – Dizer, mas não apenas dizer, demonstrar de forma eloqüente, convincente e definitiva as providências que tem adotado para superar carências que já foram objeto até de ação civil pública proposta pelo MPE.

Pronto. Se responder a essas quatro indagações, tudo se esclarecerá.

Ou quase tudo.