No AMAZÔNIA:
Após 41 dias sem dar aulas, os professores da rede estadual de ensino do Pará decidiram ontem pela suspensão da greve sem, no entanto, fechar acordo com o governo do Estado. Mas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) afirma que os professores permanecerão 'em estado de greve'. O retorno às aulas acontece hoje, com reuniões dos professores com os alunos e comunidade, segundo o sindicato. Apesar de encerrada a greve, o sindicato considerou o movimento vitorioso e afirma que não dará 'trégua ao governo', chamando os alunos nas escolas para a realização de debates políticos e construindo, no segundo semestre, um dossiê sobre a situação das escolas da rede estadual. O coordenador-geral do Sintepp, Eloy Borges, afirma que o sindicato acionará o Ministério Público do Estado para ajuizar ações exigindo reformas e melhorias nas escolas.
A decisão foi tomada ontem em assembléia realizada em frente aos portões da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), com a presença de mais de 500 professores, segundo estimativa do próprio movimento. A movimentação em frente ao prédio da Seduc começou por volta das 9 horas, com a chegada dos professores e a realização de assembléias por pólo, de onde saíram as decisões. Os portões da Secretaria ficaram fechados e o acesso ao prédio não foi permitido, em virtude da possibilidade de ocupação da Seduc pelos manifestantes, como chegou a ser mencionado por professores durante ato realizado na terça-feira, 4. Quinze homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar permaneceram dentro do prédio durante toda a manhã. Por volta do meio-dia, os professores encerraram a assembléia e fizeram passeata na Augusto Montenegro em direção ao Palácio dos Despachos, onde realizaram um ato de protesto contra o governo.
Com o fim da greve, prevalece a última proposta apresentada pelo governo aos professores, de reajustes de 6,5 %, 9,23 % e 10,07 % para os níveis superior, médio e operacional, respectivamente. Mas o acordo, afirma o Sintepp, não será assinado pelos professores.
Calendário é reconstituído
Diretores e gestores da rede estadual de ensino estiveram reunidos na manhã de ontem com equipe da Secretaria de Estado de Educação (S educ) para iniciar o processo de reconstrução do calendário de reposição das aulas, interrompidas há quase 40 dias pela greve de professores. A reunião de trabalho, iniciada com representantes da área metropolitana, será feita com todos os pólos, mobilizando toda a comunidade escolar, para garantir um calendário unificado e que respeite as especificidades de cada unidade.
Segundo Socorro Coelho, que coordenou a reunião da Seduc, é fundamental garantir, até o final do ano, que sejam cumpridos os 200 dias de aula, pois é o que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Além disso, é um compromisso e um ato de respeito com milhares de alunos que se preparam para os processos seletivos seriados e vestibulares. Ela explicou que, apesar da unificação do calendário, serão levadas em conta as etapas em que se encontram cada escola.
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