Na VEJA:
No segundo semestre de 2008, uma pedra gigantesca desabou sobre as águas plácidas da economia mundial. As ondas que partiram do mercado financeiro, epicentro do desastre, devem se espraiar em círculos cada vez mais amplos em 2009. As previsões de crescimento para o Brasil, no ano que vem, falam em 2,4%. Isso é menos da metade do que se verificou em 2008. Nesse cenário, o indivíduo que descuidar de suas finanças poderá ser abatido como o proverbial patinho na lagoa. Quem agir poderá não apenas preservar o seu dinheiro, mas também multiplicá-lo. Nas próximas páginas, o leitor encontra um guia para atravessar 2009 em segurança do ponto de vista financeiro.
A primeira reportagem enfoca os dez tipos de investimento mais comuns, analisa o impacto que a crise pode ter sobre eles e indica como escapar das armadilhas. "O tolo e seu dinheiro" aborda o "inimigo interno" de todo investidor – as inclinações naturais da espécie humana, exploradas por duas ciências jovens, a economia comportamental e a neuroeconomia, que nos levam a tomar decisões desastradas ao lidar com dinheiro. A guerra em torno das finanças domésticas, que leva a quatro em cada dez divórcios segundo uma nova pesquisa, e a necessidade de cuidar da "alfabetização financeira", seja com leituras, seja nos cerca de 500 cursos voltados a essa finalidade no Brasil, completam o quadro.
Haja ou não crise, alguns fundamentos básicos da arte de investir não mudam. Um deles é a necessidade de diversificar as aplicações para reduzir os riscos. Nossas avós diziam para não colocar todos os ovos na mesma cesta – ditado que foi confirmado por vários prêmios Nobel de Economia. Investir, além disso, sempre será parecido com fazer uma viagem. Nada vai dar certo se o investidor não tiver um objetivo claro. Assim como o viajante, ele pode escolher entre uma jornada rápida e arriscada e outra em que se contempla a paisagem, mas que demora mais tempo. Há, finalmente, recomendações como a de Warren Buffett, um dos três homens mais ricos do mundo: não invista em nada que você ache incompreensível. Investir é como escolher uma roupa. Além de olhar se combina, o investidor tem de se sentir confortável com o que está usando.
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