sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alcoa se recusa a negociar com manifestantes

A Alcoa divulgou, ontem, uma nota em que anuncia sua recusa em participar de qualquer negociação com um grupo de integrantes da Associação Comunitária da Região de Juruti Velho (Acorjuve), que se concentra na entrada das instalações da empresa, em Juruti.
A empresa se manifesta disposta a negociar, mas não fazê-lo “sob coação e invasão de sua propriedade, hoje ou no futuro. E só voltará a negociar quando Gerdeonor [o líder do grupo de manifestantes] e demais invasores se retirarem do local pacificamente”.
A seguir, a íntegra da nota:

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1. A Alcoa, desde antes do início de implantação de sua mina de bauxita em Juruti, sempre procurou e manteve ativamente o diálogo com todas as comunidades de Juruti e continua desejosa de manter essa relação construtiva com a população e o poder público. As maiores provas do êxito dessa conduta são as negociações bem-sucedidas e já concluídas com praticamente todas as comunidades do município em torno das atividades de mineração; e a comprovação, em pesquisa do Ibope, de que quase 90% da população têm uma atitude positiva para com o empreendimento da Alcoa;
2. Neste momento em que a implantação da nova mina se encontra em fase de conclusão e as negociações para a assinatura de um Termo de Compromisso entre Alcoa e as comunidades do Lago Grande caminham para de uma conclusão bem-sucedida - sob os auspícios do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do INCRA - um grupo de pessoas está acampado em uma entrada da propriedade da Alcoa em Juruti, sem uma pauta de pleitos objetivos e em clara violação de propriedade privada. Houve tentativa de invasão com violência, que foi evitada, sem conseqüências, pela Polícia Militar;
3. O presidente da Alcoa, Franklin Feder, estava em visita a Juruti no momento da invasão e lá permaneceu disponível para uma reunião com Gerdeonor Pereira, que chefia esse movimento de invasão. No entanto Gerdeonor só aceita reunir-se com a Alcoa desde que também participem da reunião a Sema, o Incra nacional, a Casa Civil do governo do Estado, o Iterpa e a Prefeitura de Juruti;
4. A Alcoa, sempre disposta a negociar, não aceita, porém, que isso aconteça sob coação e invasão de sua propriedade, hoje ou no futuro. E só voltará a negociar quando Gerdeonor e demais invasores se retirarem do local pacificamente;
5. Neste momento em que, devido à crise financeira mundial, a Companhia acaba de suspender todos os seus investimentos, mantendo-os somente no Brasil e especificamente em Juruti, a Alcoa confia e espera que as autoridades governamentais continuem a desempenhar seu papel harmonizador e regulador, assegurando a continuidade da implantação da nova mina de bauxita, notadamente mediante a emissão da sua licença de operação, levando em conta a importância do empreendimento para a geração de empregos, receita tributária e desenvolvimento sustentável do Oeste do Pará;
6. Tão logo seja restabelecida a normalidade na localidade da mina, com a retirada dos invasores, a Alcoa continuará, como sempre esteve, aberta ao mais abrangente diálogo com todas as partes interessadas, em benefício da continuidade da implantação da mina de bauxita de Juruti.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse tipo de situação é simplesmente desgastante para ambos os lados. Os manifestantes se organiza e têm gastos, a polícia é mobilizada, a empresa também se mobiliza e no final das contas a manifestação acaba não passando de um conjunto de dores de cabeça sem resultado palpável no final.

Se o grupo de manifestantes estivesse realmente interessado em diálogo aberto, a estratégia teria sido outro. Isso soa muito mais como tentativa de chamar atenção por conta do FSM, que ocorre em Belém.