Wilson Fonseca - Ecce Sacerdos Magnus
Você pode ouvir aqui Ecce Sacerdos Magnus, do maestro Wilson Fonseca, o Isoca, com arranjo que seu filho, o compositor Vicente Fonseca, escreveu para Quinteto de Cordas.
A música foi escrita originariamente para Coro a 4 vozes mistas com acompanhamento de órgão, em 1957. Depois, o próprio maestro escreveu um arranjo para Coro e Orquestra, publicado no 4º volume da Obra Musical de Wilson Fonseca ("Orquestra, Trio e Duetos", Imprensa Oficial do Estado, 1982, p. 73/79).
Este volume foi editado sob as expensas dos filhos do compositor, em homenagem ao seu 70º aniversário natalício. Finalmente, ele escreveu um arranjo para Quarteto de Cordas, gravado no CD "Wilson Fonseca - Projeto Uirapuru - O Canto da Amazônia" (1º volume), Secult/PA, 1996, pelo Quarteto de Cordas da Fundação Carlos Gomes: Eugene Ratchev (1º violino); Nicolai Khit (2º violino); Vladimir Iliako (viola); e Petar Saraliev (violoncelo).
A peça foi dedicada ao Dom Floriano Löwenau O.F.M., na época bispo de Santarém. A partitura para Coro a 4 vozes mistas com acompanhamento de órgão foi impressa pela editora Irmãos Vitale, de São Paulo (1958), e está reproduzida no livro "Meu Baú Mocorongo" (Wilson Fonseca), impresso por RR Donnelley Moore, São Paulo-SP, e editado pelo Governo do Estado do Pará.
Quando seu pai faleceu, Vicente escreveu o artigo, sob o título “Tributo ao Maestro Wilson Fonseca”, publicado na Revista Brasiliana nº 11, de maio de 2002, da Academia Brasileira de Música, sediada no Rio.
Em certo trecho desse artigo, consta o seguinte:
"Alheio a modismos ou escolas, ele [Wilson Fonseca] jamais se afastou das autênticas raízes nacionais, daí porque a sua música, impregnada de sadio regionalismo, guarda a essência e as características da alma brasileira e, ao mesmo tempo, possui uma dimensão universal, mesmo quando aborda as manifestações folclóricas, a cadência sincopada do maxixe ou o ritmo inconfundível do choro. Nela se observa uma nítida identificação com a herança transmitida por seus grandes mestres (Bach, Ernesto Nazareth e José Agostinho da Fonseca). Do primeiro, extraiu a estrutura fundamental, aperfeiçoada pela singular formação epistolar, com a proveitosa troca de correspondências com mestres da escola germânica (Frei Pedro Sinzig, Frei Alberto Kruse, o Tomás Samaí, e Dr. Heinrich Lemacher), o que lhe valeu um convite para estagiar na Alemanha, que não pôde atender. Do segundo, retirou a experiência da cultura de nosso povo, nas manifestações folclóricas, na cadência sincopada do maxixe ou no ritmo inconfundível do choro. E do terceiro, recebeu o tempero necessário do sabor santareno, elemento telúrico e determinante em todas formas que se expressou na arte dos sons".
E quando faleceu dom Tiago Ryan, bispo de Santarém e grande amigo de Wilson Fonseca, Vicente também assinou o artigo "Ecce Sacerdos Magnus" (Tributo a Dom Tiago), publicado no Jornal “Uruá-tapera - Gazeta do oeste” (Belém-Pa), Ano X, edição nº 86, de julho/2002, p. 5 (matéria especial contendo pronunciamentos de diversas pessoas sobre o religioso).
Em certo trecho do artigo, Viceente diz o seguinte:
“Quando era velado na Academia Paraense de Letras, em Belém, Isoca recebeu duas homenagens póstumas significativas: uma, pela Banda do Corpo de Bombeiros; e, outra, pelo Coral ‘Carlos Gomes’, sob a regência da maestrina cubana Maria Antônia Jimenez, que executou justamente o Ecce Sacerdos Magnus, à capella, minutos antes da Missa de Corpo Presente. Sem exagero, parecia que eram anjos cantando, aqueles mesmos que encantaram no IX Festival Internacional de Coros Orlando di Lasso, na cidade medieval de Camerino, na Itália, recentemente, num dos mais importantes eventos internacionais do gênero, realizado no país berço da música.”
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3 comentários:
Olá, Paulo:
Lembro-me de que você também escreveu o artigo "O bispo eterno", no mesmo Jornal “Uruá-tapera”, de julho/2002, que publicou a homenagem a Dom Tiago Ryan.
Em 09 de abril de 1958, o 'Ecce Sacerdos Magnus' para 4 vozes mistas e órgão, editado através da Gráfica Irmãos Vitale, foi cantado pelo Coro do Seminário Franciscano de Mayslake (USA), por ocasião do imponente cortejo que ingressou na Catedral de Chicago, para a sagração episcopal de D. Tiago Ryan, Bispo-Prelado de Santarém.
No mesmo ano, músicas de Isoca figuram na Exposição de Música Sacra realizada em Recife, quando, durante a efetivação do 'V Congresso de Música Sacra' na capital pernambucana, foi cantada pelo 'Coral da Faculdade de Filosofia de Recife' a sua 'Ave Maria' para 3 vozes mistas à capella.
E em novembro de 1958, a Profª. Gioconda Peluso (irmã de Rachel Peluso), notável cantora santarena há anos radicada na capital paulista, incluiu peças de Wilson Fonseca como parte do seu repertório em recital de canto levado a efeito no 'Lyceum Club Internazionalle di Napoli', de Nápoles-Itália.
Não contando mais com o notável músico alemão conhecido por Tomás Samaí (Frei Alberto Kruse) - que morava no interior da Amazônia e constantemente estava em Santarém -, por haver falecido em 1956, Wilson Fonseca envia algumas de suas músicas sacras para o Dr. Heinrich Lemacher, Catedrático da Academia Nacional de Colônia e Professor do Instituto Científico de Música da Universidade, e daquele renomado mestre alemão recebe convite para fazer um estágio em Colônia (Alemanha). Isoca não pôde atender aquele honroso convite por não dispor de meios e dada a sua condição de funcionário do Banco do Brasil S/A (que indeferiu o seu pedido de licença cultural remunerada).
O novo Bispo-Prelado de Santarém, D. Tiago Ryan, tornou-se grande amigo de Wilson Fonseca. Ambos nasceram no mesmo dia 17 de novembro de 1912, Wilson Fonseca em Santarém (PA) e D. Tiago Ryan em Chicago (USA); e faleceram no mesmo ano de 2002.
"Ecce Sacerdos Magnus": EIS O GRANDE SACERDOTE!
Abraços,
Vicente Malheiros da Fonseca (filho de Wilson Fonseca)
OI, tem como você resgatar o link da música? O link tá corrompido e eu preciso da música. Obrigado (:
Caro Anônimo,
Infelizmente, não tenho como, porque o link foi mandado pelo próprio Vicente Fonseca.
Abs.
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