Os vereadores Orivaldo Pinheiro (PR) e Paulo Mardock (PMDB), ambos da bancada evangélica na Câmara Municipal de Belém, fizeram o pastor Samuel Câmara descer do paraíso espiritual ao inferno do constrangimento, durante os cultos de domingo e segunda-feira, no Templo Central da Assembléia de Deus, aquele que fica ali na Travessa 14 de Março com a Governador José Malcher.
Ambos os cultos davam seguimento à festiva programação para comemorar os 97 anos da Assembléia de Deus no Pará e que teve como ponto alto a presença de mais de 40 mil pessoas que lotaram o Mangueirão, no sábado (21).
No domingo (22), o Templo Central estava lotadíssimo. E o pastor Samuel Câmara, que o presidia, mal conseguiu disfarçar que estava pouco à vontade para anunciar que os dois vereadores haviam aprovado um ato na Câmara Municipal que concedia o título de Cidadão de Belém ao pastor Silas Malafaia, nacionalmente conhecido e que veio a Belém especialmente para a festa. Pinheiro e Mardock aproveitaram o momento de entrega da placa em homenagem e roubaram a cena.
No dia seguinte, segunda-feira, a mesma coisa. Com duas diferenças: o homenageado era o também pastor Messias dos Santos, outro convidado especial; e desta vez, Samuel Câmara nem chamou os tais vereadores para efetuarem a entrega da comenda; encarregou-se ele mesmo de faze-lo, tímido diante da igreja, pelo ato inoportuno de Suas Excelências, os dois nobres edis.
“O pastor Samuel era a expressão do constrangimento”, garantiu ao blog um evangélico de absoluta credibilidade, que se encontrava nos dois cultos e presenciou tudo.
Por que o constrangimento?
Porque o corpo de pastores da Assembléia de Deus já deliberou que, ao contrário de eleições anteriores, não anunciará apoio a nenhum candidato que concorra a vereador no pleito de outubro.
Por isso é que a presença de Pinheiro e Mardock escancaram a intenção de fazer proselitismo político-eleitoral em ocasião de recolhimento espiritual, que não comportava tal conduta. Se essa não foi a intenção deles, seus irmãos evangélicos tiveram sensação contrária. Nítida sensação, aliás.
Ah, sim. Quem também estava no culto era o ex-deputado sanfoneiro Raimundo Santos, aquele que foi envolvido no escândalo dos sanguessugas e acabou expurgado da vida pública a tempo e a hora, por livre e espontânea decisão do eleitor, em 2006.
Tinha uma sanfona bem pertinho de Raimundo Santos.
Mas não era a dele.
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