sábado, 7 de junho de 2008

Restrição em ano eleitoral é "hipocrisia", afirma Lula

Na FOLHA DE S.PAULO:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem as restrições impostas pela legislação eleitoral de "lado podre da hipocrisia brasileira", resultado, segundo ele, do "falso moralismo" do país. O discurso foi durante cerimônia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Planalto.
"Você tem o dinheiro, você tem a necessidade, você tem as pessoas que precisam, mas, pelo falso moralismo deste país, parte-se do pressuposto de que um presidente ou governador assinar um contrato com um prefeito é beneficiar o prefeito. É o lado podre da hipocrisia brasileira, em que você pára um determinado tempo porque causa suspeição", disse. Ele reclamou ainda que a eleição no Brasil, em vez de ser algo importante para "consagrar a democracia", faz quem governa ficar um ano "sem governar".
A legislação restringe repasses de recursos federais para obras novas nos três meses que antecedem a escolha dos prefeitos. Lula, que já vinha reclamando da regra, ontem subiu o tom. Em fevereiro, ele havia dito: "Se prevalecesse a lógica de que o governo federal não pode fazer parcerias com os municípios no ano que antecede as eleições municipais ou no ano em que o presidente disputa a reeleição, o que não é o meu caso, significa que, num mandato de quatro anos, você vai governar dois anos".

Acelerar
O ato de ontem, com governadores, ministros, congressistas e prefeitos, foi convocado, segundo o presidente, por uma razão: apressar contratos e, com isso, evitar o máximo possível as limitações impostas pela Lei Eleitoral. Até agora, Lula vinha utilizando o PAC para percorrer o país em cerimônias que lotavam os palanques de políticos e eram taxadas de "eleitoreiras" pela oposição.
Ao deixar claro que o governo não quer deixar "nenhum centavo do PAC na gaveta", Lula conclamou governadores e prefeitos a prepararem tudo até o final deste mês -ressaltou que só a Caixa Econômica Federal tem R$ 1,5 bilhão para projetos no período. "Imaginem ficar três meses sem fazer nada porque o prefeito não veio aqui buscar o dinheiro", afirmou.
No evento, foram assinadas ordens de serviço para o início de obras que somam R$ 1,278 bilhão, além de outros R$ 583 milhões em novos contratos de saneamento e habitação.
Lula voltou a refutar as acusações de que o principal programa de seu governo tem um viés eleitoreiro e disse duvidar da existência de algo "mais republicano" do que o PAC, o qual comparou a uma "roda-gigante que não pode parar de girar".
"Eu duvido que algum prefeito de qualquer partido tenha sido preterido no seu projeto por conta de pertencer a uma organização política diferente da minha. Mas eu já vi manchete de jornais: "Governo privilegia os aliados". Para dar uma resposta, na semana seguinte eu fui a São Paulo assinar o PAC com o Kassab, que não é meu aliado, e fui assinar com o Serra, que não é meu aliado."

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Um comentário:

Anônimo disse...

O que deveriam fazer é restringir esse cidadão de pensar, porque quando ele põe em prática suas idéias só fala e faz besteiras.
Esse ministro também não é flor que se cheire, até porque foi colocado lá pelo presidente.
É a situação em que o marido é o bandido e sua mulher, que apanha dele, adora. Ambos se merecem!!!!