segunda-feira, 2 de junho de 2008

“Quem disse que o Pará precisa da usina de Belo Monte?”

Da advogada Mary Cohen, presidente da presidente da presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, sobre a postagem As questões por trás de teimosias sobre Belo Monte:

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Somente agora pude ler os comentários, alertada pela querida Valena Jacob, advogada da melhor safra na defesa da dignidade e da vida, principalmente a vida em nossa Amazônia.
Minha pretensão é abrir o debate. Fico preocupada com ataques gratuitos e ácidos, que muitas vezes pretendem menos o debate e mais o assaque pessoal, como se todos não estivéssemos no mesmo barco, todos não fossemos da mesma região.
Ao anônimo Pedro Paulo, sugiro que consulte os autos do processo que tramita na Vara Federal de Altamira, lá encontrará as respostas para minhas afirmações temerárias. Com relação à Sra. Franssinete, importante que saiba que as pessoas que defendem a região e os povos que nelas habitam, inclusive as que, como eu, nasceram às margens do Rio Tapajós, onde hoje temos a reserva Tapajós – Arapiúns (Vila de Boim), não se escondem, pelo contrário. E a maior prova disso são o jornalista Lúcio Flávio, por quem tenho grande admiração, e o procurador da República Felício Pontes Jr, grande amigo e companheiro de caminhada na defesa dos direitos humanos.
É fato que estão sendo planejadas cerca de 70 hidrelétricas para a Amazônia, em torno de 304 barramentos inventariados e que poderão afetar 266 unidades de conservação.
Só na bacia do rio Xingu, são pelo menos seis barramentos, que poderão alagar entre 8 mil a 12 mil quilômetros quadrados, para a produção de cerca de 22 mil Mw de anergia.
A hidrelétrica de Belo Monte seria (esperamos que não seja construída) apenas a primeira barragem no Xingu, seguida das usinas Altamira, Carajás, Pombal, São Félix e Montante Jarina.
Sou contrária à construção de grandes hidrelétricas na Amazônia. Felizmente não estou sozinha nessa empreitada. Com muita alegria, leio tudo que o Lúcio Flávio publica sobre o assunto. Também o Felício Jr. analisa, com muita propriedade, as deficiências do projeto de Belo Monte, considerado economicamente inviável por vários especialistas independentes. Sozinha, segundo Felício, a usina não garantiria energia firme e acabaria por provocar a construção das outras.
O jornalista Lúcio Flávio Pinto condena a construção de grandes barragens na Amazônia, por provocarem grandes impactos ambientais e acabarem servindo para a transferência de energia elétrica para outras regiões, através de extensas e caras linhas de transmissão. O Pará é o 6º maior produtor de energia do país e o 3º exportador de energia bruta, segundo o jornalista.
Também é fato os enormes subsídios concedidos, pelo governo federal, às indústrias de alumínio implantadas em nossa região, as maiores consumidoras da energia produzida em Tucuruí.
Quem disse que o Pará precisa da hidrelétrica de Belo Monte, se só as unidades da Albras e da Alunorte em Barcarena consomem mais energia que a região metropolitana de Belém?
Fica a pergunta e o convite ao bom debate, sem agressões gratuitas, se possível.

Mary Cohen

9 comentários:

Anônimo disse...

Eu não sei onde a Sra. Mary Cohen leu que eu teria dito que as pessoas que defendem a região e os povos que nelas habitam se escondem. Para sua informação, eu sou de Santarém e defendo a minha região, não sou e nunca fui atrelada a qualquer ONG ou partido político. Mais: a mim não cabe a carapuça de "ataques gratuitos e ácidos". Menos, menos. Não me referi a pessoas e sim a fatos, idéias e propostas. O que eu disse, reitero. Inclusive, que é preciso parar com esses enfrentamentos inúteis de grupos defendendo interesses particulares e agir de modo positivo. Não adianta a ladainha de que há perigo disto e daquilo. Melhor é lutar para que o governo faça o certo - ao invés de fazer nada. Que não leve a energia para outras regiões e nos deixe desabastecidos, que não feche os nossos rios. Tem que fazer estudos, sim, e executar as obras da melhor maneira. E não fazer de conta que ser "do contra" é bom e razoável. Outro dia assisti, no Manhattan Connection, uma cena exemplar: um jornalista da Reuters, instado a comentar sobre o petróleo e o etanol, disse categoricamente que não poderia abordar tal assunto porque não é especialista. Tamanho profissionalismo, ética e bom senso deveriam nortear a todos. Vamos deixar que sejam realizados os estudos e que os especialistas falem. E não tentar calar no berro, no facão e no sofisma.

Poster disse...

Olá, Franssi.
Também vou postar seu comentário na ribalta, nesta quarta.
Grande abraço.

Anônimo disse...

Vou colocar uns pinguinhos nos iis. Querida Franssinete, não diga que não é atrelada a partido plítico não. Até pouco tempo era assessora da deputada Ana Cunha. Isso sem falar do seu jornalzinho, patrocinado pelo governo tucano, lembra?
Ah, tb foi assessora dos tucanos na assembléia legislativa. Muito, muito importante que os leitores do Paulo saibam disso.
Com relação à querida Mary, tem uma forte inclinação em defender tudo que vem da esquerda, mesmo estando bem acompanhada, o que a leva a tomar algumas posições radicais.
Ficam os esclarecimentos para que todos saibam quem é quem.

Inté e quero que meu comentário seja colocado na RIBALTA rsrsrsr

Anônimo disse...

Me permita, enquanto moradora do Xingu, dizer que não basta nascer numa região para defende-la. É preciso ter amor e compromisso. Esperamos continuar contando com esse compromisso do D. Erwin, Dra.Mary, Dr.Felício e Dr. Marco Antonio.
Kátia

Anônimo disse...

Anônimo(a) das 10:23: seus pingos são tortos que nem seu caráter. Pra seu governo, eu NUNCA fui assessora da deputada Ana Cunha. O Uruá-Tapera foi criado por mim há quase 17 anos, muito antes dos governos tucanos, e continua a circular no governo do PT, para desespero de gente como você. Mais: eu também NUNCA fui assessora dos tucanos na Assembléia Legislativa. Ah, mais uma coisa: os leitores do Paulo são muito bem informados, por isso informo a você: eu sou consultora da Assembléia Legislativa há 25 anos; vá lá, peça para ver minha ficha funcional no departamento de Pessoal. Trabalhei no Executivo durante 12 anos, durante os governos de Almir Gabriel e Simão Jatene, sempreem função da minha capacidade profissional e jamais por indicação de parentes, amigos ou partidos. Não tenho satisfações a lhe dar, tenho a coragem e a dignidade de assinar embaixo do que escrevo, ao contrário de você. Mas você é... ninguém!

Anônimo disse...

Ao anônimo dos pinguinhos nos iis,

Seria diminuir todo um trabalho de uma equipe afirmar que defendo tudo que vem da esquerda. Defendo, numa comissão integrada por advogados de vários Estados, bandeiras que considero justas, legítimas. Se por acaso tais bandeiras são defendidas pela esquerda que vc se refere, muito bem, mas com certeza esse não é o meu foco de atuação e tampouco isso me preocupa.
Fica o esclarecimento.
Mary

Osmar Julio disse...

"Trabalhei no Executivo durante 12 anos, durante os governos de Almir Gabriel e Simão Jatene, sempreem função da minha capacidade profissional e jamais por indicação de parentes, amigos ou partidos."

Concursada foi?
Porque se não foi, é apadrinhamento sim. Não tem modo mais democrático para entrar no serviço público se não o próprio concurso público. Qual quer outro modo, é apadrinhamento sim sra. Nem tente nos ludribriar em cima disso que não tem como.

Outro ponto interessante: quem fica os 12 anos do governo tucano (Almir e Jatene) e é mandada embora pelo PT é ou não atrelada a partido político?

Dra. Mary, mesmo numa comissão federal tem como filtrar só os pleitos da esquerda, sabemos disso muito bem. Basta ser bem articulada.

Anônimo disse...

Ok Osmar,
Vamos enfrentar o debate. O que é a esquerda para você?
Se souber responder eu aguardo.
Mary

Anônimo disse...

Osmar, leu direito? Eu tenho 25 anos de trabalho na Alepa. Os 12 anos no Executivo - e alguns meses no Tribunal Regional Eleitoral - foram, naturalmente, em cargos comissionados, porque se eu tivesse feito concurso para outro Poder teria que deixar o Legislativo. Apadrinhamento? Nunca fui filiada a qualquer partido. Pior: cheguei a ser vetada quando recebi o primeiro convite para o Executivo, no governo Almir Gabriel, porque tinha assessorado o deputado Priante, que liderava as bancadas do governo e do PMDB e presidia a Comiss~ao de Finan'cas. no governo anterior, de Jader Barbalho. Depois de alguns meses o convite foi renovado, porque constataram que eu atuava estritamente no campo profissional e queriam o meu trabalho. Mais: o PT nunca me mandou embora de lugar algum. Eu estava no Detran na virada do governo, recebi convite para ficar, em outro cargo, assim como recebi convites para atuar na Codem (Prefeitura), na Seel e na Asipag (Governo do Estado). Optei pela Alepa, meu lugar de origem. Tentativa de ludibriar a quem? E por que eu faria isso? Sossegue, Osmar. Eu sou de paz. E trabalho honradamente.