domingo, 22 de junho de 2008

A paz também fugiu de Santa Bárbara

No AMAZÔNIA:

Há dois anos o município de Santa Bárbara vem sendo atingido por uma onda de violência sem precedentes. Moradores não se sentem mais seguros e, se antes podiam dormir até de janelas abertas, hoje são obrigados a ficar trancados em suas casas. E os problemas não terminam na comunidade. Nem a Delegacia do município escapou da violência. Há cerca de dez dias, o escrivão Ivo Brandão foi violentamente agredido por três presos, que fugiram. Apenas um foi recapturado. Como se não bastasse, as escolas também estão enfrentando dias de insegurança, com a presença de alunos armados e ameaças de morte.
Se a solução para todos os problemas parece difícil até para as autoridades, é possível fazer uma idéia de como os moradores se sentem: abandonados. Em Santa Bárbara, existem diversas localidades, como Pau D’arco e Genipaúba, por exemplo. Segundo policiais, a maior parte da violência ocorre nestes locais, que contam com diversas áreas de invasão. Em muitos casos, os assaltantes moram e se escondem nas ocupações, também chamadas de assentamentos. O assentamento Abril Vermelho, localizado na estrada de Genipaúba, tem cerca de 30 mil quilômetros quadrados de área e foi ocupado há cerca de dois anos. Desde então, a violência aumentou consideravelmente. Em muitos casos, os assaltantes saem da ocupação para praticar assaltos nas áreas populosas de Santa Bárbara. Depois, retornam para o 'Abril Vermelho', de onde têm saídas para pelo menos três municípios: Santo Antônio do Tauá, Vigia e Santa Isabel. Para a polícia, o trabalho de prendê-los é quase 'tarefa impossível', já que o efetivo de policiais que trabalha em Santa Bárbara é considerado insuficiente.
Para se ter uma idéia, cada um dos lotes da ocupação Abril Vermelho mede cerca de 100 x 1000 metros. As casas são muito longe uma das outras, e a grande maioria delas está literalmente dentro do mato. Nas margens da pista (estrada de Genipaúba), praticamente não existem moradores. O acesso ao Abril Vermelho é feito por três estradas a partir da principal. Uma vez nas estradas, existem vários outros caminhos, dificultando ainda mais a localização de assaltantes e suspeitos. De acordo com a polícia, somente quem mora no local conhece todas as estradas de entrada e saída. Para que um trabalho policial fosse eficaz dentro do Abril Vermelho, seria necessária uma grande operação, com muitos policiais armados.

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