sábado, 14 de junho de 2008

Filho da governadora do RN e mais 12 são presos pela PF

Na FOLHA DE S.PAULO:

A Polícia Federal prendeu ontem na Operação Hígia o filho da governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), e outras 12 pessoas em ação para desarticular uma suposta quadrilha que fraudava licitações para contratação de serviços superfaturados pela Secretaria da Saúde do Estado.
A PF avalia que os desvios de dinheiro público tenham alcançado R$ 36 milhões em cerca de três anos. As apurações começaram no final de 2005.
Um dos quatro filhos da governadora, o advogado Lauro Maia, 42, preso na operação, trabalhou até o último dia 9 como assessor do deputado federal Rogério Marinho (PSB-RN).
Foram presos o secretário-adjunto de Esportes do RN, João Henrique Lins Bahia Neto, e Rosa Maria Câmara, procuradora do Estado. Seis servidores estaduais foram detidos sob suspeita de corrupção e tráfico de influência em contratações emergenciais. Os outros presos são ligados às empresas do suposto esquema.
Amigo da governadora, Bahia Neto trabalhou no gabinete de Wilma até o final de seu primeiro mandato (2003-2006). A procuradora é suspeita de ter recebido propina para apresentar pareceres favoráveis às firmas ligadas às fraudes.
Segundo o Ministério Público Federal, Lauro Maia trabalhou no gabinete de sua mãe e como assessor parlamentar de seu pai, o deputado estadual Lavoisier Maia (PSB). Lauro Maia e Bahia Neto são suspeitos de ter usado influência política para beneficiar empresas do suposto esquema. A Procuradoria informou não haver provas de que Wilma soubesse ou participasse das fraudes.
Ontem à noite, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede em Recife, negou habeas corpus para Lauro Maia, Rosa Câmara e Bahia Neto.
Segundo a PF, ao menos quatro empresas se associavam para combinar preços e condições das propostas apresentadas à Saúde estadual. Os contratos tinham como objeto serviços de higienização hospitalar e de locação de mão-de-obra.
As empresas se revezavam para vencer as licitações e rateavam o valor a ser pago. A divisão do dinheiro era mensal, diz a PF, e o pagamento chegava a R$ 2,4 milhões ao mês.
As investigações apontam irregularidades na assinatura de aditivos aos contratos. Para que propostas com preços superiores aos de mercado fossem aceitas, empresários pagavam propina a pessoas ligadas ao governo. A PF cumpriu 42 mandados de busca e apreensão.
A ação foi um desdobramento da Operação União, de 2005, que investigou irregularidades em licitações na Secretaria da Saúde.

Nenhum comentário: