domingo, 8 de junho de 2008

Executado a bala dentro de um Honda


Na FOLHA DE S.PAULO:

Um provável acerto de contas, em circunstâncias ainda não explicadas, ocorreu por volta das 11h de ontem perto da rodovia Augusto Montenegro. O comerciante de carros Jorge Vale do Nascimento, 29 anos, foi executado com um tiro na nuca dentro de um Honda Civic e cor vinho e placas JVH 7395, após ser rendido por dois homens armados que trafegavam em uma moto ao lado do veículo. A vítima estava acompanhada de um amigo, o estudante universitário Carlos Alberto, 25 anos, que não se feriu.
Segundo Carlos Alberto, que prestou depoimento ao delegado Fernando Cunha, na Seccional da Marambaia, no início da tarde, o amigo o convidou a conduzir o veículo até Icoaraci e disse não saber ao certo o que fariam no local. 'O Jorge me pediu para que eu dirigisse o carro dele até Icoaraci sem me explicar nada, porque tinha alguma coisa para resolver por lá', afirma.
A caminho de Icoaraci, Carlos foi cercado ao passar lentamente por uma lombada: uma moto com dois homens bloqueou o caminho do veículo. Em seguida, o Honda Civic foi invadido pelos motoqueiros. Um deles apontou um revólver para a cabeça da vítima, exigindo que fosse levado até uma rua localizada pouco antes do conjunto Morada do Sol, próximo à casa de show Kuarup. Ao chegar ao local, o assassino disparou contra Jorge e exigiu que Carlos fugisse com o veículo e não voltasse à rodovia Augusto Montenegro.
O estudante disse que desobedeceu a ordem e seguiu pela Augusto Montenegro até o Centro de Perícias Renato Chaves, que o orientou a se apresentar na Seccional da Marambaia. 'Em nenhum momento a pessoa que matou o Jorge disse que aquilo era um assalto, ela nem mesmo me ameaçou. Apenas disse que se eu não saísse dali com o corpo, seria morto', revelou, sem garantir que nada foi roubado do interior do veículo.
Apesar de os janelas do Honda Civic estarem cobertas por uma película escura, curiosos foram à seccional para ver o corpo de Jorge, que permaneceu no carro até que os peritos do Renato Chaves chegaram ao local, cerca de duas horas depois.
Avisada pelos policiais, a família da vítima chegou ao local indignada. 'Ele está mentindo. Ele foi pegar meu sobrinho na porta de casa. Além disso, ninguém mexeu com ele. Por que será que ninguém ia matar alguém que tinha visto a cara dos assassinos?', perguntava, aos prantos, a tia da vítima, Maria da Conceição.
O delegado Cunha disse que todos serão ouvidos pela Polícia Civil. 'Vamos apurar os fatos com mais calma após os nervos se acalmarem, mas aparentemente o crime foi um acerto de contas que ainda está muito mal explicado e controverso', avaliou.

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