quinta-feira, 5 de junho de 2008

CPI do Cartão termina sem culpados

Sob aplausos discretos dos governistas e clima de desânimo entre a oposição, a CPI do Cartão foi encerrada nesta quinta-feira com a aprovação, com folga, do relatório final do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). O texto, que não pede o indiciamento de nenhuma autoridade e chama apenas de "equívocos" os casos de mau uso da ferramenta de gastos, foi aceito por 14 votos favoráveis e sete contrários. Com a decisão, nem chegou a ser votado o texto paralelo produzido pela oposição. (Saiba quem são os parlamentares que participaram da comissão)

Antes de encerrar os trabalhos da comissão, a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), mandou um recado aos parlamentares da base aliada. No desabafo, a tucana disse que alguns membros da CPI não tiveram a perspicácia de se aprofundar no uso dos recursos públicos. Segundo ela, seus colegas deveriam ter pensado mais na função pedagógica do colegiado.

- Essa Casa tem a obrigação de dar uma resposta quanto ao uso do dinheiro público. Não houve vencedores e vencidos. Se houve alguém que foi derrotado foi a esperança da sociedade brasileira. Talvez a sociedade saia sem ver aquilo que esperava - afirmou.

Como protesto, antes da votação do texto do petista, a oposição apresentou o chamado voto em separado (o relatório paralelo), que pedia no total o indiciamento de 34 pessoas entre ministros, ex-ministros, e outros funcionários do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os principais nomes são os dos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Altemir Gregolin (Pesca) e os ex-ministros Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), Olívio Dutra (Cidades), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e Benedita da Silva (Assistência Social).

Dilma e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, são acusadas de envolvimento na elaboração do dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso, que veio a público durante a vigência da comissão. Os dados saíram da Casa Civil, que confirma a existência de um banco de dados sobre os gastos dos cartões, mas nega a confecção do material divulgado.

O voto em separado apresentado pelo deputado oposicionista Índio da Costa (DEM-RJ) queria ainda o indiciamento do presidente do Incra, Rolf Hackbart. Quanto ao ministro do Esporte, Orlando Silva, foi solicitado o encaminhamento de seu caso, a compra de uma tapioca de R$ 8 com cartão corporativo, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Instalada em 11 de março após denúncias publicadas na imprensa em fevereiro, a CPI pouco avançou na investigação de desvio de recursos por integrantes do Executivo que fazem uso de cartões corporativos.

 

Mais aqui.

2 comentários:

Eliana Gerânio Honório. disse...

Paulo, um abraço afetuoso.

Não posso de morar porque
estou contando corruptos.
Fique com Deus.
Eliana

Poster disse...

Olá, amiga.
Sinto muito, mas você nunca vai acabar essa contagem (rsssss).
Fique com Deus também
Abs.