sexta-feira, 13 de junho de 2008

Bebê nasce em parada

Na FOLHA DE S.PAULO:

Policiais Militares foram pegos de surpresa na noite de ontem quando iniciavam a ronda na praça do Operário, em São Brás. A cabo Geonilda Jesus e o soldado Rosivaldo Leão Pereira, da 2ª Zpol, foram chamados às pressas para averiguar uma confusão e quando chegaram à parada de ônibus da praça se depararam com uma mulher em trabalho de parto. Foram cerca de 30 minutos de desespero e angústia à espera de uma ambulância e o bebê, uma menina, nasceu ali mesmo provocando um enorme susto em todos que acompanhavam a situação. A mãe, Daniele Ferreira de Menezes, de 28 anos, levantou do banco, apoiada pela cabo PM, reclamando das dores e a criança simplesmente nasceu, caiu e bateu com a cabeça contra a calçada. Passado o espanto inicial pela queda do bebê, mãe, criança, os policiais e um estudante de enfermagem, que parou para ajudar no parto, foram levados para a urgência da Santa Casa de Misericórdia. No final da noite de ontem, recém-nascida iria ser submetida a um raio-x, mas passava bem.
Com 20 anos de experiência na Polícia Militar e dois filhos já adultos, a cabo Jesus disse que ficou muito emocionada, mas também assustada, em presenciar e ajudar em um parto em plena rua. Com lágrimas nos olhos, a policial disse que acionou a ambulância e aguardou pelo socorro, amparando a mãe, junto ao soldado Rosivaldo. Daniele, que comia um churrasquinho da praça na hora em que começou a sentir as dores, não agüentou esperar pela ambulância e trouxe a pequena 'Vitória' ao mundo sob o olhar curioso de dezenas de pessoas que aguardavam por condução em São Brás.
O bebê e a mãe foram levados para a Santa Casa de Misericórdia por uma viatura da Companhia de Trânsito de Belém (Ctbel). O veículo passava por São Brás em direção ao Mangueirão, para dar apoio ao jogo do Remo e São Raimundo, fez o resgate.
A menina será batizada como Vitória e foi amparada e aquecida, tão logo nascer e cair no chão, pelo técnico e acadêmico de enfermagem Max Ney Gavino, de 27 anos. Ele retirou a própria camisa e teve apoio e solidariedade de pessoas que doaram toalhas e blusas para aquecer o bebê. 'Minha preocupação era aquecer o bebê e evitar uma hipotermia (diminuição excessiva da temperatura corpo), pois o parto foi na rua e chovia muito ainda'.
Para os heróis da noite de ontem, difícil agora será aguardar pela decisão da mãe do bebê sobre quem será o padrinho da pequena Vitória. A madrinha, disse a cabo Jesus, já está garantida, mas para o posto de padrinho estão na disputa o soldado Rosivaldo e o acadêmico de enfermagem Max e nenhum dos dois quer abrir mão da honra.

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