domingo, 29 de novembro de 2009

A pergunta que não quer calar

No blog Ananindeua Debates, sob o título “Deputado Zenaldo Coutinho, e o nosso massacre?

O deputado Zenaldo Coutinho participou de um ato na Câmara Federal contra o presidente do Irã, Ahmadinejad com uma faixa com os dizeres: “Holocausto nunca mais”. O líder iraniano, segundo a imprensa, nega o Holoucasto que dizimou a vida de milhares de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra mundial. A democracia é para isso: não deixar que atos como este sejam esquecidos. Voltando à terrinha, fazemos uma pergunta ao deputado: por que ele não estendeu uma faixa de protesto contra o assassinato dos 19 sem-terras mortos na curva do S, na época do governo tucano de Almir Gabriel?

10 comentários:

Lafayette disse...

àulo, voltei à casa.

O Wordpress me devolveu o amado blog. Que bom!

Voltou um pouco diferente, é verdade, mas firme e forte!

"Ele voltou, o boêmio voltou novamente..."

Poster disse...

Alvíssaras, caro amigo.
Parabéns.
Pra você e pra nós (rsss)
Abs.

Anônimo disse...

Há uma grande diferença entre o holocáusto e o caso dos 19 sem-terra.
O que aconteceu na curva do "S", nada mais foi do que um "ato falho" de Almir...
Mandar desobstruir a estrada - estava correto; usar seu poder de polícia para reestabelecer a ordem - estava correto; em situação de conflito, as coisas podem fugir do controle, é fato - tanto que existe um tribunal específico para julgar criminosos de guerra.
O "ato falho" a que me refiro é o fato de Almir não ter tido coragem de assumir que tinha sim mandado sua polícia fazer a desobstrução da estrada - que é um bem público, portanto de livre acesso e circulação de todos - reestabelecendo, assim, o nosso direito de "ir e vir" garantido pela constituição.

Anônimo disse...

O Velho jargão mulitar muito usado pela tigrada na ditadura foi "acidente de trabalho". morreu morreu, toda vida é importante. e todo ato contra a humanidade tem que ser punido.

Anônimo disse...

Cara, comparar o holocausto com o assassinato de 19 sem terra é, no mínimo, desproporcional. E, no máximo, uma asneira sem tamanho.

Anônimo disse...

Anônimo das 19:55,

Seja agredido, mesmo que seja com apenas uma pedra. Se você tiver um estilete, uma faca, uma arma... se voce se sentir ameaçado em sua integridade fisica vai reagir... Depois voce pensa se matou, mutilou, ou se apenas espantou o agressor.
A sobrevivência é instintiva... razão pela qual, em guerras vale o velho ditado "matar para não morrer"

Anônimo disse...

Anônimo das 21:13: teu argumento poderia ser usado por Hitler para justificar o holocausto. Reagir a uma pedrada com tiros na nuca não é defesa, é assassinato puro e simples. Anônimo das 20:43: o post não compara o holocausto com a chacina cruel dos 19 (oficialmente, não esqueçamos) camponeses em Eldorado do Carajás, ele só pergunta porque o bravo deputado não estendeu uma faixa protestando contra o ato criminoso.Anõnimo das 15:46: Almir Gabriel não mandou simplesmente desobstruir a estrada, restaurando o divino direito de "ir e vir" ( só os sem-terra não merecem esse direito, na visão do "democrático" anônimo), ele exigiu que a estrada fosse liberada "a qualquer custo" e seu ato foi tão criminoso que imediatamente correu ao STF pedindo um habeas-corpus.

Anônimo disse...

Na segunda guerra morreram pessoas de bem.Naquela curva morreram vagabundos e ladrões.Pena terem sido só 19.

Yúdice Andrade disse...

Fico feliz, pelo menos, de saber que o nobre deputado finalmente foi mencionado pela mídia. Até aqui ele tem sido tão... atuante que, a julgar por sua presença na mídia, ficamos com a impressão de que se trata de um fantasma.

Sérgio Pinto disse...

Ao longo dos meus 45 anos de idade, já vi e ouvi de tudo. Mas não consigo deixar de me chocar com manifestações como esta feita pelo anônimo das 08:43. Não sou do tipo que fica a contemplar o mundo com lentes de "bondade", como quem não quer admitir a violência, o desapego ao sentimento humanitário, que infelizmente, faz com nós os seres humanos sejamos predadores de nós mesmos. Procuro ser bem realista e entender que também não estou imune a sentimentos que podem contribuir para tornar o mundo uma merda, mas sei que posso também fazer diferente. Sei que não é tão simples procurar mergulhar fundo nas avaliações, fugir da superfície e buscar sermos mais responsáveis em nossas análises, buscando entender melhor os fatos e as pessoas. Pois bem, digo para expressar seguinte opinião: não posso aceitar a idéia de que a luta no campo é coisa de vagabundos e ladrões. Se existe oportunismos nesse meio, não sou burro para admitir essa possibilidade. No entanto, não é inteligente também não perceber a histórica ausência do estado no que diz respeito a iniciativas verdadeiras de reforma agrária que fixe os trabalhadore no campo, para que produzam, ponham comida em nossa mesa e não sejam jogados à marginalidade nas cidades. Penso que o vigor, em forma de ódio, do autor do comentário e de outras pessoas que sei que assim pensam, seria mais transformador se viesse em forma de indignação contra o estado brasileiro que transforma seus filhos em indigentes. Não critico a indignação, acho ela legítima, porém é a sua destinação que não apoio. Os pais e mães de família que lutam por um pedaço de terra para plantar e tirar daí o sustento de seus filhos não são bandidos, ao contrário, são vítimas de um estado excludente e, pior, de preconceitos que podem vir de verdadeiros bandidos ou ainda de pessoas de bem, como quero supor ser a pessoa que fez o comentário, o que me é ainda mais angustiante. A cada dia me convenço, toda forma de preconceito é burra.

PS; Ainda que seja chocante o comentário, parabens ao poster por publicá-lo. Não podemos achar que vamos mudar alguma coisa com censura ou que sejamos donos absolutos da verdade, isso também é burrice.

SÉRGIO PINTO