domingo, 30 de agosto de 2009

Polícia não tem estrutura para investigar

No AMAZÔNIA:

Pior do que as mulheres voltaram atrás na decisão de denunciar seus agressores à polícia, é não ter infraestrutura suficiente para conseguir investigar todos os casos de agressão. De acordo com o delegado do município, Silvio Garcia, falta efetivo policial e, principalmente, viaturas suficientes para dar conta do recado. 'Aparecem muitas ocorrências por aqui, mas não podemos fazer muita coisa por essas mulheres porque falta efetivo policial e viatura para investigar o caso. Eu sou só um. Uma delegacia da mulher seria ótimo para a gente porque o nosso sistema está quebrado. Tudo é urgente por aqui. Assalto, furto, violência contra idoso, criança, é uma sobrecarga muito grande', ressaltou.
Para piorar a situação, o delegado explicou que possui duas viaturas, sendo que uma é alugada e, portanto, não pode utilizar o dinheiro do Governo para comprar gasolina. O jeito é tirar dinheiro do próprio bolso para resolver os casos mais urgentes. O escrivão Ivan Santos, que lida diretamente com as mulheres que sofreram algum tipo de violência, diz ainda que seria muito importante que elas tivessem um apoio psicológico. Isso porque a maioria se sente constrangida ao tratar de assuntos como abuso sexual com policiais do sexo masculino. Segundo ele, embriaguez e ciúmes são os principais motivos de agressão no município.
A promotora de Barcarena, Viglia Barra , também apóia a criação de uma delegacia da mulher. Mas ela será apenas um fio de uma rede muito extensa, pois, segundo Viglia, para combater a violência é preciso muito mais empenho das autoridades. 'Precisamos de psicólogos e participação ativa do Ministério Público, Polícia Militar e do Judiciário. Uma mulher que denuncia o agressor à polícia, volta para casa e ele recebe uma notificação. Quando o homem toma conhecimento da denúncia, mais uma vez é agredida. É um ciclo vicioso', ressaltou.

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