domingo, 11 de janeiro de 2009

Trânsito está cada dia mais caótico em Belém

No AMAZÔNIA:
Por Filipe Faraon

A cada ano, Belém cresce pelas rodovias Augusto Montenegro e BR-316 enquanto o trânsito trava mais, principalmente nos bairros centrais. Como as soluções são implementadas em câmera lenta, a cidade caminha a passos largos para um trânsito caótico. Quem sofre é a população, não apenas com o estresse, mas até com prejuízo de quem depende de um tráfego razoável para se locomover.
O projeto Via Metrópole, principal solução apontada pelo poder público, depende da parceria entre Prefeitura Municipal de Belém e Governo do Estado, algo incomum de ocorrer. Na avaliação do diretor de trânsito da Ctbel, João Renato Aguiar, o Governo do Estado não tem mostrado empenho suficiente para colocar o projeto em prática. 'O binário da Pedro Álvares Cabral, obra do Via Metrópole, está sendo feito com a ‘cara e a coragem’ da prefeitura, porque o Estado se mostra ausente. Se pudéssemos, faríamos tudo sós, mas não temos dinheiro para isso', afirma o diretor. Outras obras de responsabilidade do Governo são a continuação da avenida João Paulo 2, a partir do ponto atual; continuação da avenida Independência; e a construção de um complexo viário onde hoje é o aeroporto Júlio César.
Enquanto o Via Metrópole não deslancha, a Companhia de Transportes de Belém (Ctbel) busca soluções de problemas pontuais na cidade. Uma obra já iniciada é a do prolongamento das ruas Santarém e Paragominas, no bairro da Marambaia. Terminado o serviço, elas serão mais um acesso à avenida Júlio César.
A revitalização da avenida Marquês de Herval, que corta o bairro da Pedreira, também visa melhorar o tráfego, embora não acrescente pistas à via. Com a construção de um amplo espaço para estacionamento no canteiro central, a obra pretende acabar com os estacionamentos à direita da pista, estreitando a rua.
O objetivo, porém, ainda não foi alcançado. Mesmo com muitas vagas, motoristas continuam estacionando no canto da rua, fazendo com que ela fique com apenas uma pista.Promessas - Há, também, uma série de promessas antigas, que demoram a sair do papel. Por exemplo, a linha rodofluvial integrada, quatro terminais, cuja implantação está em estudo. Outra medida simples, cuja implementação estava prometida para o final do ano passado, é criação do terminal urbano de ônibus, no bairro de São Brás. A idéia é fazer os coletivos que sairem de áreas periféricas de Belém para pararem no terminal e de lá voltarem ao bairro de origem. João Renato dá como confirmado que a avenida 25 de Setembro será aberta para um tráfego mais intenso. Mas isso não depende da Ctbel; o projeto foi feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que executará a obra. Ao ser completada, a Ctbel entra em ação para tornar as travessas Humaitá, Mauriti e Lomas Valentinas sentido único. A previsão para o início era este mês; agora é esperar para ver.
Uma grande obra em curso, o Portal da Amazônia, quando terminar, deve alavancar o trânsito em uma área antiga da cidade, como os bairros do Jurunas e Cremação.
O Portal tem o objetivo de ser um complexo turístico, mas também de abrir uma grande quantidade de travessas entre o Mangal das Garças e a Universidade Federal do Pará, como a Quintino Bocaiúva, 3 de Maio, Tupinambás e outras, que atualmente terminam abruptamente antes da Baía do Guajará.

Propostas da Ctbel são impopulares
A CTBel tem uma série de 'cartas na manga' para desatar nós no sistema viário da cidade, cujo maior defeito é serem impopulares e causarem desgaste político. Por exemplo, quem vai gostar de pagar mais caro para estacionar nas transversais da avenida Brás de Aguiar? A mesma zona azul em vigor na avenida será implantada nas transversais ainda neste primeiro semestre do ano, garante João Renato. E, na segunda metade do ano, a zona azul vai se estender para toda a área do centro comercial entre as avenidas Presidente Vargas, Tamandaré, Portugal e Castilho França. 'Esta é uma reivindicação do sindicato dos lojistas, para aumentar a rotatividade nos estacionamentos públicos. Isto é bom para o comércio e melhora o trânsito', argumenta o diretor da Ctbel.
Nesta semana, João Renato apresenta ao prefeito de Belém um projeto para criar faixas preferenciais para os ônibus em ruas do centro da cidade (José Malcher, Nazaré, Antônio Barreto, Gentil, Mundurucus e Assis de Vasconcelos). Quando passar a valer, a medida vai extinguir os estacionamentos e pontos de táxi ao lado direito dessas vias.
Depois de muito barulho dos moradores e uma batalha judicial, o diretor João Renato afirma que a prefeitura ainda tem interesse em abrir o Conjunto do Basa, localizado no bairro do Souza. 'Só precisamos de cautela, pois há moradores que prometem fazer confusão se a obra sair. Ela deve sair sim', afirma.

2 comentários:

Anônimo disse...

Por que tem tanto ônibus na cidade passando pela mesma rua?
Mande esse pessoal da CTBEL a Fortaleza para ver quantos ônibus passam pelas avenidas principais.
Está na hora de representar contra esse pessoal da CTBEL... todos eles.

Anônimo disse...

orgãozinho ruim, hein?