domingo, 11 de janeiro de 2009

População clama por Justiça

No AMAZÔNIA:

Centenas de pessoas participaram, na manhã de ontem, de uma carreata pelas ruas de Belém, organizada pelo Movimento das Vítimas da Violência em Belém (Movida), pedindo paz e justiça. Na ocasião, foi lembrado os quatro anos da morte do promotor de eventos Gustavo Russo, assassinado no dia 10 de janeiro de 2005, em plena avenida João Paulo II, durante um seqüestro relâmpago.
A carreata teve início às 10 horas da manhã saindo da travessa do Chaco, onde residia o promotor de eventos, em direção a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE), na avenida Almirante Barroso, onde os familiares das vítimas da violência na cidade se manifestaram sobre o andamento dos processos.
A mãe do promotor de eventos, Iranildes Russo lembrou que passados quatro anos da morte de seu filho, na época com 24 anos, os acusados continuam livres. 'Houve a condenação dos três policiais acusados no primeiro julgamento, mas no segundo eles foram absolvidos vergonhosamente. É isso que alimenta o crime. As vidas estão perdendo o valor e nós temos que resgatar isso. Fiz uma promessa a meu filho de não me calar. Ele era um homem honrado e digno como deveriam ser os políticos desse País', protestou.
A mãe da jovem Lílian de Assis Obalski, de 23 anos, Eurides Obalski também se manifestou pedindo que o assassino confesso da jovem seja julgado e condenado. 'Ontem (sexta-feira, dia 9) fez um ano da morte da minha filha e até agora o assassino confesso não foi a juri. É essa certeza de impunidade que alimenta o crime. Não existe réu primário, o que existe é réu, alguém que optou pelo crime', disse.
Andrelina Pereira, mãe de Bruno Abner, jovem assassinado no dia 24 de março do ano passado, também participou da manifestação pedindo punição aos acusados de participar do crime. 'No próximo dia 9 e 10 eles serão julgados e esperamos que seja feita justiça. Não temos mais paz nessa cidade', disse.
A avó da estudante Bruna Sena, de 15 anos, assassinada no dia 17 de setembro de 2005 pelo técnico de informática Marcelo Lutierr, cobrou celeridade ao processo. 'Passados três anos tudo está como antes, parado, o assassino ainda não foi a julgamento', reclamou Bete.

“O poder público precisa fazer algo, colocar policiais nas ruas”
Familiares e amigos de vítimas recentes da violência, como a do funcionário público Maicon Peterson Rodrigues, de 25 anos, morto com um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto, no último dia 30 de dezembro, e do procurador da prefeitura de Belém, Marcelo Castelo Branco Iudice, 33 anos, assassinado no dia 7 deste mês, também compareceram ao ato.
Ao longo do trajeto, a carreata recebeu o apoio da população que acenava com sinal de positivo, mostrando adesão ao movimento pela paz. 'A violência chegou num patamar inaceitável. A população não tem mais como ficar calada. O poder público precisa fazer algo, colocar policiais nas ruas, sob pena de ainda termos que perder outras vidas para a impunidade', ressaltou o morador da avenida Almirante Barroso Augusto Santos.
Ao ver a foto das vítimas da violência estampadas nos carros que participavam da carreata, a doméstica Josenilda Alves, que aguardava um ônibus na avenida Almirante Barroso, optou por fazer uma oração. 'É uma tristeza ver tanta gente jovem morrendo de uma maneira tão violenta', disse.

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