terça-feira, 13 de janeiro de 2009

E tudo se acabou no Irajá. Aliás, no Mangal, no Boteco...

A governadora Ana Júlia Carepa estava no Boteco das Onze, sábado último. O Boteco das Onze está perto do Forte do Castelo. Ambos integram o complexo Feliz Lusitânia.
No Boteco, Sua Excelência estava animadíssima. Como, aliás, convém a quem se diverte num final de semana.
Já pensou? Os rigores do cargo, Belém engolfada na violência, assaltantes à solta, a população atrás das grades, a PM sem comandante-geral...
Já pensou? Para esfriar a cabeça, nada melhor do que cair na noite, porque ninguém é de ferro.
E a governadora divertiu-se a valer. Divertiu-se à beça, no Boteco das Onze.
A governadora Ana Júlia Carepa, em sua mensagem de final de ano, uma espécie de, digamos, “balanço de suas realizações” (Céus!), teve sua imagem emoldurada por uma outra imagem, belíssima imagem aérea do Hangar – Centro de Convenções.
Agora, dê uma olhada na imagem acima.
Trata-se de um convite.
Diz o texto:

“O governo do Estado, por meio da Organização Secretaria de Estado de Cultura e Organização Social Pará 2000, convidam você para comemorar conosco mais um ano de sucesso do Mangal das Garças, dos guarás, flamingos, marrecos, borboletas...”

Ooohhh!
O coquetel estava marcado para ontem à noite, dia do aniversário.
O convite, é evidente, circulou entre um público selecionadíssimo, seletíssimo.
E aí?
E aí que esses nomes, esses recantos, essas paragens - Boteco das Onze, Forte do Castelo, Feliz Lusitânia, Mangal das Garças, Hangar, Estação das Docas e que tais – serviram de mote de campanha da então candidata Ana Júlia, em 2006.
A então candidata usou todos esses recantos, todas essas paragens para excomungar as obras do tucanato, em especial as assinadas pelo então secretário de Cultura, o arquiteto Paulo Chaves.
Esses recantos, essas paragens foram excomungados – todas eles – como abrigo do crème de la crème das zelites.
Aliás, no Mangal das Garças – esse mesmo descrito no convite do governo do Estado como o “Mangal das Garças, dos guarás, flamingos, marrecos, borboletas...” (oohhhh!) – chegou-se a dizer que saiu na medida dos desejos e das exigências das zelites, tanto que até o borboletário tinha ar-condicionado.
Pois é.
E todos se acabaram no Irajá.
Aliás, todos se acabaram no Boteco das Onze, Forte do Castelo, Feliz Lusitânia, Mangal das Garças, Hangar, Estação das Docas – essas coisas.
Decididamente, a governadora precisa de uma obra para chamar de sua.
Precisa de uma obra dessas em que as zelites passem apenas pela porta e tenham repulsa de entrar. Porque a obra não foi feita pra elas, é claro.
Precisa de uma obra dessas em que as borboletas, coitadas, busquem áreas mais refrescantes, para refrescarem-se da sauna em que são postas.
Precisa de uma obra onde as pessoas, nos finais de semana, possam divertir-se sem os requintes exigidos de quem frequenta o Boteco das Onze.
A governadora precisa à beça.
Precisa, definitivamente, de uma obra para chamar de sua.
Ora, se não!

9 comentários:

Anônimo disse...

Até agora esse governo não disse pra que veio. Não tem obra, nem projeto. É só lari-lari.
Tem que rebolar muito pra mudar esse quadro. E arrtumar uma obra que se possa dizer de sua.

Leila Queiroz

Anônimo disse...

Pelo que ouço falar da jogadora do Íbis Futebol Clube e que não costuma sair na imprensa é que ela gosta também de divertir-se no Lapinha de Outeiro, no Radiol, Barracão do Pompílio, Porto de Marés e outros lugares que até o Ceifador Sinistro recusaria a entrar.

Anônimo disse...

Caro Paulo, bom dia:

algum comentarista mal humorado virá aqui lembrar que a Governadora tem sim suas obras. Lembrará do aumento assustador dos indicadores de violência, da incrível violência contra adolescentes e mulheres, consignada no caso de Abaetetuba, do não cumprimentode metas vitais de educação e saneamento ao longo de 2007 e 2008, da "boquinha" financeira do reinado da BLT, conhecido como Hangar.

Mas, será somente fruto de dor de cotovelo. Azia, quem sabe, contagiado pelo sensível estômago do Presidente Lula.

E assim, concordo com você: a Governadora precisa de uma "obra" pra chamar de sua: uma estiva, pelo menos (oohhhh!)...

Mas, voltando ao tema central do post - a alegria da Governadora, o justo relax de quem trabalha - penso que poderíamos imaginar os motivos: o previsível sucesso do FS Mundial, o retorno de Jedi Benassully, a "renúncia! do coronel Ruffeil ou os excelentes números da arrecadação do seu biênio.

Affe! Vou já "tomar" minha colherzinha de café em pó. Afinal, essa imprensa comprometida com o caos, como esses blogs, também me causa azia.

Abração.


Abração.

Anônimo disse...

O que esperar de um governo que só faz festa?
O que esperar de um governo que mostra a obra de outro governo como se fosse sua?
O que esperar de um governo que dizia uma coisa em campanha e agora faz tudo diferente?
Só podemos esperar a próxima eleição pra dar a resposta.

Anônimo disse...

Nada como as benesses e regalias do poder, né não seu E. Aberto?!
Quem poderia imaginar a governadora "do povo" se deliciando nos espaços "mais ricos, burgueses e da zelite tucana"?
Nada como um clima de montanha, muito ar condicionado e uma montanha de aspones 24 horas à disposição, para que o "governo do povo" esqueça tudo o que falou e disse.
Quem sabe agora, mais de 2 anos depois de total inércia, esse tal governo "da mudança" faça alguma coisa nessa "terra de direitos"?.
Alguma coisa que não seja propaganda enganosa.

Anônimo disse...

Pra saber o que a governadora anda fazendo, basta ler os 13 motivos listados na propaganda de aniversáriod e Belém, quase uma página publicada nos jornais de ontem, dia 12.
É brincadeira. Destacar campanha de vacinação, que acontece em qualquer governo e em várias etapas durante o ano, como grande realização, sinceramente, é não ter mesmo o que dizer ou apresentar.

Pedro Paulo

Anônimo disse...

Pô, essa tucanada falida ainda não parou de chorar?
Haja lenço!

Anônimo disse...

Quem ainda acredita que algum ser humano não goste do que é bom?
Como já dizia o Joaõzinho 30, quem gosta de pobreza é intelectual ou burro.
Burro é quem acreditou que as obras tucanas fossem para as "zelites".
Vivem chamando as "zelites" de burgueses (para disfarçar) para os
desvalidos, só para arrancar votos, mas vivem como nababos nas obras tucanas.
Mediocres,hipócritas,lambões é isso o que são.

Anônimo disse...

Não entendi, o blog está defendendo que o governo estadual tenha a mesma atitude mesquinha e irresponsável do prefeito falsário de abandonar todas as obras de governos anteriores, só porque foi feita por outros governantes. Se o Mangal estivesse abandonado, aí sim seria motivo de sentar a pua!Pelo contrário está cada vez mais belo, bem cuidado e o melhor mais frequentado pelo povo.