A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga casos de exploração sexual e tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes no Pará recomeça seus trabalhos nesta quarta-feira, e não no dia 14 de fevereiro, como divulgado anteriormente pelo blog.
A primeira audiência, a partir das 10h, ouvirá dom José Luiz Azcona (na foto), bispo do Marajó, autor de denúncias que deram origem à CPI.
A presença do religioso foi confirmada pelo relator da Comissão, deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS).
Em abril do ano passado, dom Azcona, em entrevista em Belém, classificou o município de Breves, na região do Marajó, como um “é um antro de perversão” e de “difícil convivência, por causa de crimes e falta de respeito com a mulher e o menor”.
“Todo o Estado está tomado por essa execração que é a exploração sexual de menores”, disse o bispo. Segundo ele, num dos rios da região de Breves e Melgaço meninos e meninas de 12 a 16 anos aproveitam o percurso das balsas para subir nas embarcações e se prostituir em troca de carne ou óleo de cozinha.
Dom Azcona disse que os então prefeitos de Melgaço e Breves, além do Ministério Público, eram conhecedores dessa realidade. “Mas ninguém mexeu um só dedo para arrancar essa abominação”
Em dezembro de 2007, segundo o bispo, a delegacia de Portel tinha 61 presos num espaço onde só caberiam 11. Desses, 17 haviam sido acusados de envolvimento com o narcotráfico. Na carceragem feminina, das seis mulheres, cinco vinham do narcotráfico.
“O tecido social do Marajó está se esfacelando cada vez mais”, disse dom Azcona, que acrescentou ter ouvido de dois prefeitos o vaticínio de “que, dentro de alguns anos, o narcotráfico iria eleger todos os prefeitos do Marajó”
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