No AMAZÔNIA:
Uma ordem judicial de despejo em Belém exigiu aparato de oito policiais militares, ontem. O alvo da disputa é um terreno cujo título de propriedade era negociado pela Companhia de Desenvolvimento de Belém (Codem) com o inquilino do imóvel. O terreno fica na avenida Pedro Miranda, onde funcionou até ontem a loja Goiano Peças de Seguradoras.
O dono do empreendimento, Raimundo da Cruz, ocupa o prédio desde 2000, tendo se instalado ali mediante aluguel.
O locatário é José Maria Sodré, autor da ação judicial de despejo, que alega ter recebido apenas quatro meses de aluguel. Ele sustenta ter a posse do terreno por tê-lo comprado de várias pessoas.
O advogado de José Maria, Antônio Duarte, revela que o cliente não possui título de propriedade, mas tem a posse e já teria tentado vender o terreno para o inquilino.
O inquilino Raimundo Cruz, por sua vez, conseguiu negociar o título com a Codem, se dizendo possuidor do imóvel desde 1991. Documentos apresentados por ele apontam a existência de um contrato de promessa de compra e venda assinada pela companhia.
O contrato estipula o valor de R$ 24 mil a serem pagos em 24 parcelas. Um documento da companhia considera o acordo desfeito porque teriam sido pagas somente 22 parcelas. Raimundo Cruz alega ter ficado sem dinheiro durante a retenção de seus produtos provocada por outra ação judicial e apresenta também um recurso administrativo à Codem pedindo a retomada do contrato.
O recurso ainda não foi julgado, segundo ele, assim como um outro recurso judicial contra a ação de despejo cumprida ontem. A ordem para ele sair foi dada pelo juiz da 4ª Vara Cível, Amilcar Bezerra.
Segundo o oficial de Justiça, Reinaldo Lima, foram realizadas outras tentativas anteriores de cumprir a ordem judicial, mas o ocupante se recusava a sair. Ontem, ele iniciou a desocupação com a ajuda da PM e calculava que só terminaria o trabalho hoje.
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