terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Chuva deixa Belém no fundo

No AMAZÔNIA:

Não é só rico que tem piscina dentro de casa. Aqui na Gaspar Dutra todos nadam dentro de suas casas', a frase bem-humorada, esconde sob o tom irônico o drama de quem vê as águas da chuva invadir suas residências e muitas vezes destruir o patrimônio conquistado às custas de muito esforço. O laqueador de móveis, Raimundo Teixeira, autor da frase que abriu esta matéria, disse ontem estar pensando em deixar a vizinhança onde vive há 25 anos por conta dos estragos causados pela chuva. O aguaceiro que começou durante a tarde e se estendeu pela noite deixou boa parte de Belém alagada. Ruas como Quintino Bocaiuva, Timbiras, João Paulo II, Alcindo Cacela e Mundurucus foram tomadas pelas águas, em decorrência disso, o trânsito ficou lento e muitas pessoas ficaram ilhadas em pequenas fatias secas de ruas e avenidas que surgiam em meio ao aguaceiro.
A recém-concluida, avenida João Paulo II ficou tomada pela água na tarde de ontem. Eram poucos os motoristas que se arriscavam passar sobre a pista inundada. A maioria dava meia volta nas proximidades da rua Dr. Freitas ao perceber o que algumas horas de chuva causaram na pista. Mais experientes, ou corajosos, alguns motorista atravessavam a pista sem parecerem se importar com os possíveis danos que água pode causar ao motor do automóvel. 'Carro pequeno não se atrave a passar por aqui, caso tente ficará no meio do caminho', alertava o chapista Nei Araujo da Silva, 38 anos, que observava a aventura dos carros pela avenida João Paulo II enquanto se abrigava da chuva que ainda caía no final da tarde de ontem.
Sandra Régia, técnica em enfermagem e vizinha do bem humorado raimundo Teixeira, mora há 42 anos na rua Gaspar Dutra, uma das transversais da João Paulo II. Segundo ela, a chuva sempre deixou aquela rua alagada, mas só depois que uma obra de macrodrenagem foi iniciada no local os problemas se agravaram. 'Antes a gente via a rua se transformar em um rio, mas logo depois que a chuva passava a água escoava e a gente podia sair de casa sem encher o pé de lama. Agora o centro da pista está mais alto e água escorre para os lados invadindo as casas e sem ter para onde escoar depois. Não sei pra onde irá toda essa água que se juntou aqui', preocupa-se.
Uma das poucas da vizinhança que não teve a casa inundada pela água da chuva, Sandra Régia agradece a Deus pela conclusão da obra que elevou em mais de um metro toda sua casa. 'Há cinco meses eu suspendi toda a casa e graças a isso a água não a invadiu. Fico contente por isso, mas triste por ver meus vizinhos em uma situação tão complicada como esta', lamenta. A casa de Sandra destaca-se não somente pela altura, mas também por estar localizada entre duas residências que foram inundadas.
Outro trecho crítico e que ficou submerso foi a área próxima do canal da travessa Três de Maio, no bairro de Fátima.

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