Benassuly aguarda nomeação e IML vive crise

No AMAZÔNIA:

Depois da nomeação feita pela governadora Ana Júlia Carepa, o atual delegado geral Raimundo Benassuly Maués Júnior, aguarda apenas a publicação da nomeação dele no Diário Oficial do Estado para reassumir formalmente os trabalhos da Polícia Civil paraense.
A assessoria de comunicação da corporação informa que ele deve ser nomeado ainda está semana. Na Polícia Militar, o novo comandante-geral Luiz Dário da Silva Teixeira já está respondendo pelo cargo desde que seu nome foi mencionado como o novo homem de frente da PM.
A assessoria da PC adianta ainda que, até o momento, os outros cargos de comando da corporação permanecem sem alteração, portanto deve mudar apenas o delegado geral, Justiniano Alves Júnior, que segue para a administração da Superintendência do Sistema Penal do Estado do Pará (Susipe). Ontem, a cúpula de policiais civis estava reunida para acertar detalhes das novas ações de segurança para reduzir os índices de criminalidade e violência dos últimos meses.
A assessoria de comunicação da PM também garantiu que não haverá mudanças em outros cargos estratégicos da corporação. A única alteração é, de fato, no comando, com o coronel Dário Teixeira, cuja função assumiu no mesmo dia em que a governadora e o secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo, confirmaram seu nome para o cargo. O coronel estava no subcomando da PM e é considerado entre oficiais e tropa um policial linha dura, disciplinador e, principalmente, operacional. Uma de suas características é estar na linha de frente das operações.
Dentre as trocas recentes de comando, a que mais foi debatida, sem dúvida, é a que impôs a volta de Benassuly, há 13 meses longe da delegacia-geral, de onde saiu deixando para trás declarações infelizes durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado sobre o caso da adolescente de Abaetetuba, presa com 20 homens em uma cela da delegacia local.
Na época ele disse: 'Não sou médico-legista nem tenho formação na área, mas essa moça tem certamente algum problema, alguma debilidade mental. Ela, em nenhum momento, declarou sua menoridade penal'. A declaração ecoou no país inteiro, chocando a opinião pública. Diante da pressão de entidades ligadas à defesa de direitos humanos, Benassuly disse que havia se expressado mal.
IML - O diretor do Instituto Médico Legal, do Centro de Perícias Renato Chaves, Miguel Wanzeller Rodrigues, está no fio da navalha, lutando para se manter no cargo. Nunca um nome oscilou tanto no quebra-cabeça dos comandos estratégicos da Segurança Pública como o dele. De um lado, os funcionários do IML exigem a saída do diretor, alegando má gestão. De outro, deputados estaduais ofertando apoio político para tentar segurar Wanzeler.
Se o diretor não sair até o final desta semana, os servidores do órgão já confirmaram indicativo de greve para o próximo dia 19. As reclamações sobre a direção do IML são inúmeras, mas o que tem pesado com maior força contra Miguel Wanzeler é gestão dele. Os servidores reclamam que ele não tem conhecimento do que deve ser prioridade no instituto e que como enfermeiro perito não teria a experiência necessária para tocar o dia-a-dia da instituição. O tempo-resposta das remoções, por exemplo, é muito demorado.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo, deve anunciar até o final de semana a decisão de manter ou não o diretor do IML no cargo. O anúncio que estava programado para acontecer hoje foi adiado em função de uma reunião do Conselho Estadual de Segurança Pública (Consep) na sede da secretaria, para tratar com representantes de movimentos de defesa dos homossexuais sobre o combate à homofobia.
As mudanças internas nas Polícias Civil e Militar devem acontecer apenas na próxima semana, tempo necessário para que Geraldo Araújo e os novos dirigentes da PM e da PC apresentem as sugestões de modificações. O secretário afirmou que ambos terão livre escolha para efetivar as modificações, mas que pretende, ao menos apontar aqueles com quem não deseja trabalhar.