sábado, 10 de janeiro de 2009

Bandidagem não dá trégua

No AMAZÔNIA:

A violência em Belém não dá trégua e volta a aterrorizar a população com mais um assalto com refém na área central da cidade. Um funcionário de uma gráfica ficou em poder de um assaltante por quase uma hora ontem à tarde no bairro do Reduto. A vítima, Sebastião Marques da Silva, de 66 anos, ficou com uma arma apontada para sua cabeça até que Mayke Robson do Nascimento da Silva, de 28 anos, se entregasse para a Polícia Militar após negociações.
Segundo informações da PM, Mayke Robson e mais um parceiro, Dione Douglas Silva, de 18 anos, roubaram clientes e a renda da panificadora Pão Dourado, situada na rua Senador Manoel Barata com a travessa Benjamim Constant momentos antes, por volta das 15h30. Após o assalto, a dupla seguiu andando normalmente pela rua 28 de Setembro, sendo surpreendida por vigilantes de uma concessionária de veículos que atiraram contra os criminosos. Os vigilantes pensavam que ambos desejavam invadir o estabelecimento para um novo assalto.
Policiais Militares que realizam ronda pelas imediações a pé acabaram encontrarando com os assaltantes em plena fuga. Como não tinham onde se refugiar, os ladrões entraram na gráfica Tupinambás, onde trabalhavam cinco funcionários e o proprietário, Joaquim de Assunção Maia, de 66 anos. Três funcionários conseguiram escapar na ocasião em que os assaltantes invadiram o prédio da gráfica. O impressor Atevaldo Modesto Teixeira, de 52 anos, não conseguiu escapar e tentou se esconder no laboratório, já o empresário Joaquim Maia trancou-se no banheiro. Nesse momento, Dione foi até o laboratório com uma faca e obrigou Atevaldo a sair do local. Enquanto isso, o gráfico Sebastião foi rendido por Mayke com um revólver calibre 38.
'Eu ainda tentei avisar o Sebastião. Quando o assaltante me viu saindo do laboratório, só fiz levantar as mãos e disse que não era para me matar. Perguntei por onde eu podia sair e ele me liberou', disse Atevaldo, que estava bastante abalado com o fato. Dione Silva também saiu do prédio para não ser preso pela PM. Contudo, ele foi capturado quando tentava abandonar a gráfica pelos fundos e conduzido para a Seccional do Comércio.
A secretária da gráfica, Elisabeth Costa Magalhães, de 25 anos, ainda tentou alertar o patrão para que escapasse da gráfica depois de ouvir os tiros vindo da rua, mas Joaquim Maia permaneceu no estabelecimento.
A Polícia Militar solicitou reforço para dar andamento às negociações e garantir a libertação de Sebastião Marques da Silva. Mayke exigia a presença da imprensa e da família dele. Contudo, nenhum dos familiares esteve no local do assalto e ele decidiu se entregar depois de 50 minutos de negociação com os policiais. Ele colocou o revólver no chão e foi apanhado rapidamente pelos policiais, sendo algemado e colocado na viatura. Havia quatro balas intactas na arma. Quem coordenou as negociações foi o major Leitão, comandante da 6ª Zona de Policiamento Urbano (6ª Zpol/PM), acompanhado do delegado titular da Seccional do Comércio, Waldir Freire.
De acordo com Sebastião Marques da Silva, em nenhum momento Mayke disse que o mataria e por isso ele se manteve calmo enquanto esteve em poder do bandido. 'Ele disse para eu ficar tranquilo que ele não iria me matar. Só queria se refugiar na gráfica. Falou que não iria fazer nada contra mim até porque eu tinha idade para ser pai dele, mas que não deveria me precipitar para ele não fazer alguma coisa errada', lembrou a vítima, que aparentava tranquilidade depois da libertação, na Seccional do Comércio.

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