No AMAZÔNIA:
O comandante da embarcação 'Rebelo 3', da empresa Reicon, Benedito Pereira Rabelo, de 43 anos, foi assassinado com pelo menos um tiro no peito, deflagrado por um dos ladrões de um bando especializado em roubo de carga. O crime ocorreu próximo do município de Gurupá, na região do Marajó. A balsa seguia de Belém para Santarém, no oeste paraense, quando foi abordado pelos assaltantes por volta das 20h da última sexta-feira.
O presidente do Grupo Reicon e presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenaveg), Luiz Rebelo, diz que os assaltos nos rios paraenses estão cada vez mais frequentes e nada tem sido feito pelas autoridades policiais para cessar a criminalidade. 'Estamos desprotegidos. Se nas cidades a violência está tomando conta, imagina como está nos rios que não tem polícia para proteger', reclama.
O barco comandado por Benedito foi abordado por duas embarcações menores. A tripulação de seis pessoas foi rendida. Luiz relata que a morte do comandante deve ter atordoado os latrocidas, porque as primeiras informações indicam que eles levaram apenas um rádio transmissor e outros objetos menores. Segundo o proprietário da Reicom, é provável que a intenção principal do bando fosse roubar o óleo combustível que estava sendo transportado para Santarém. Benedito trabalhava há 14 anos na empresa.
O corpo da vítima foi transferido de Gurupá para a capital paraense por meio de avião particular da empresa para ser necropsiado pelo Instituto de Perícias Científicas 'Renato Chaves'. Luiz Rebelo comentou que os assaltos às embarcações estão cada vez mais freqüentes e não há combate a esse tipo de crime pelas autoridades policiais do Estado.
Segundo ele, há dez dias, outro barco da Reicom foi assaltado por piratas fluviais e há dois meses uma das equipes de sua empresa entrou conflito com um grupo de ladrões para evitar mais um assalto. 'O pior de tudo é que estamos alertando para o problema e ninguém faz nada para resolver. Não temos mais para quem recorrer', reclama ele.
O corpo de Benedito chegou a Belém por volta das 17h20 de ontem, após viagem que durou 1h40 desde Gurupá, no Marajó. Alguns familiares da vítima aguardavam a chegadas do caixão, que veio em um táxi aéreo particular. Rubens Silva, primo do comandante morto, disse que Benedito morava em Belém com a família, mas estava sempre viajando por conta do trabalho. 'Ele deixou esposa e quatro filhos', afirmou.
Luiz Rebelo relatou que os assaltos a embarcações têm sido comuns nos rios do Pará. Em um prazo de 90 dias, a empresa já foi atacada três vezes. Na primeira ocasião, os piratas não conseguiram roubar nada, mas houve muitos disparos e um dos bandidos foi ferido. Na segunda situação, os assaltantes levaram 50 botijões de gás. E, anteontem, Benedito Rabelo foi assassinado durante mais um ataque.
O presidente da Fenaveg disse que já fez o possível no sentido de pedir mais segurança para as empresas de navegação. 'A polícia não tem estrutura suficiente, com poucos policiais para uma área de navegação tão grande. Já fiz expedientes ao Ministério da Justiça e à governadora Ana Júlia Carepa solicitando autorização para que as embarcações mantenham uma arma a bordo. Há dois anos, a Polícia Federal recolheu todas as armas. As tripulações ficaram desarmadas, mas não têm segurança nenhuma por parte das autoridades. A arma era utilizada para defesa da vida pessoal dos tripulantes. Mas o pedido foi negado', reclamou. O corpo do comandante seria necropsiado ontem, e provavelmente liberado à noite pelo Centro de Perícias Renato Chaves.
Um comentário:
ola meu nome e Benilsom Rabelo filho da vitima benedito rabelo, eu espero que a justiça seja feita ja prenderao 3 assaltantes
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