Apagão no réveillon da ilha

No AMAZÔNIA:

A celebração da virada do ano em Mosqueiro tornou-se um transtorno para os comerciantes, moradores e para quem foi tentar curtir o réveillon à beira da praia na ilha. Um blecaute que começou a partir das 21 horas deixou toda a ilha no escuro durante toda a noite e madrugada, atrapalhando a vida de todos que estavam no local. Somente por voltadas 4 horas é que a energia foi restabelecida, mas o prejuízo dos comerciantes e a frustração dos frequentadores da ilha foram grandes. Para piorar ainda mais a situação na ilha, após a falta de energia, o fornecimento de água também foi interrompido e, assim como a luz, só voltou de madrugada.
De acordo com informações da Celpa, o apagão que afetou Mosqueiro em pleno réveillon foi causado pela 'saída da linha de transmissão Benevides / Mosqueiro, devido ao rompimento de um cabo da linha, próximo à ponte que dá acesso ao distrito'.
A nota divulgada pela empresa também informa que assim que a energia foi interrompida equipes de plantão se dirijam imediatamente ao local, percorreram 40 quilômetros de rede até encontrarem o ponto exato do defeito. 'Uma parte dos consumidores da ilha, localizados entre a ponte de entrada até a Baía do Sol, foi atendida com um dos alimentadores de Benevides, antes da meia-noite. O restante foi normalizado às 3h20, com a restauração da linha'.
No entanto, a maioria dos comerciantes e moradores acusa a Celpa de ter demorado muito a atender os chamados de interrupção de energia. Alguns afirmam que a primeira equipe que chegou à Vila, por volta das 22 horas, tentou resolver o problema acreditando que poderia ser sobrecarga, por causa do grande número de visitantes na ilha durante o dia 31. Mas, como não conseguiu, não retornou mais nenhuma outra equipe.
Prejuízo - Ontem pela manhã, os comerciantes contabilizavam o prejuízo do blecaute. Os barraqueiros da Vila, que vendem alimentos e outros produtos, foram obrigados a fechar as portas logo após o apagão. Amândio Ribeiro, proprietário de um posto de combustível em frente à praça da Vila, admite que a surpresa do réveillon foi muito ruim para os negócios, mas também disse que se tratou de um dia atípico. Ele teve que encerrar as vendas do posto porque as bombas de combustível são eletrônicas e dependem de energia. Temendo assaltos, ele também mandou encerrar as vendas de gás e água mineral.
Da mesma forma, a comerciante Andréa Rodrigues, que tem uma barraca de brinquedos e outros produtos na praça, disse que além do prejuízo das vendas, a pior perda foi dos barraqueiros de vendas de comidas e bebidas.
Todos os shows em comemoração à virada do ano tiveram que ser cancelados. Tanto no coreto da praça da vila, quanto do palco armado pela agência distrital na praia do Chapéu Virado não ocorreram pela falta de energia elétrica. 'Tivemos que nos contentar com o show da queima dos fogos. Até que ficou bem mais bonito no escuro', contou a estudante Maria Laura Lima, 17.
Na praia do Bispo, os comerciantes criticaram muito a demora no restabelecimento da energia elétrica. Eles preparam um luau na praia, com comidas preparadas e muita bebida gelada e só conseguiram contabilizar prejuízos. 'Não vendemos nada. Todo mundo foi embora pra casa com medo do escuro. A Celpa deveria bancar o nosso prejuízo', afirma a barraqueira Maria Alice Miranda.