O encontro de ontem, no início da noite, em Belém, entre a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima (PT), e o presidente regional do PMDB, deputado federal Jader Barbalho (PT), pode ter selado em definitivo o arquivamento de quaisquer pretensões – por mais remotas que sejma – dos petistas de atrair os peemedebistas para uma aliança, em outubro próximo, no terceiro maior colégio eleitoral do Pará.
Fontes seguranças chegaram a garantir ao blog, no meio da tarde de ontem, que o encontro entre Maria e Jader não ocorreu e nem mais ocorreria. Àquela altura, o deputado ainda se encontrava em Brasília. Mas chegou a Belém no finalzinho da tarde, e o encontro ocorreu com as presenças de mais três circunstantes: o secretário de Governo de Santarém, Inácio Corrêa; o deputado estadual Carlos Martins, irmão de Maria e líder do PT na Assembléia Legislativa do Estado; e o presidente do PMDB de Santarém, deputado estadual Antônio Rocha.
Jader expôs à prefeita o ressentimento – ou a contrariedade, como queiram – do PMDB de Belém com o PT, que teria solenemente ignorado o compromisso de apoiar a candidatura do ex-deputado José Priante a prefeito de Belém, em retribuição ao apoio peemedebista à candidatura de Ana Júlia, quando ela passou ao segundo turno para disputar o governo do Estado com o tucano Almir Gabriel, em 2006.
Nesse sentido, segundo expôs Jader, a pretensão da prefeita de se coligar com o PMDB em Santarém, cedendo ao partido a vaga de candidato a vice, não poderia e nem poderá desvincular-se da situação em Belém, considerando-se a importância estratégica de um município como Santarém.
Depois dessa exposição que fez à prefeita e aos demais presentes à reunião, Jader disse que o assunto Santarém passaria a ser conduzido inteiramente pelo ex-deputado José Priante, que atua e sempre atuou eleitoralmente, na região oeste do Pará, em estreita vinculação com o deputado estadual Antônio Rocha.
Essa posição de Jader é que permite a qualquer um que tenha o mínimo raciocínio lógico concluir que Maria deixou o encontro convicta de que precisa encontrar de imediato outro candidato a vice, que não um peemedebista.
Por quê? É muito simples.
Uma vez confirmado pelo próprio Jader que uma ansiada coligação entre PT e PMDB em Santarém dependerá inevitavelmente da consolidação de aliança idêntica em Belém, então é evidente que as pretensões da prefeita Maria do Carmo estão definitivamente frustradas.
Aliança em Belém é inviável
Isso porque, em Belém, não existe mais a menor, a mais remota, a mais distante possibilidade de o PT vir a se coligar com o PMDB, pelo menos no primeiro turno. Sabem todos que a candidatura do professor e ex-secretário de Educação Mário Cardoso é fato consumado. Aliás, é fato consumadíssimo.
O PT segue à risca o calendário pré-convenção que elaborou. O partido tem feito encontros, tem promovido oficinas para a militância, tem discutido estratégias de campanha e já marcou até sua convenção apenas para homologar o nome de Mário Cardoso: será no dia 29 deste mês, das 8h às 12h. Depois disso, uma carreata percorrerá várias ruas de Belém para anunciar a confirmação da candidatura de Mário.
Frustrada a tentativa de aliança em Santarém, o PMDB deverá tomar seu rumo. E o caminho mais provável, quase irreversível a esta altura do campeonato, é de lançar um candidato próprio para disputar com Maria do Carmo e com o deputado federal Lira Maia (DBM), que provavelmente terá como candidato a vice um representante tucano.
E o nome, dentro do PMDB, que desponta com mais chances de ser o candidato próprio é o de Helenilson Pontes, tributarista santareno que comanda uma das mais respeitadas bancas especializadas em Direito Tributário de São Paulo.Helenilson, aliás, há muito tempo tem defendido a tese da candidatura própria, por entender que o PMDB, pela penetração em vários segmentos, em várias faixas do eleitorado santareno, não pode desperdiçar a oportunidade de encabeçar uma chapa nas eleições de outubro para a prefeitura do município.
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