quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Uma vaia nos barulhentos da praia

Leitor que se assina Ernane Raimundo Maurity tem publicada, em O LIBERAL de hoje, uma carta em que reclama da barulheira na praia de Ajuruteua, que, segundo ele, “virou um verdadeiro caos com quantidade desses carros estridentes”.
O relato do leitor é emblemático sobre a falta de educação, sobre a incivilidade e sobre a absoluta incapacidade de certas pessoas conviverem socialmente.
Leia abaixo.

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Hoje eu tenho a convicção de que o melhor aparelho eletrônico lançado no mercado globalizado é o MP3 player. Refiro-me à não-exposição do seu gosto musical e também em relação ao volume, esse isolamento auditivo também é pertinente ao mundo de toda essa parafernália de informações e desinformações. Bom, estou me referindo àqueles que investiram seu dinheiro na compra de auto-falantes, tuítas, cabos, forças amplificadas, eu não sei o preço exato de tudo isso. Presumo e talvez esteja completamente enganado que um cidadão que estudou, fez disso uma classificação melhor de emprego, educação etc., adquiriu um carro de valor, tenha o mínimo de princípio e saiba respeitar os outros. Presume-se. Esta observação é um tanto contraditória e/ou absurda.
A praia de Ajuruteua virou um verdadeiro caos com a quantidade desses carros estridentes. Não foram preservadas as pessoas, nem mesmo fixado o horário para tanta barulheira. O comércio local perdeu e ainda vai perder muito mais se não for tomada uma medida urgente. Os inescrupulosos do barulho se plantavam na frente dos estabelecimentos e, com isso, ninguém conseguia comprar uma menta sequer. Ouvi de diversas pessoas que tinham uma permanência maior na praia e se foram. Não é para menos, não conseguir tomar café, comer sossegado e nem dormir, aí é demais! Eu quero dizer apenas do volume, ainda não entrei no repertório musical. Sem comentários.
Voltando ao clima frenético e também ao comércio me faz lembrar o jargão do nosso governo do Estado do Pará (Terra de direitos). Eu não vi nenhuma ação policial, nenhum departamento (Dema), para não exagerar eu vi no dia 31 na avenida que leva à praia apenas um grupo de quatro policiais e nenhum portava o aparelho para medir a quantidade de decibéis. Uma praia que não tem estrada em boas condições, com má sinalização e curvas perigosas. Uma praia que não possui água de boa qualidade, pelo menos para lavar alimentos. Uma praia onde não existe uma conexão para internet móvel. Uma praia que não se preparou para o abastecimento de alimentos. Uma praia que não tem suporte energético. Com tudo isso, perde para o barulho. Desejo que a comunidade, através de suas entidades, comecem uma manifestação dando uma vaia nos investidores do barulho e inimigos da paz. Música não precisa de volume. Cabe uma sinalização na entrada da praia: “Barulho só das ondas”.

Ernane Raimundo Maurity
sprintervan@hotmail.com

2 comentários:

Anônimo disse...

Se fosse só lá... Na praia de marudá, na virada do ano, foi deplorável o comportamento da população: lixo, deliberada bebedeira de adolescentes,brigas, engarrafamento de veículos com bêbados nos volantes, poluição sonora dos podres tecnobregas...Um caos sob a complacência popular.

Poster disse...

Todas as praias são as prais dos mal educados, heim, Anônimo?
Abs.