No AMAZÔNIA:
Os familiares de Jorge Willer, 22, um dos jovens mortos ontem em confronto com policiais da Rotam no Paar, dizem que o rapaz não estava em Belém no momento do assalto à malharia e a morte do policial no sábado, crimes pelo qual ele é acusado. Segundo o pai Jorge Willer, Jorge Ferreira da Costa, o rapaz viajou na manhã do sábado para Santa Maria do Pará, junto com o amigo Fernando Batista da Silva, o outro jovem morto a tiros no domingo. Os dois voltaram para a casa de ônibus na manhã do domingo e foram mortos antes de chegar em casa, segundo os pais e a ex-companheira de Willer, a última a vê-lo com vida.
Gisele Carvalho contou que Willer chegou na casa dela com as sacolas de viagem junto com Fernando e disse que iria na casa dos pais, no mesmo bairro. 'Ele deu um beijo na nossa filha e disse pra eu arrumar ela, que ele vinha buscar depois', acrescentou. Gisele contou ainda que o rapaz seguiu junto com o amigo em um mesmo mototaxi, por volta das 8 horas para casa de parentes. Ela também disse que os três foram parados por uma viatura da Rotam, e revistados. Em seguida, os três teriam sido espancados a chutes e coronhadas.
Fernando e Willer teriam sido colocados dentro da viatura e o mototaxista, deixado no local. 'Eles rodaram com eles dentro do carro e depois mataram', contou. 'Eles dizem que a população se sente segura com essa ação. Mas, aqui no Paar, ninguém se sente seguro agora. Eles estão matando todo mundo, fazendo o terror porque quem morreu foi um policial', desabafou Jorge Ferreira, pai de Willer. Segundo ele, o filho não tinha passagem pela Polícia e estava empregado em uma panificadora.
A situação do marido de Raquel não foi diferente. Segundo ela contou, o jovem voltava caminhando para casa, quando foi capturado por uma guarnição da Rotam. 'Vieram me avisar que tinham parado ele na rua e colocado ele dentro do carro. Eu fiquei desesperada, parando todas as viaturas que passavam, perguntando onde eles tinham levado o Marcelo. Passei a noite procurando ele', lembrou. Por volta de cinco horas da manhã, ela recebeu a notícia de que um corpo havia sido encontrado em um matagal próximo à estrada do Curuçambá. Pelas tatuagens descritas pelas pessoas que viram o cadáver sendo removido pelo IML, Raquel teve certeza de que era Marcelo.
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