Jogadores do Remo fazem paralisação

No AMAZÔNIA:

Um dia de paralisação. Assim foi a terça-feira para o elenco do Clube do Remo. A dois dias do primeiro jogo da decisão do Campeonato Paraense contra o Águia, os jogadores não aceitaram muito bem as explicações dadas à tarde pelo presidente Raimundo Ribeiro e decidiram não treinar. Despacharam o microônibus que os levaria a uma academia de ginástica e foram embora. Ao saírem não quiseram dar entrevistas. Os poucos que falaram repetiram praticamente as mesmas palavras.
'Cheguei um pouco atrasado e disseram que não ia ter treino. O ônibus não veio e não sei o que aconteceu', disse o atacante Léo Guerreiro. 'O ônibus não veio e não houve treino', repetiu o meia Ratinho. Mas, segundo o porteiro do Baenão, o 'Tristeza', o veículo esteve no local, esperou pelos jogadores e foi despachado por eles mesmos.
O fato, por mais que todos dentro do Baenão tentem desconversar, é que ao se recusarem a treinar os jogadores mandaram um recado bem claro à diretoria. Querem receber e estão dispostos a fazer pressão. A reunião de ontem à tarde foi entre o presidente Raimundo Ribeiro e uma comissão formada pelos jogadores Adriano, Maurício, Ratinho e Diego Barros.
O dirigente informou que o dinheiro disponível era a quantia de R$ 45 mil (R$ 20 mil na segunda-feira e mais R$ 25 mil ontem) para ser rateado entre o elenco e os funcionários do Baenão. Após o encontro os jogadores decidiram pela paralisação de um dia. Ribeiro, antes de saber da decisão dos atletas, garantiu que todos estavam resignados por lá.
'Não estão revoltados, muito pelo contrário. Eles chegaram a dizer que iam treinar. O ambiente está muito bem. Eles entendem que a diretoria está trabalhando muito para colocar todos em dia. Mas quem não quiser ficar no Remo, tudo bem, pode ir embora.'
O técnico Artur Oliveira garantiu que qualquer decisão tomada pelos atletas terá seu apoio, mas negou veementemente que se se trata de uma paralisação ou greve. 'A decisão que eles tomaram seria apoiada por mim. Sei das dificuldades da diretoria e do quanto ela trabalha. Infelizmente o público do Re x Pa não foi o esperado. Não existe esse negócio de greve. Até o momento esses jogadores só têm me dado orgulho dentro de campo. Eles sabem muito bem as dificuldades que a diretoria passa', afirmou. 'Mas, não foi 50% do salário que foi pago. Conseguiu-se um dinheiro para ser dividido entre o elenco e hoje (ontem) mais R$ 25 mil', completou Artur, referindo-se ao pouco que foi pago referente ao mês de abril.
Ribeiro prometeu quitar todas as dívidas com o elenco na próxima segunda-feira com o que for arrecadado nos dois jogos com o Águia. Mas a tática de fazer pagamento contando com o ovo na galinha deu por terra no caso do Re x Pa. Além do mais, nos dois jogos decisivos haverá a divisão 70% para o vencedor e 30% para o derrotado.

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