Na FOLHA DE S.PAULO:
O ex-senador colombiano e ex-refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Luis Eladio Pérez voltou a dizer ontem que o grupo pôs em marcha operação para libertar unilateralmente parte dos seqüestrados em seu poder e acrescentou que "muito em breve" se saberá a quem os rebeldes farão a entrega dos reféns. Ele listou como possibilidades os presidentes de Brasil, Venezuela, Equador ou da própria Colômbia.
Eladio fez as declarações antes de ter encontro ontem com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e o alto comissário para a Paz do país, Luis Carlos Restrepo: "O processo está em curso e levará o país a conhecer muito em breve o lugar, as condições, as coordenadas e as pessoas a quem entregarão, se ao presidente Chávez, a Correa [Equador], a Lula ou a Uribe".
Segundo o ex-senador, entre os que seriam libertados está a franco-colombiana Ingrid Betancourt. Eladio disse que, com o gesto, as Farc querem sair da lista de terroristas mantida por EUA e União Européia.
Desde que foi solto em fevereiro, o ex-senador tem feito gestões com dirigentes da região e da Europa pela soltura dos reféns. São 40 políticos, militares e policiais em poder das Farc, incluindo três americanos, que o grupo pretende trocar por 500 presos.
As declarações de Eladio, aliadas ao chamado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para que a guerrilha libere os seqüestrados sem exigir "nada em troca", no domingo, aumentaram as expectativas dos parentes dos reféns. Ontem, a senadora colombiana e ex-mediadora, Piedad Córdoba, disse que há "vontade" das Farc para libertá-los, mas previu um processo "extremamente difícil". "A libertação de Ingrid está mais perto", disse, ao lado da mãe da refém, Yolanda Pulecio.
O governo colombiano ainda não falou sobre as declarações de Eladio. O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que Caracas não tem dados sobre o tema.
A Venezuela atuou nas recentes libertações de reféns pelas Farc, interrompidas em fevereiro quando a guerrilha voltou a exigir a desmilitarização de uma área para negociar. Maduro disse que Chávez fez o pedido às Farc porque a situação mudou com a morte do fundador da guerrilha, Manuel Marulanda, em março.
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