Em pronunciamento no plenário do Senado nesta quarta-feira (25), o senador José Nery classificou de "repugnante" o argumento apresentado pela Secretaria de Saúde do Pará para justificar a morte de doze crianças num único final de semana, segundo informações da imprensa do Pará.
"Não pode ser uma infeliz coincidência ou ser considerado normal por estar dentro da taxa aceita pela OMS. Isso é inadmissível", disse o senador, afirmando que as mortes são conseqüência do gravíssimo quadro da saúde pública no Estado do Pará e,
"Devemos exigir uma rigorosa apuração dos fatos. Doze mortes não podem ficar impunes, como se não passassem de 'infeliz coincidência'. Caso o governo esteja certo e as causas sejam estruturais, é necessário vir a público e informar a opinião pública sobre as providências para reverter o quadro de concentração dos atendimentos na capital, de falta de atenção básica por parte da
Longe de se constituir em fato isolado, disse o senador, este último acontecimento se soma a uma série de escândalos administrativos e políticos que deixaram a saúde de Belém na UTI", afirmou Nery, lembrando de uma série de fatos que fizeram a capital paraense
Na Santa Casa, há falta de leitos e, segundo denúncia dos médicos, as condições precárias do hospital aumentam número de mortes, sem que os profissionais tenham condições de reverter a situação.
O senador mencionou ainda dos sucessivos escândalos da administração, especialmente os vinculados à gestão municipal do atual prefeito Duciomar Costa, processado pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa, sendo acusado de lesar os cofres públicos em R$ 1,6 milhões de reais, através de uma manobra que visava comprar as instalações do Hospital Sírio-Libanês por R$ 9 milhões em 2005. Este processo do MPF se soma ao anterior, em que Duciomar é acusado de desviar cerca de R$ 1,4 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) para a compra ilegal de 36 motocicletas e 14 carros para a Guarda Municipal.
"A inexistência de políticas públicas de Saneamento, de Atenção Básica, aliadas à desestruturação das Unidades de Saúde e de Urgência e Emergência são as responsáveis pelo caos existente nos Prontos Socorros da Capital e na Rede de Saúde Pública", disse.
Fonte: Assessoria Parlamentar
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