domingo, 6 de abril de 2008

Exame revela: menina foi espancada

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Isabella Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi espancada. Essa foi a conclusão de peritos criminais e médicos-legistas envolvidos na apuração do caso depois de reunião anteontem no Instituto Médico-Legal (IML). O Estado consultou três pessoas presentes na reunião, que descreveram o mesmo retrato.
Durante o encontro, as fotos tiradas durante a necropsia foram exibidas aos peritos médicos e criminais. O caso foi discutido entre especialistas, como dentistas - desconfiava-se que lesões na perna da menina pudessem ter sido causadas por mordidas, o que foi descartado - e patologistas. Além do médico-legista responsável pelo exame do corpo - Laércio de Oliveira César - outros dois foram destacados para o caso. Participaram ainda da reunião integrantes da equipe de José Antônio de Moraes, diretor do Núcleo de Perícias de Crimes Contra a Pessoa, do IC.
Os indícios de que a menina foi espancada são vários. Isabella morreu na noite do dia 29 de março e apanhou antes de cair ou ser atirada do 6º andar do prédio em que seu pai, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos, e a madrasta, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24, moravam.
Desde o primeiro exame no cadáver da criança, médicos-legistas constataram no cérebro uma pequena hemorragia comumente presente em casos descritos pela Medicina Forense como Síndrome da Criança Espancada. “O corpo apresenta várias escoriações e hematomas próprios de pancadas”, atestou um perito que teve acesso aos dados preliminares do IML. “Ela foi espancada.”
A menina tinha na cabeça um ferimento que sangrou e uma lesão cervical que pode indicar esganadura (usar as mãos para apertar o pescoço). Entretanto, a suspeita maior dos peritos é de que ela tenha sido sufocada. A asfixia, dizem eles, faria parte do processo de violência a que a criança foi submetida. Isabella sofreu e a prova disso seriam sinais como as manchas de Tardieu e Paltauf no pulmão, lesão subpleural associada ao sofrimento por asfixia. Havia manchas vermelhas no coração (petéquias) e as pontas dos dedos estavam arroxeadas, sinal evidente de desoxigenação dos tecidos.

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